Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
11 min — há 5 anos — Atualizado em: 5/14/2020, 5:20:11 PM
Diante dos riscos da epidemia chinesa, o povo brasileiro vem se mantendo calmo e ordeiro, ao contrário de certa mídia e de muitos políticos, que se agitam e espalham o medo.
Em parteconsiderável dos homens públicos, o interesse próprio vem prevalecendo sobre asaúde da população, em particular da mais pobre. Como consequência, odesprestígio da classe político-partidária e da mídia não surpreende mais. Atémesmo falsificações de informações médicas e estatísticas hospitalares, divulgadaspor órgãos oficiais, dão prioridade à politicagem, ao invés do combate ao vírus.
As ameaças externas,feitas a qualquer povo, sempre constituíram momentos de união nacional. Disputasinternas eram temporariamente suspensas, enquanto governantes e governados uniamseus esforços para enfrentar as adversidades. Nos presentes dias, contudo, parteda mídia e velhacas facções políticas escarnecem dessa ingente necessidade; e, comoverdadeiros sucessores de Calabar, estendem a mão ao inimigo externo, enquanto nosdignos brasileiros a sensatez paira acima dessa ignomínia. Por enquanto o fazemcom pesar e contrariedade, que não tardará a se transformar em indignaçãoincontenível.
O inimigo externo
O inimigo responsávelpela disseminação do coronavírus — aChina — vem manipulando a evolução da pandemia visando auferir vantagens econômicase políticas, tanto internas quanto externas. No que diz respeito ao Brasil, ostíteres da administração de Pequim têm procurado, com seu vírus e seu capital, tiraro maior proveito possível da situação criada. Movem-se desinibidamente noscorredores governamentais de alguns estados brasileiros, assinando contratos, vendendoe comprando, tornando-se inclusive participantes na gestão de empresasnacionais. “Aproveitar de tudo e de todos” — é assim que entendem e vão pondoem prática a expressão “negócio da China”.
Fiel à ideologia totalitária, com avidez de poder, a China vem manobrando para impor ao Brasil seu sistema de governo ditatorial, praticado desde os dias sombrios de Mao Tsé-Tung [foto acima]. Esse seria o “novo mundo” anunciado por futurólogos e filósofos políticos, cujos livros se multiplicam no mercado; segundo os quais as sociedades não serão mais as mesmas depois do vírus. Terão sido substituídas pelo “mundo chinês” — sem liberdade, e sobretudo sem fé — muito pior, portanto, do que o vírus atual e ainda outros que poderão surgir.
Perseguições à Igreja
Há tempos a China vem movendo impiedosa perseguição à Igreja Católica, herança das odiosas atrocidades comunistas praticadas atrás da “cortina de ferro”, na extinta União Soviética. Igrejas são demolidas, cruzes abatidas, sacerdotes e bispos encarcerados. Recentemente a cidade de Wenzhou, na província de Zhejiang, foi atingida por múltiplas destruições de edifícios religiosos. Não por acaso, pois Wenzhou era denominada a Jerusalém da China, precisamente em razão do número e beleza de suas igrejas. A partir de 2016, ali foram atacadas nada menos que 64 igrejas, e em alguns casos foram arrancadas apenas as cruzes no alto dos campanários. Mas, ao contrário do desejado, as perseguições não fazem senão aumentar o número de conversões, um dos principais temores do despótico e “sorridente” Xi Jinping [foto abaixo].
Não apenas féfaz tremer os autocratas, ditadores do Partido Comunista Chinês (PCC), que são especialmenteautoritários e rigorosos quando se trata de reprimir as críticas à corrupção dogoverno. Basta ver sua impiedosa reação à sistemática e crescente oposição aocaudilhismo de Pequim, que em Hong Kong a população chinesa sustenta.
Programa a ser implantado nomundo
O PCC, segundo ditao catecismo comunista, deseja exportar para o mundo inteiro esse mesmo modelode subserviência ao Estado. Nos países que pretende conquistar, conta com o apoiodos respectivos partidos comunistas e de esquerda; dos quintas-colunas einocentes úteis, presentes nos mais diversos setores; dos grandes meios decomunicação social; e até mesmo de membros do clero progressista, sequazes daTeologia da Libertação. O Brasil, por sua extensão e riqueza, é especialmentecobiçado. Mas, na sua maior profundidade, a sanha dessas forças para tentarderrubar o atual governo anticomunista é devida à nossa tradição católica.
O toque sinistrode numerosas tubas midiáticas, que apregoam esse “novo mundo”, elogia dissimuladamentea entrada em cena desse “estilo chinês” de governo. Estilo que nada tem de novo,pois já foi enaltecido e praticado pelos utopistas anticristãos e comunistas deséculos passados: “Um mundo em cujo seio as pátrias unificadas numaRepública Universal não sejam senão denominações geográficas; um mundo semdesigualdades sociais nem econômicas, dirigido pela ciência e pela técnica,pela propaganda e pela psicologia, para realizar, sem o sobrenatural, afelicidade definitiva do homem — eis a utopia para a qual a Revolução nos vaiencaminhando” (Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução,parte I, cap. XI, 3).
Sob a máscara acobertadorado coronavírus (cuja epidemiafoi denominada covid-19), mostra suas garras uma imensa transformaçãoideológica com forte aceno autoritário, valendo-se da oportunidade que seapresenta num ambiente de pânico. E desde já manuseia a espionagem eletrônica, aexemplo da que foi determinada em abril pelo governo de São Paulo: cada celularserá rastreado a fim de controlar agrupamentos, e até mesmo simples reuniões defamília.
Ocorrerá à Chinafazer entre nós o monitoramento de tal sistema espião? Experiência não lhefalta, pois há anos o pratica. E não parece sem propósito que ela se empenhetanto para instalar a tecnologia 5G. Tal intromissão no cotidiano das pessoas temtudo para estender-se velozmente a um controle mais amplo de movimentos,colocando nas mãos da autoridade central um poder nunca antes exercido — o demanipular a informação, difundir estatísticas e compor notícias geradoras dedisposições psicológicas.
Embora comaparências de science fiction, assimse vão instalando de fato no Brasil delírios ditatoriais e escravagistas, como noprimitivo e “inocente” big brother imaginadopor George Orwell no seu livro 1984. Foigraças a esse supercontrole que a China escondeu, pelo menos desde novembro de2019, o surgimento desse vírus devastador. E agora, implantados a morte e opânico, eis que ela assume no panorama sua “missão” de se imiscuirprofundamente na vida de cada povo e de cada pessoa. Este é, provavelmente, omomento esperado e oportuno.
É evidente quePequim almeja o pior para todo o mundo ocidental, ou seja, a submissão ao seu regimecomunista. Se os germes desse regime prosseguissem livremente seudesenvolvimento entre nós, como vinha ocorrendo desde a ascensão de FernandoHenrique Cardoso em 1995 (retraídos e parcialmente contidos a partir de 2013, quandomanifestações multitudinárias contra o comunismo e a corrupção puseram fim àgovernança do PT), hoje poderíamos estar esmagados e gemendo sob o tacãochinês.
Irresponsabilidade culposa da China
A covid-19 foi detectada em novembro doano passado na cidade chinesa de Wuhan. Na feira de animais local, em dezembro,consta que um feirante fora identificado como seu portador. A notícia circulou,as famílias se amedrontaram, escolas se alarmaram. Mas o PCC não quer acirculação dessas notícias, e estabeleceu a censura das comunicações pela internet,pois a propagação de uma epidemia seria enorme fonte de desprestígio para ogoverno central.
As informações difundidas pela mídia sobre esse vírus parecem não ter limites. Sua propagação, modos de contê-la, o número de suas vítimas, eventuais remédios e vacinas circulam em avalanches. É preciso grande esforço de discernimento a fim de ponderá-las. Entre elas é preciso assinalar as declarações do Prof. Luc Montagnier [foto acima]. A descoberta do retrovírus causador da AIDS valeu-lhe em 2008 o prêmio Nobel de Medicina. Esse virologista francês fala, portanto, com conhecimento de causa. Segundo ele, a partir de um modelo inicial, podendo ter sua origem em morcegos, o coronavírus passou por manipulação de laboratório em Wuhan. Entretanto, o renomado professor não levanta hipóteses sobre a finalidade de tal manipulação.
No início dejaneiro deste ano o perigo foi denunciado por oito médicos, entre os quais oDr. Li Wenliang, que morreria infeccionado pouco depois. Todos eles foramimediatamente presos. Além de a Comissão Nacional Chinesa proibir qualquerpublicação a respeito, o médico responsável, Dr. Wang Guangfa, afirmou que adoença estava sob controle e não passava de “leve pneumonia”. No dia 6 dejaneiro já não se sabia o paradeiro do advogado Chen Qiushi, que haviadifundido pela internet imagens dos superlotados e ineficientes hospitais deWuhan.
Em meados do mêsa epidemia não podia mais ser escondida, e forças policiais continuavam proibindoo acesso às informações, mantendo os jornalistas longe dos hospitais. O governocomunista cometeu então a irresponsabilidade criminosa de distribuir 200 milconvites para um banquete em Wuhan, comemorativo da entrada do ano novo lunar.Terminado o banquete, milhares de convivas regressaram aos seus respectivoslugares. O número de infecções foi tal, que Wuhan precisou ser isolada.
Xi Jinping ordenoupessoalmente a intensificação da censura na internet. A mesma ordem foirenovada em 15 de fevereiro. Delações passaram a ser pagas pelo governo. O Prof.Xu Zhangrun foi colocado em prisão domiciliar, por ter dado um parecer sobre asituação, no qual concluía que “a epidemiarevela o cerne podre do regime chinês”. Simultaneamente à expulsão de jornalistasestrangeiros, o Departamento de Propaganda do Estado lançou comunicado louvando“a liderança extraordinária de Xi Jinping,característica dos chefes grandes e poderosos”.
Como essa desacreditadabajulação não moveu ninguém, o Ministério do Exterior acusou soldados norte-americanosde levar o vírus à China. O diário “Global Times”, órgão do PCC, cometeu em 22de março a desfaçatez de negar que o vírus tenha se originado na China.
A agência denotícias “Asia News” noticiou o desaparecimento da Dra. Ai Fen, que em 30 dedezembro havia denunciado o surgimento do vírus. Há uma longa lista dedesaparecidos, por terem criticado a inépcia do governo. Foi o caso do estudanteZhang Wenbin, da cidade de Shandong, que ousou queixar-se do “grande e poderoso chefe”. Ele foi preso“por perturbar a ordem pública”, edepois sumiu. Análogo destino tiveram numerosos intelectuais — como Xu Zhiyongdefensor dos direitos humanos, Xu Zhangrun e He Weifang —, cujo “crime” foi ode inculpar o governo pela difusão da epidemia. A polícia política deu sumiçoaos que viram e denunciaram o mal, impedindo-os assim de evitar a morte deincontáveis pessoas mundo afora.
Segundo declaraçãodo Cardeal Charles Bo, Arcebispo de Yangon (no Myanmar, país fronteiriço com aChina), o governo do PCC cerceou as notícias, censurou a internet, silenciou osdenunciantes, aumentou a repressão. Querendo esconder sua vergonha, escondeu omal; e quando o mal foi tardiamente revelado, os comunistas rejeitaram ajudaestrangeira. O governo chinês tornou-se assim responsável pela morte ouempobrecimento de milhões de pessoas em todo o mundo. Quantos pobres são hoje reduzidosà miséria, por terem cessado o trabalho ou mesmo perdido o emprego em razão dessasquarentenas?
Poltrões do Ocidente
Sessenta anosatrás, Plinio Corrêa de Oliveira advertia: “AChina vai lentamente começando a intimidar e imobilizar os poltrões do Ocidente.A Rússia, cada vez mais, agrada, ilude e atrai os tolos. Uns e outros, poltrõese tolos, tendem a recuar, transigir, conciliar a todo custo. E, francamente,quando alguém tem de seu lado todos os tolos e todos os poltrões, podejactar-se de dispor de uma esplêndida maioria” (A Revolução em 1960 – Catolicismo, janeiro/1960).
A “revoluçãocultural” de Mao Tsé-Tung se gabava então de manter a China como paíscampestre, sem maquinaria nem indústria. Depois, manipulada por outras mãos e movidapela tecnologia ocidental, ela começou a produzir e vender, a expensas do Ocidente.Esse enriquecimento inicial resultava do trabalho escravo de uma populaçãosubmissa. E o Ocidente, jactando-se ufano de suas liberdades, prestava-se aessa vergonha. Esse esforço dos poltrões e dos tolos, enriquecendo o despotismo,marcou o início do sabujismo ocidental. Mas sabujos, tolos e poltrões tinham verdadeiraavidez em submeter-se ao “tigre oriental”.
A atual epidemiaé certamente um momento de reflexão. Dúvidas despontam por todos os lugares. Antagonismossaltam aos olhos. A perspicácia de nosso povo começa a ver as reais intençõesescondidas além da cortina de bambu, e aos poucos se esvanece o ópio chinês,dando lugar a indagações: vale a pena negociar com um governo que mente? Ésensato aliar-se à falta de escrúpulos?
O momento pede reflexão. Muita reflexão…
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Fonte: Revista Catolicismo, Nº 833, Maio/2020.
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