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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Lições da História: Hitler anexou Países cujas minorias que ele mesmo agitava

Por Marcos Machado

6 minhá 3 anos — Atualizado em: 2/21/2022, 4:08:33 PM


A História nos fornece lições, saibamos nos servir delas. Prevenir a repetição de erros e nos preparmos melhor para enfrentar as provas que virão.

Hitler usou da estratégia de agitar minorias alemãs em diversos países a fim de ter pretextos para “protegê-las”. Por esse estratagema anexou a Áustria, a Tchecoslováquia, os Sudetos e por fim invadiu a Polônia.

Face às ameaças da Rússia a UE e EUA escolherão Churchill ou Chamberlain? E face à cobiça de Xi Jinping sobre Taiwan?

Encontrou Hitler a oposição mole, cúmplice e covarde de Daladier (França), de Chamberlain até que a Inglaterra fosse alçada em seus brios por Winston Churchill, em 1940.

Publicamos abaixo extratos de artigos do Prof. Plinio, no Legionário, nos antecedentes próximos da Segunda Guerra.

***

“O Sr. Hitler no discurso que pronunciou em Nuremberg declarou que a ideologia nacional socialista está “solidamente vinculada à determinação de só servir ao povo germânico, de ampará-lo em todo o mundo e de intervir pela sua existência”.

“Nesse mesmo discurso o “Füehrer” garantiu aos países europeus que depois da região dos sudetos, a Alemanha não tem outras pretensões na Europa.

“Pondo de lado as promessas do Sr. Hitler, todos sabem quanto valem as suas promessas, uma coisa foi bem frisada no seu discurso: a Alemanha intervirá em toda parte onde houver minorias alemãs, principalmente se for fora da Europa.

“Ora, em Santa Catarina há um núcleo alemão. Dadas as palavras do “füehrer”, é de se supor que o Itamaraty tenha feito sentir ao governo alemão que não reconhece nem de leve esse pretenso padroado que o Sr. Hitler se arroga.

A base filosófica do nazismo é condenada pela Igreja

“Nesse mesmo discurso do Sr. Hitler, as relações entre a Itália e a Alemanha são apresentadas como muito sólidas, pois “uma base filosófica comum abriu o caminho para os entendimentos” entre as duas nações.

“O nazismo é condenado justamente pelas suas bases filosóficas contrárias à doutrina católica. Se, na Itália, o fascismo tem a mesma base filosófica que o nacional socialismo, também ele merece a condenação da Igreja. É o que se depreende insofismavelmente das palavras do Sr. Hitler.” (1)

***

Em outro artigo: “Não há coisa mais perigosa do que ser aliado do totalitarismo. Experimenta-o a Hungria, onde as minorias alemãs estão começando a fazer um movimento reivindicacionista no estilo clássico do que já ocorrem na Tcheco-Eslovaquia e em Dantzig.

“Assim, pois, também certas parcelas da Hungria serão, dia mais dia menos, incorporadas ao território alemão e seus elementos expostos a perseguições religiosas. Se ao menos se pudesse ter a certeza de que a avalanche neo-pagã se deteria aí!” (2)

A História mostrou que após essas primeiras “anexações” a cobiça totalitária de Hitler passou para a Europa, acrescentamos.

***

Brasil em cena

“Simultaneamente com os acontecimentos austríacos (anexação da Áustria por Hitler, n.d.c.), o conhecido semanário britânico “The Economist”, fundado em 1843 e um dos mais influentes órgãos do Reino Unido, publica um sensacional artigo sobre o Brasil, assinado pelo sr. Arnold Joseph Toynbee, diretor do “Royal Institute of International Affairs” desde 1925 e professor da Universidade de Londres.

“Do referido artigo destaca-se o seguinte trecho: “O sr. Adolf Hitler tem um braço comprido. É possível que não esteja fora das suas cogitações transformar a minoria alemã no Brasil e o hoje extinto partido fascista brasileiro em alavanca para arrancar o Brasil do seu atual fundamento pan-americano e transformá-lo talvez num novo agrupamento internacional baseado no triângulo antikomintern.” (3)

Foi sempre esse o pensamento do Prof. Plinio: A América do Sul deve manter-se à margem de conflitos e conservar suas reservas morais para serem exemplos ao mundo civilizado.

***

Propaganda de Hitler no Brasil

“Pessoas desta Capital (São Paulo) têm recebido um folheto de propaganda nazista, em que se procura justificar a invasão da Polônia pelos inúmeros crimes e perseguições que a minoria alemã, residente naquele infortunado país, teria sofrido por parte do povo e das autoridades. Este folheto, embora não tenha indicação alguma de sua proveniência, apresenta todos os característicos de que, se não é originário de fonte oficial, o é pelo menos de fonte oficiosa.” (4)

Até aqui, trechos ilustrativos da política hitlerista de provocar agitações e intervir para “salvar” as minorias alemãs.

As promessas de Paz e as sucessivas violações por parte de Hitler

Vejamos agora a retórica do “pacifismo” hitlerista desde 1934. Seguimos com os comentários do Prof. Plinio, no Legionário.

Mas sempre será instrutivo recordar uns poucos acontecimentos históricos, entre muitos outros. Logo depois de subir ao poder, o sr. Hitler fez a seguinte declaração ao “Daily Mail” de Londres, que a publicou em sua edição de 5 de Agosto de 1934: “Os atuais problemas da Alemanha não podem solucionar-se pela guerra”.

Alguns anos depois, logo após a anexação dos Sudetos, afirmou em discurso pronunciado em Reichenberg, no dia 2 de Dezembro de 1938: “Neste ano se demonstrou ser tal a nossa comunidade de espírito, que estamos dispostos a arriscar o uso da espada para conseguir o que pedimos”.

“Em 1º. de Fevereiro de 1934, o sr. Hitler declarou solenemente no Reichstag: “A afirmação de que a Alemanha teria a intenção de violar as fronteiras do estado austríaco é um absurdo, está desprovida de qualquer fundamento.”

Hitler invadiu a Áustria em 1938.

“E depois da remilitarização da Renânia, enviou um memorando às potências signatárias do Tratado de Locarno, em que se dizia: “O Reich não tem nenhuma ambição territorial na Europa.”

“Sabemos como a Áustria e a Tchecoslováquia foram covardemente abandonadas pelos governos de Paris e Londres, e sacrificadas ao “espaço vital” de uma nação sem “ambições territoriais na Europa”, só para se evitar que uma guerra ensanguentasse o Mundo.”

Veio a guerra que ensanguentou o Mundo: de nada valeram as concessões da França e Inglaterra face ao apetite de Hitler.

***

Um alerta, uma advertência de Churchill

Em 10 de maio de 1940, Churchill tornou-se primeiro-ministro britânico

Após o Acordo de Munique, “Chamberlain e Daladier voltaram aos respectivos países com o bom nome nacional enxovalhado, mas julgando que tinham salvo a paz. À sua chegada, foram ovacionados por multidões imensas, que lhes agradeciam esse tão grande “benefício”.

“De seu canto, o velho Churchill — pois ele já transpusera o limiar da velhice quando começou a grande odisséia de sua vida — apostrofou Chamberlain e seus entusiastas com estas palavras definitivas: “Tínheis a escolher entre a vergonha e a guerra; escolhestes a vergonha e tereis a guerra”.

“Meses depois de Munique, a Alemanha invadia a Polônia. A guerra começava…

* * *

Conclui o Prof. Plinio:

“Estendi-me tanto sobre estes fatos históricos porque Munique não foi apenas um grande episódio da História deste século. É um acontecimento-símbolo na História de todos os tempos. Sempre que haja, em qualquer tempo e em qualquer lugar, um confronto diplomático entre belicistas delirantes e pacifistas delirantes, a vantagem ficará com os primeiros e a frustração com os segundos. E se houver um homem lúcido a considerar o confronto e a frustração, censurará os Chamberlains e os Daladiers do futuro com as palavras de Churchill: “Tínheis a escolher entre a vergonha e a guerra: escolhestes a vergonha e tereis a guerra”. https://www.pliniocorreadeoliveira.info/FSP%2071-01-31%20Churchill.htm

***

Pacifismo delirante não tem a ver com os “pacíficos” que Nosso Senhor fala no Evangelho: No Sermão da Montanha, Jesus Cristo declara: “Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!” (Mt 5, 9).

Os pacíficos são virtuosos.

Os pacifistas, como Chamberlain e Daladier entregam a honra, vendem a Pátria, são as vergonhas das Nações.

O que seria de Pernambuco se João Fernandes Vieira, Felipe Camarão e Henrique Dias (os três Capitães da Resistência ao herege holandês) tivessem seguido o pacifismo delirante de Chamberlain ou de certos Bispos que afirmam “Pátria Amada, não pode ser Pátria Armada”? A Holanda teria conquistado Pernambuco … e seu apetite não teria cessado ali.

Nossa Senhora Aparecida proteja o Brasil e as Américas de novos Acordos à maneira de Munique.

(1) https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG7%20381009_7dias.htm

(2) https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG7%20400630_InjusticasTratadoVersailles.htm

(3) https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG_380320_arnold_toynbee_Brasil.htm#.YhLwnejMKMo

(4) https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG_400428_nazismo_propaganda_antireligiosa.htm#.YhLxyejMKMo

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Autor

Marcos Machado

Marcos Machado

492 artigos

Pesquisador e compilador de escritos do Prof. Plinio. Percorreu mais de mil cidades brasileiras tomando contato direto com a população, nas Caravanas da TFP. Participou da recuperação da obra intelectual do fundador da TFP. Ex aluno da Escola de Minas de Ouro Preto.

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