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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Os reinos e as repúblicas

Por Padre David Francisquini

4 minhá 5 anos — Atualizado em: 10/22/2019, 3:38:34 PM


No cenário da criação e da educação escolar, aprende-se que há três reinos dominantes na natureza: mineral, vegetal e animal.

Osminerais, desde um simples calhau até o mais esplendoroso diamante, passandopelas pedras semipreciosas e preciosas, são inanimados, não possuem vida.

Sobreos vegetais, são seres dotados de vida. Estes, com toda as suas maisencantadoras particularidades, de um simples miosótis ou gramínea a um carvalhoou baobá, encontram-se em todos os recantos da Terra.

Porfim, os animais que se subdividem em racionais e irracionais, sendo osprimeiros os mais perfeitos da obra da Criação, e os demais não apresentamraciocínio, mas apenas funções secundárias na ordem estabelecida por Deus.

Porsua vez, os seres racionais são dotados de alma e corpo e, por isso mesmodignos de maior relevância e maravilhamento, pois ao criá-los, Deus os fez àsua imagem e semelhança. Tais predicados determinam que o homem — dotado derazão e provido pelas noções advindas de seu intelecto — é capaz de distinguiro bem do mal, o certo do errado.

Criação

Apartir de suas características cognitivas, o homem vai além ao estabelecersistemas de pensamentos e ideias. Assim procederam e assim ensinaram, porexemplo, São Tomás de Aquino em sua Teologia Dogmática, e Santo Afonso deLigório na Teologia Moral. Trata-se de um processo comum em todas as áreas docomportamento humano.

            Assim criado, o homem se tornou sujeito a ter ideias eavaliar com clareza e precisão as consequências de suas atitudes e assumirresponsabilidades por seus atos. Enquanto os irracionais possuindo apenas umsopro de vida mortal, perecível, deixando de existir com a morte do corpo, éincapaz de tomar decisões, calcular ou assumir consequências de seus atos.

Coma falta de entendimento, o animal irracional não tem noção de si mesmo. Pormais que pensemos que ele seja livre, narealidade, não o é, pois ao praticar os seus atos ele é impelido apenas porsensações, apetites e pelo instinto natural. Tais atributos podem conduzi-lo aum fim de que ele mesmo ignora, e cujas consequências não poderá nunca medirnem prever.

Daí se depreende que ele não pode ficar sujeito a uma normajurídica, uma vez que, por ser irracional, ele não tem como obedecer a uma leique não seja a mera consequência de seus instintos animais. Mesmo no que dizrespeito a essa “lei da natureza”, derivada de seus instintos animais, ele nãoa conhece racionalmente, estando a ela sujeito como um escravo, incapaz defugir de seus preceitos.

Sendo assim, nesse aspecto, o animal não se diferencia de umcopo ou de uma cadeira. Ele não é um ser senciente, isto é, um ser comsensações e sentimentos conscientes. Portanto, nunca poderá ser uma pessoa com personalidade jurídica, como é um homemracional, pois nem sabe se existe lei ou não…

Sabemos que o animal sente dor, frio, fome, mas nada dissopoderá nos levar a compará-lo ao homem, seja no quesito de direitos e das leis,seja no tratamento enquanto criaturas que devem estar ao serviço do homem, enão o contrário. Visto ser o homem o detentor do poder de vida e morte dosanimais, a ele cabe zelar pelo equilíbrio da vida na Terra, e, desta forma,prestar honras a Deus, criador e organizador de todas as hierarquias.

Portanto, o homem não pode extrapolar os desígnios de Deus aodispor a sua criação. Mas os nossos deputados, talvez depois de julgarem ter jáfeito tudo pelo bem dos brasileiros, começam a se dar ao luxo de cuidar dosanimais, dando a eles um status jurídico. Para o Senador Randolfe Rodrigues, aconcessão de status legal aos animais representa “um avanço civilizacional”.

Taldisparate é de molde a provocar a reação de parlamentares sensatos, e nãoalinhados com a plataforma política esquerdista, como tal lei poderá causarsérios problemas como a interferência na cadeia produtiva agrícola, podendo atémesmo chegar a proibir o abate de animais para alimentação.

Com efeito, em vez de se preocuparem com a aprovação depautas que almejem o desenvolvimento e progresso do Brasil, com consequentecriação de empregos, tais parlamentares vêm com essa proposta absurda, além daperda de tempo e de dinheiro.

AsEscrituras dispõem que Deus Nosso Senhor ao fazer o homem à Sua imagem esemelhança o estabeleceu como síntese de toda criatura, colocando-o no domíniode todas as coisas. Contudo, as cogitações materialistas do espírito hodierno,de modo particular nas repúblicas revolucionárias, costumam burlar da forma deraciocinar alinhada aos valores espirituais ou morais.

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*Sacerdote da Igreja do Imaculado Coração de Maria – Cardoso Moreira (RJ).

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Autor

Padre David Francisquini

Padre David Francisquini

139 artigos

Pe. David exerce sua missão sacerdotal na Igreja do Imaculado Coração de Maria, em Cardoso Moreira (RJ). Entusiasta do livro Revolução e Contra-Revolução, do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, o Revmo. Pe. David sempre propagou os ideais deste insigne pensador e líder católico. Pe. David é autor de dois livros importantes para a defesa da família Brasileira: "Catecismo contra o Aborto" e "Homem e Mulher, Deus os criou".

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