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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

MST: Da impopularidade ao vandalismo, com altas proteções


Cada vez mais carente de apoio popular e afagado pelo governo petista, o MST se entrega a atos de índole terrorista, como os ocorridos durante seu congresso em Brasília

MST praticando atos de vandalismo em Brasília. No destaque, um dos policiais agredidos por militantes do MST.
MST praticando atos de vandalismo em Brasília. No destaque, um dos policiais agredidos por militantes do MST.

Jackson Santos

Desta vez não foi em propriedades agrícolas. Foi na Praça dos Três Poderes, em Brasília(1), que o MST se entregou a depredações, arrebentando as grades que defendem o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) e derrubando as que protegem o Palácio do Planalto. A confusão levou o STF a suspender uma sessão plenária de julgamentos. [Fotos acima e abaixo]

Não ficou nisso. Agrediram os policiais que defendiam bens públicos, deixando 30 deles feridos, oito dos quais gravemente, atingindo-os com barras de ferro, pedras e cruzes de madeira. “Eles partiram para o vandalismo”, disse o major Marcelo Koboldt, um dos responsáveis pelo policiamento. Apenas um militante foi detido.

Tentaram ainda deixar sua marca em frente à embaixada dos Estados Unidos, depositando ali grande quantidade de lixo, mas foram impedidos pelas forças da ordem. Levavam faixas pedindo mais reforma agrária, além de criticar o julgamento do Mensalão.

A manifestação foi um dos atos do congresso que o MST realizou na capital federal de 10 a 14 de fevereiro, para comemorar seus 30 anos de existência impune e desafiante, com a conivência de poderes constituídos.

MST-ataca-policia-brasiliaApoio ostensivo do governo petista

Durante os distúrbios, Gilberto Carvalho, Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, foi receber um documento do MST e procurou minimizar a caráter altamente agressivo dos manifestantes: “O que acontece é muito comum. Vem uma molecada e empurra a grade”. “Eles têm que fazer pressão mesmo”.

Carvalho, tido por alguns como ex-seminarista frustrado e por outros como um autêntico comunista (as duas apreciações não se excluem), é o encarregado do governo no trato com o MST e congêneres.

No dia seguinte ao vandalismo emessetista, a presidente Dilma Rousseff recebeu um grupo de representantes da organização no Palácio do Planalto, entre eles o eterno João Pedro Stédile!

Ela prometeu montar um grupo interministerial para analisar a longa lista de reivindicações que recebeu e ver quais delas podem ser atendidas de forma emergencial. Prometeu também assentar 30 a 35 mil famílias até o fim do ano e deu a entender que o novo titular do Ministério do Desenvolvimento Agrário será mais afinado com os sem-terra. A reunião com Dilma foi considerada uma conquista por parte da liderança do MST.

Está em debate no Congresso Nacional uma lei antiterror, que seria aplicável a esta manifestação do MST como luva na mão. Acontece, porém, que o PT foi orientado pelo governo a propor mudanças na lei para que os movimentos ditos “sociais”, como o MST, não possam ser enquadrados na legislação!

A conivência não poderia ir mais longe. Sendo que, por seu lado, o MST se porta com inusitada covardia, pois nem sequer assume a responsabilidade de registrar-se como associação legal. É uma agrupação de fato que faz o que bem entende.

MST-ataca-3A irrelevância do MST

Por que tanto empenho do governo petista em prestigiar o MST, mesmo depois da prática de atos criminosos de vandalismo e lesões corporais graves? Será pela força que o movimento tem na população? Nada disso. O MST está em fase de decadência aguda.

O próprio Stédile o reconheceu, em palestra reproduzida pela  Agência de Notícias Adista: “O mundo vive um período de refluxo do movimento de massa” que afeta ao próprio MST; “as massas percebem a impossibilidade de uma vitória, e se voltam para trás”.(2) É tal a falta de apoio no campo, que Stédile anunciou que vai transferir as invasões do MST para as cidades.

Comenta um editorial da “Folha de S. Paulo”: “Cada vez menos relevante, o MST encontra nos tumultos um meio de chamar a atenção […] Talvez por causa desse sinal de irrelevância o MST considerou importante chamar a atenção por outros meios”. Ao reunir-se com o MST, a presidente Dilma “passa a falsa impressão de que eles estão no caminho certo”.

Ou seja, é o governo petista que tudo faz para impedir que o MST se veja reduzido a sua insignificância. Como, aliás, faz o mesmo com a ditadura comunista em Cuba, impedindo assim que ela caia de podre e liberte os pobres cubanos que sofrem sob seu guante de ferro.

Ajuda financeira e público diversificado

DSCN3771O esforço para arrebanhar participantes foi grande, pois o pátio do Ginásio Nilson Nelson, onde se realizou o evento, estava abarrotado de ônibus provenientes de vários cantos do Brasil. Grande parte dos presentes recebeu uma pequena “ajuda financeira” para comparecer. Parece ironia, mas o nome original dessa arena era Ginásio de Esportes Presidente Médici, inaugurado durante o regime militar.

A imprensa referiu-se a 16 mil participantes. Embora o Ginásio comporte 16 mil pessoas sentadas, apresentava grandes partes vazias, como se pode ver pelas imagens. [foto à esquerda]. Muitos dos presentes pareciam hippies, havia cubanos e venezuelanos. Como fator de propaganda, organizaram no local uma feira miserável de produtos agrícolas “produzidos” nos assentamentos, com frutas, verduras, mel e — não podia faltar — cachaça.

“Pérolas” do congresso

O líder máximo do MST, o marxista Stédile, parafraseando o brado comunista “Proletários de todo o mundo, uni-vos”, do Manifesto de Marx-Engels, declarou: “Esperamos que todas as forças políticas no campo de esquerda se unam nessa luta (pela reforma agrária popular) […] Vamos continuar ocupando latifúndio, vamos continuar lutando contra o capital internacional”. Nem uma palavra sobre o fracasso generalizado dos assentamentos, que disseminaram pelo campo brasileiro as tristemente famosas “favelas rurais”.

A propósito, convém lembrar que, a convite e com passagem paga, Stédile participou em dezembro último de simpósio promovido pela Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, o que causou grande estranheza entre fiéis católicos de todo o Brasil.

Durante as palestras dos diversos oradores no Ginásio de Esportes Nilson Nelson, ouviram-se “pérolas” como esta, anotada por um participante: “O nosso movimento está mais vivo do que nunca, é para lutar por todos que acreditam na revolução socialista. E é um recado para os nossos inimigos: nós não queremos Estado, nós não queremos imperialismo, queremos o poder, queremos as riquezas para distribuir para o povo.” Como programa futuro, foi anunciado que cada MST estadual terá a obrigação fazer um “MSTzaço” em seus estados.

Não faltou ao evento o respaldo, embora discreto, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que tornou presente seu apoio através de carta assinada pelo presidente da Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, D. Guilherme Antonio Werlang, Bispo de Ipameri, GO.

Este é o MST, ao qual falta apoio popular, mas que é prestigiado pelo governo petista brasileiro e teve seu líder convidado para simpósio da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano!

Seria mais objetivo — e mais leal — dizer que a sustentação do MST é feita por razões ideológicas de esquerda, e não queiram nos impor a balela de que ele representa o povo.

______________

Notas:

1. Fontes: “Correio Braziliense” (13-2-14); “Folha de S. Paulo” (13 e 14-2-14); “O Estado de S. Paulo” (12 e 13-2-14).

2. http://www.adistaonline.it/?op=articolo&id=53494

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