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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Considerações sobre a tragédia de Notre Dame e comentários do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Por Marcos Machado

6 minhá 6 anos — Atualizado em: 4/18/2019, 3:25:00 AM


    O incêndio ocorrido na Catedral de Notre Dame tomou as páginas da midia e comoveu o orbe. Sobretudo, nos corações católicos, teve um eco profundo que será necessário um recuo de tempo para ser devidamente analisado.

Fotos postadas na midia mostram pessoas ajoelhadas rezando o rosário e voltadas para a catedral em chamas. “Centenas de parisienses entoam a “Ave Maria” enquanto arde a catedral de Notre Dame“. 1

    Que intenções tinham essas lúcidas almas ao recorrerem à Ssma. Mãe de Deus, Nossa Senhora de Paris, em pleno momento da tragédia? A bela cena faz pensar se —  para além de uma perda imensa do ponto de vista artístico, cultural, histórico e religioso — não haverá também um aspecto simbólico a nos convidar a um patamar mais elevado nas relações de Deus, de Maria com os homens?

Sejam quais forem as causas e os agentes, que as perícias indicarem, o fato é que este incêndio parece soar como um gongo na História da França, da Europa, da Cristandade agonizante. Acordará, penitenciar-se-á, ressurgirá a França adormecida?

    Com palavras que nada têm do “políticamente correto” assim se expressou Salvador Sostres, no ABC, 15 de abril:  “É um sinal de nosso tempo que Nossa Senhora de Paris tenha caído. Este incêndio não é pior do que o laicismo que assola a Civilização“.2

     Nosso site já abordou outros aspectos e detalhes do momentoso assunto em artigo de Allysson Vidal.

* * *

Reproduzimos, a seguir, parte dos comentários do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira sobre Notre Dame, e recomendamos o video no link abaixo:

Notre Dame: comentários do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

[…] “Eu não posso me esquecer que em uma das viagens que eu fiz a Paris eu cheguei à noitinha. Jantei e fui imediatamente ver a Catedral de Notre Dame.

“Era uma noite de verão, não extraordinariamente bonita, comum, a Catedral estava iluminada, e o automóvel em que eu vinha passava da rive gauche para a ilha.

“E eu via a Catedral assim de lado, e numa focalização completamente fortuita. Ela me pareceu desde logo, naquele ângulo, tomado assim – se acaso existisse, e em algum sentido existe – eu diria que é tomado ao acaso, olhei e achei tão belo, que eu fiquei com vontade de dizer ao automóvel pára, que eu quero ficar aqui!

“Eu sei que o resto é muito belo, mas eu creio que poucos olharam essa Catedral desse ângulo e pararam. E eu quero ser dos poucos, para dar a Nossa Senhora o louvor deste ponto de vista aqui, que os outros talvez não tenham louvado suficientemente.

“Ao menos se dirá que uma vez um peregrino vindo de longe, amou o que muitos outros por pressa, ou por não terem recebido uma graça especial naquele momento para aquilo, não chegaram a amar. E em todos os grandes monumentos da Cristandade, depois de admirar as maravilhas, eu tenho a tendência a ir admirando os pormenores, num ato de reparação, porque estes pormenores talvez não tenham sido amados como eles deveriam ser amados.

“E então, fazer ao menos isto: amar o que deveria ter sido amado e que foi esquecido. É sempre a nossa vocação, de levar a todas as verdades esquecidas que os homens põem de lado.

     “Eu fiquei encantado com a Catedral naquele ângulo. Depois dei a volta e voltei para o hotel com a alma cheia. E se alguém naquele momento me lembrasse da palavra da Escritura “eis a Igreja de uma beleza perfeita, alegria do mundo inteiro”, eu teria dito: Oh!, como está bem expresso! É bem o que eu sinto a respeito da Catedral de Notre Dame.

     “E aí do fundo de nossas almas, do fundo de nossas inocências, vem uma outra […] sobe uma coisa que é luz, super luz, mas ao mesmo tempo é penumbra ou é obscuridade sem ser trevas, e é a  idéia de todas as catedrais góticas do mundo, as que foram construídas e as que não foram construídas, dando uma idéia de conjunto de Deus. Que entretanto ainda é infinitamente mais do que isso. Aí, o espírito que inspirou todas essas catedrais, nos aparece. E aí realmente mais nós vivemos no Céu do que na terra.

     “E aí o nosso desejo de uma outra vida, de conhecer um Outro, com “O” maiúsculo, tão interno em mim, que é mais eu do que eu mesmo sou eu, mas tão superior a mim, que eu não sou nem sequer um grão de poeira em comparação com ele, esse meu desejo se realiza e de lá eu compreendo, o Céu deve ser assim.

     “Nós amamos ainda mais o puríssimo espírito, eterno e lindíssimo, que criou tudo aquilo para dizer: “Meu filho, Eu existo. Ame-me e compreenda, isto é semelhante a Mim. Mas, sobretudo, por mais belo que isto seja, Eu sou infinitamente dissemelhante disso. Por uma forma de beleza tão quinta-essenciada e superior que é só quando me vires, que verdadeiramente te darás conta do que Eu sou. Vem, meu filho, vem que Eu te espero. Luta por mais algum tempo que Eu estou me preparando para te mostrar no Céu belezas ainda maiores, na proporção em que for grande e dura a tua luta. Espera, que quando estiver[es] pronto para v[er] aquilo que Eu tinha intenção de que vísseis quando Eu te criei, Eu te chamarei. Meu filho, sou Eu a tua Catedral, a Catedral demasiadamente grande, a Catedral demasiadamente bela, a Catedral que fez florescer nos lábios da Virgem um sorriso como nenhuma jóia fez florescer, nenhuma rosa e nem sequer nenhuma das meras criaturas que Ela conheceu””.

“Essa Catedral é Nosso Senhor Jesus Cristo, é o Coração de Jesus, que tirou do Coração de Maria harmonias como nada tirou. Ali tu conhecerás. Ele disse dEle: “serei Eu mesmo vossa recompensa demasiadamente grande””.

Assista ao video no link abaixo:

1 https://cnnespanol.cnn.com/video/ave-maria-incendio-notre-dame-parisinos-cancion-catolicos-canto-paris-digital-original-pkg/

2 https://www.abc.es/autor/salvador-sostres-1046/

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Autor

Marcos Machado

Marcos Machado

492 artigos

Pesquisador e compilador de escritos do Prof. Plinio. Percorreu mais de mil cidades brasileiras tomando contato direto com a população, nas Caravanas da TFP. Participou da recuperação da obra intelectual do fundador da TFP. Ex aluno da Escola de Minas de Ouro Preto.

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