Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 13 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:31:49 PM
O que significa esse título escrito de modo incorreto? Ignorância crassa do autor deste artigo? E como passou pela revisão? Sem querer defender o autor, nem os revisores, o problema, no entanto, é outro. E grave!
Um livro circula pelas escolas, com aquiescência do Ministério da Educação e Cultura (MEC), ensinando às crianças que é certo falar de modo errado. Querer que as pessoas se expressem corretamente seria “preconceito”.
“‘Por uma Vida Melhor’, de autoria de Heloísa Ramos, afirma que o uso da língua popular — ainda que com seus erros gramaticais — é válido na tentativa de estabelecer comunicação. O livro lembra que, caso deixem de usar a norma culta, os alunos podem sofrer ‘preconceito linguístico’. ‘Fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas.’
“Uma comissão formada por professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) aprovou o livro, que chegou a 484.195 alunos de todo o País. Defende que a forma de falar não precisa necessariamente seguir a norma culta. ‘Você pode estar se perguntando: Mas eu posso falar os livro? Claro que pode’, diz um trecho. […] Em nota divulgada pelo MEC, a autora defendeu que a ideia de ‘correto e incorreto no uso da língua deve ser substituída pela ideia de uso da língua adequado e inadequado’”.(1)
“Para a autora, Heloisa Cerri Ramos, em entrevista, as críticas refletiriam uma ‘posição conservadora’. Não se deveria discriminar quem fala errado”.(2) Como se o caso fosse de discriminação e não de educação e ensino!
“Com precisão, a escritora Ana Maria Machado exemplifica: ‘Seria como aceitar que dois mais dois são cinco’. […] Eis o resultado da celebração da ignorância, que, junto com a banalização do malfeito, vai se confirmando como uma das piores heranças do modo PT de governar”.(3)
Admitir que é certo falar errado “dá a medida da falta de rigor do processo de escolha, que ‘desperdiça dinheiro público com material que emburrece, em vez de instruir’, como diz a procuradora da República Janice Ascari. […] Um grupo de membros do Ministério Público, liderado pela procuradora, anunciou que processará o MEC por ‘crime contra a educação’”.(4) A Defensoria Pública da União no Distrito Federal entrou com ação pedindo o recolhimento da obra.
Em pesquisa realizada com vários estudantes no Rio, a doméstica Maria Erlaine Mendes da Silva, 22 anos, diz que prefere ser corrigida na sala de aula a sair por aí “falando errado. Não tenho vergonha de ser corrigida. É obrigação do professor ensinar o certo”. Para “uma coordenadora de curso supletivo na rede estadual: ‘A sensação que tenho é a de que querem sempre nivelar o aluno da escola pública por baixo’”.(5)
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Ante alguém que se exprime em português de forma errada, não se trata em absoluto de ter preconceito contra ele, mas sim de ajudá-lo a falar corretamente. Para isso existe a escola. A aversão à norma culta como polo para o qual deve convergir necessariamente o ensino é irmã da aversão às regras de educação no trato entre as pessoas; como também da aversão a toda norma moral no vestir e no coibir os instintos e as paixões desregrados.
Por detrás da aceitação do erro gramatical como modo normal de falar está uma mentalidade anárquica, para a qual todas as regras são más e toda ordem, uma camisa de força. É o guizo da cascavel das convulsões anárquico-comunistas de maio de 1968 que se faz ouvir.
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Notas:
1. “Agência Estado”, 17-5-11.
2. “O Estado de S. Paulo”, 17-5-11.
3. Idem, ibidem, Coluna de Dora Kramer.
4. Idem, 18-5-11.
5. “Último Segundo”, 18-5-11.
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