Nossa Senhora da Raiz – Virgem da Esperança

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Em 1685, um índio de nome Pajacuarán estava pescando na Lagoa da Chapala, também chamada de “Mar Chapálico”, quando viu um pequeno tronco de raiz flutuando sobre as águas do lago. Cogitando em usar aquela raiz de Camichin como lenha, Pajacuarán a recolheu e a pôs para secar em sua casa, as margens do lago, no povoado de Paxacoran. Aliás, naquele dia, a pesca do pobre índio havia sido excepcionalmente bem-sucedida.

Pajacuarán tinha um amigo chamado Juan, que costumava vir da vizinha cidade de Jacona para o ajudar na pesca. Nesse dia, quando Juan chegou e viu a raiz próxima ao fogo, este se impressionou por achar que o formato dela lembrava uma imagem de Nossa Senhora. Por isso, Juan pediu a raiz ao compadre, que a deu de bom grado. Mais tarde, ao chegar em sua casa, Juan, com sua piedosa imaginação, pôde melhor confirmar que ali estava um maravilhoso feixe de Maria Santíssima e seu pequeno Filho ao colo, perfeitamente formados sem a ajuda de mão humana. Aliás, a imagem contava até com um cetro e mesmo cabelos formados por fios de raiz.

Juan expôs o achado em um altar de sua casa, e, em pouco tempo, muitas graças foram recebidas por aqueles que a ela recorriam em suas orações. Assim, logo se espalhou a devoção à Nossa Senhora da Raiz, e uma primeira capela lhe foi construída.

Conforme o tempo passava, a imagem foi gradualmente modelada por experientes artistas para finalmente receber sua beleza atual. Infelizmente, o Menino Jesus acabou perdido ao ser levado por um padre espanhol. No final do século XVIII, a Virgem foi transferida para a paróquia e vestida com belas roupas que foram doadas por seus agradecidos devotos.

A partir de 1867, o padre Antonio Plancarte, novo pároco de Jacona, atuou com grande empenho, durante os 15 anos de sua permanência no local, pela difusão da devoção a ela. Foi o padre Plancarte quem a chamou pelo nome de Nossa Senhora da Esperança, título que depois foi confirmado pelo papa Pio IX, quando este a tornou padroeira da diocese de Zamora.

Por decreto papal, a coroação canônica da Virgem se deu em 14 de fevereiro de 1886. Sendo assim, foi a primeira imagem coroada no México, antes mesmo de Nossa Senhora de Guadalupe, que foi coroada como Padroeira do país em 1895.