Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 14 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:54:58 PM
É um alívio, em meio à crise moderna, ouvir as verdades de quem tem a vocação de as pronunciar para esclarecer os fiéis. Este é o caso dos trechos da entrevista que reproduzimos, com D. José Saraiva Martins, Prefeito emérito da Congregação para a Causa dos Santos.
[O que dizer das] recentes polémicas da pedofilia?
Esse é um caso típico de uma campanha contra Igreja e o Papa muito bem organizada. Há pouca objectividade naquilo que é dito na comunicação social. Não faz sentido falar de pedofilia entre os membros do clero, passando-se a ideia de que a maioria dos casos acontecem no seio da Igreja. Isso é desinformação. A igreja nunca negou a existência de casos. Num exército de mil soldados, se houver um mau soldado não poderemos dizer que todo o exército é mau. As estatísticas são muito claras e apontam para que apenas 0,03% dos casos ocorram na Igreja. Não é verdade que os casos sejam generalizados.
Ainda assim, e nesses casos que vão aparecendo, pode existir uma relação com o celibato?
Não. Em outras religiões em que não há celibato, há mais pedófilos e isso é a prova evidente de que não existe qualquer relação.
Mas admite que viver uma vida em celibato é difícil?
Não é difícil quando há uma verdadeira vocação para o sacerdócio. Um jovem que se doa totalmente à vocação, e a abraça, consegue consagrar-se totalmente àquilo em que acredita. Isso que me pergunta é como dizer que é difícil um marido entregar-se totalmente à mulher. A própria vocação para o casamento ou para a maternidade é um caminho difícil, mas torna-se fácil quando há amor genuíno. O padre não é uma pessoa frustrada. Consagrou-se totalmente ao exercício da sua missão.
Continua, então, a fazer sentido a imposição do celibato?
Certamente que sim. E esta consagração total a Deus e ao seu ministério é a favor dos fiéis. Se tivesse família, um padre não poderia dedicar-se à paróquia da mesma maneira.
Mas há religiões em que os pastores têm família e conseguem dedicar-se, em simultâneo, às comunidades…
Nunca é a mesma coisa. Tendo família, o padre não pode estar à disposição da comunidade 24 horas por dia. Isso é óbvio. O trabalho dedicado à família e ao emprego para a sustentar, é tempo retirado ao trabalho eclesiástico. O celibato é importante. Não há nada mais belo que a consagração àquilo em que se acredita e se escolheu livremente.
É este o principal problema com que a Igreja tem de lidar, neste momento?
Um dos problemas que a Igreja tem de enfrentar é o relativismo ético-moral em que vivemos, como se não existissem princípios absolutos. Uma coisa é boa ou má, segundo me parecer boa ou má. Isso e a crescente indiferença religiosa que se está a expandir, cada vez mais, na Europa. O homem foi-se habituando a viver como se Deus não existisse. Este é um problema sério.
Fonte: http://www.ionline.pt/
Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
2539 artigosO Instituto Plinio Corrêa de Oliveira é uma associação de direito privado, pessoa jurídica de fins não econômicos, nos termos do novo Código Civil. O IPCO foi fundado em 8 de dezembro de 2006 por um grupo de discípulos do saudoso líder católico brasileiro, por iniciativa do Eng° Adolpho Lindenberg, seu primo-irmão e um de seus primeiros seguidores, o qual assumiu a presidência da entidade.
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