Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 10 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:52:18 PM
Quero render aqui um especial preito de homenagem Àquele que tudo é, e sem o qual nada nem ninguém existiria. Àquele que, se deixasse de pensar e sustentar o mundo e os homens, estes simplesmente se desfariam.
Entretanto, o dia 10 de dezembro, escolhido pelo orgulho humano libertado de preconceitos religiosos como data comemorativa de seus direitos — os quais, na maioria das vezes, têm significado o espezinhamento puro e simples dos Direitos de Deus — é na realidade a data da festa de Nossa Senhora de Loreto, d’Aquela que, por sua humildade, encontrou graça diante de Deus e cuja casa foi transportada milagrosamente do Oriente por Anjos, encontrando-se hoje na Itália.
Com efeito, Deus é Senhor nosso por direito e por conquista. Por direito, por ser o nosso Criador, o único a nos dar a vida e o único com o direito de tirá-la. E por conquista, por nos ter remido pelo preço de seu preciosíssimo Sangue vertido até à sua última gota por nós na Cruz.
Pois bem, o Criador não nos criou e deixou-nos em seguida à deriva. Para que pudéssemos cumprir a razão de ser de nossa existência — conhecer, amar e servir a Deus e depois gozar da felicidade eterna no Céu —, Ele nos transmitiu os seus preceitos, consubstanciados nos Dez Mandamentos. Trata-se do mais perfeito dos códigos, cuja observância nos traria toda a felicidade possível nesta Terra de exílio.
Mas também, ao nos ensinar no Pai-Nosso “venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no Céu”, Ele quis nos mostrar que os Dez Mandamentos não foram ditados apenas para serem praticados na esfera individual, mas devem regular toda a vida em sociedade, penetrando as leis, as artes, os costumes, a literatura, as instituições do Estado, etc. Assim, ao invés de milhões de leis, de várias dezenas de ministérios, de autarquias, e de quanto mais se queira, todos ineficazes ou quase tanto, tudo funcionaria indizivelmente melhor se os homens fizessem caso do preceituado em somente dez pontos pelo nosso Criador — que é também nosso Pai —, com vistas a alcançar a felicidade terrena e eterna.
Foi o que aconteceu na Idade Média, A doce Primavera da Fé, cujos detratores insistem em chamar de Noite de mil anos, embora vivam visitando as maravilhas surgidas de suas “trevas” e frequentando as suas Universidades em busca de luz…
Com efeito, na Idade Média, a generalidade das pessoas, das instituições e dos Estados procurava se inspirar na doutrina católica, dando origem a uma sociedade teocêntrica, ou seja, que tinha a Deus no centro. Mais tarde, por ocasião do Renascimento, o mundo ocidental se “emancipou”, indo exumar os restos do paganismo com os quais construiria uma sociedade antropocêntrica, cujo auge estamos vivendo com a exaltação dos direitos humanos e o completo olvido dos Direitos de Deus. Quem quiser se aprofundar a respeito, recomendo vivamente a obra-prima Revolução e Contra-Revolução, do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.
Concluo com estas palavras lapidares da Encíclica Immortale Dei, com as quais o Papa Leão XIII descreveu a Idade Média:
“Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época, a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil. Então a religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente, graças ao favor dos príncipes e à proteção legítima dos magistrados. Então o sacerdócio e o império estavam ligados em si por uma feliz concórdia e pela permuta amistosa de bons ofícios. Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda expectativa, frutos cuja memória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer.”
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