Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
2 min — há 14 anos — Atualizado em: 8/31/2017, 5:44:47 PM
Atilio Faoro
Em Porto Alegre, deu-se o lançamento da campanha eleitoral da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. Líderes políticos locais a acompanharam em uma caminhada através da “esquina democrática” da capital gaúcha durante a qual uma bandeira do Partido Comunista disputava espaço com a do Brasil.
Em seu discurso, Dilma Roussef afirmou que a “questão social” será o ponto central de seu programa de governo e prometeu ampliar e consolidar projetos sociais do governo Lula. O que entende a candidata petista por “questão social”?
Aduzindo uma palavra de esclarecimento, disse ela na ocasião que “o compromisso com a redução da desigualdade social não pode ser abandonado na primeira dificuldade”. A seguir esta linha de pensamento, Dilma Rousseff entende que reduzir a desigualdade social é uma forma de resolver a questão social brasileira.
As palavras assim lançadas, poderiam indicar que a candidata do PT deseja realizar um salutar e simpático programa de governo em favor da melhoria das condições de vida das classes populares. É evidente que, dentro dos limites da justiça e da caridade, uma campanha pela melhoria das classes populares é digna de louvor e teria como efeito colateral diminuir descontentamentos e tensões sociais. E por isso, mereceria aplauso.
Mas vamos devagar. Na História recente não faltam os exemplos de líderes de orientação comunista e socialista que levantam a bandeira da “questão social-redução da desigualdade” com evidentes vantagens para a estratégia da revolução social.
É preciso não esquecer que os obstinados remanescentes do comunismo nada apreenderam com a queda do Muro da Vergonha em 1989. E não constam que tenham renunciado a esta ideologia e ao regime que produziu a “vergonha do nosso tempo”, como disse o Cardeal Ratzinger. E continuam a promover, dentro da sociedade atual, a luta de classes, e só o podem fazer sob pretexto de justiça, silenciando evidentemente sobre a caridade, princípio cristão que rejeitam. E assim inoculam nas aspirações de melhoria social das classes populares a luta de classes e o igualitarismo inerentes aos princípios comunistas.
Outros pronunciamentos de Dilma Rousseff se seguirão durante a campanha. Através deles, a opinião pública poderá conhecer melhor a orientação ideológica da candidata do PT. Mas desde já fica claro que mudar de roupa, de penteado ou de marketing não significa mudança de rumos e menos ainda de idéias. Como dizem os franceses, um dossiê a seguir. Com muita atenção.
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