Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
9 min — há 4 anos — Atualizado em: 3/13/2021, 4:48:55 PM
O editorial do site de notícias italiano, “La Nuova Bussola Quotidiana” ¹ de fevereiro pp, abordou os “novos” – aliás, os velhos conhecidos – rumos traçados pelo progressismo católico diante do “Novo Normal”, onde os sacramentos instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo – de que a Igreja Católica é a guardiã e os ministra aos fiéis – vêm sendo o grande obstáculo para o Ecumenismo Religioso. Como esquivar desta afirmação do próprio Deus: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna…”(São João 6, 54), aliás inspirada pelo próprio Espírito Santo que guiará sua Igreja até a consumação dos tempos?
Para os progressistas a construção deste novo Pantheon Fraterno das religiões, a pandêmia gerada pelo vírus-chinês – que ceifou já inúmeras vidas e tantas e tantas sem receber os sacramentos… –, vem sendo uma grande oportunidade para conseguirem impor: a “Igreja que virá”, a “Segunda Igreja”, a “Igreja Vindoura”, ou ainda um “segundo modelo de Igreja”, que se serve do medo gerado pela pandêmia para superar as resistências a esse “novo” sopro de um “espírito santo”… que daria origem a um novo paradigma.¹
Enigmático, a “pandemia se tornou uma grande oportunidade para acelerar o processo de descristianização da Igreja Católica. Depois que a ideia de uma “mudança de paradigma” na Igreja foi esclarecida pelo atual Pontífice, não passa um dia sem notícias de aplicações criativas deste novo ideal.”, aponta notícia. ¹
Aconteceu no “dia 9 de julho, o Bispo da Diocese de Belluno [Itália], V. Ex.ª Revma Dom Renato Marangoni participou de um debate, organizado pelo fórum de Limena, junto com Andrea Grillo. Título: a Igreja que virá (veja aqui ). Ai. O título lembra um artigo de Ghislain Lafont, monge beneditino da Abadia de Sainte-Marie de la Pierre-qui-Vire (fundada em 1850 pela grande figura de Jean-Baptiste Muard), publicado no ano passado na revista Munera .” ¹
“No artigo, Lafont defendia a transição de uma Igreja identificada no binômio fides et sacramenta, que “correspondia a uma percepção, algo negativo da Revelação”, para uma (nova que consiste em) conceber como Evangelium et donum Spiritus Sancti. Lafont acredita que esta “segunda igreja” deve de fato incorporar a fé e os sacramentos, mas mudando seu significado. A Igreja, segundo ele, deve se converter, em função do trabalho comum de estabelecer a fraternidade entre os homens; “De um remédio para o pecado fundado em uma instituição forte, oponível a todas as outras, devemos passar a uma capacidade positiva de construir a fraternidade humana.” ¹
Mesmo com um discurso de difícil compreensão, eles têm um objetivo bem direcionado. Deve-se portanto mudar o significado da Fé e dos Sacramentos, logo uma outra igreja surgirá.
“De uma atitude exclusiva e hostil, para alcançar uma abertura, uma comunicação ou mesmo uma colaboração entre todas as instituições. Indo de relatar o erro (interno ou externo) para uma reunião ativa para sempre “. As referências “proféticas” deste tipo de conversão são traçadas por Lafont no encontro inter-religioso em Assis, em 1986, e no apelo de Abu Dhabi, em 2019. A declaração Dominus Iesus, que se situa entre os dois “eventos proféticos”, obviamente não é mencionada; com efeito, deve ser considerado um incidente desagradável ao longo do caminho, pois a Igreja vindoura é chamada a renunciar à exclusividade para aceitar “ser um meio, com outras Igrejas, religiões, instituições não confessionais, desta cultura ativa da fraternidade. “”.¹
“O sentido do discurso é que (já não) há uma humanidade para salvar: a salvação “já está dada, porque o pecado está perdoado”. Até o Concílio Vaticano II (CVII) deve ser superado, pois ele, em sua relação com outras religiões, ainda afirma uma ordem, “cujas formas são concebidas a partir da forma perfeita, a católica”. Coisas ruins. Em vez disso, é necessário privilegiar “o aspecto dinâmico: cada um dos componentes desta ordem articulada é agora considerado em sua capacidade de construir a fraternidade humana”.”.¹
O ódio a todo tipo de Ordem – um reflexo da Perfeição de Deus – é inexplicável!
“A passagem é, portanto, entre estes dois modelos de Igreja: o primeiro baseado na fé e nos sacramentos, necessários para a salvação eterna; a segunda em um Evangelho sine glossa [sem comentários], isto é, segundo a explicação de Lafont, que vai além das formulações dogmáticas e magisteriais, para se abrir aos dons do Espírito. E esta conversão, necessária para construir a fraternidade, deve envolver uma “nova forma de fazer e compreender: a forma de dizer a fé, a de celebrar e pensar a liturgia, a de assegurar o governo”.”. ¹
“Fraternidade” quantos crimes comentem em teu nome…
Mesmo com o pânico a seu favor, uma resistência sadia persiste neste imbróglio: “Aspectos que certamente – Lafont está ciente disso – encontram forte resistência; mas “quem sabe se o trauma da pandemia não superará essas resistências?”. Abençoada pandemia, que nos dá uma mão para derrubar o barco de Pedro!” ¹
Afirma artigo: “É o que espera D. Marangoni , evocando a imagem dos discípulos de Emaús de Arcabas ( de gustobus …): «depois do encontro de Cleopa e do seu companheiro com o Ressuscitado, a artista retrata a porta aberta ao céu estrelado , uma cadeira que vira… aquela cadeira que vira é uma imagem muito bonita da Igreja neste tempo que vivemos ».” ¹
“Andrea Grillo também propõe uma mudança de paradigma, propondo passar de uma Igreja fundada nos três “S” (sacrifício, sacerdócio, sacramento), aos três “T” (távola[mesa], tálamo[cama]e toilette[banheiro]). Sim, senhor: comer, copular (não está claro se o vínculo conjugal é necessário) e cuidar da limpeza mútua, expressão de “cuidar”.”.¹
“Foi assim que Dom Marangoni iniciou a revolução esperada pela dupla Lafont-Grillo , regozijando-se porque a pandemia finalmente permitiu retirar as carteiras e colocar as cadeiras no lugar. Na verdade, à mesa (o primeiro dos três “T”) com um banco … é bastante desconfortável. Não ousamos imaginar o que as igrejas se tornarão no que diz respeito à cama e ao banheiro.”. ¹ Não é de estranhar que os progressistas venham defendendo o fim do celibato, ordenações sacerdotal feminina e outras deformações. Parece que as Bem-aventuranças do Sermão da Montanha vão ser rifadas nesta mudança de paradigma…
No entanto, substituir os três “S”, sacrifício, sacerdócio e sacramento, pôr os três “T”, távola, tálamo e toilette (mesa, cama, banheiro), forjará o nascimento de uma Igreja pneumática, igualitária, humanista e dessacralizada – o impulso revigorante para que o ecumenismo religioso saia do imbróglio do atual pontificado.
“Entretanto, a pandemia oferece a oportunidade de realizar o grande sonho de destronar a Eucaristia, que desde os fons et culmen da vida cristã se dissolve literalmente no novo moralismo do «cuidar»[toilette]. Em outro lugar, de fato (veja aqui), [o abade beneditino] Ghislain Lafont lembrou que “o sacramento da Eucaristia não parece estar em primeiro lugar na economia da fé. Para a humanidade, trata-se de fazer um sacrifício espiritual a Deus que consiste inteiramente na prática da caridade: para com Deus, para consigo mesmo, para com o próximo. Sacrifício na medida em que se realiza no movimento de dar, de pedir, de receber, que é o próprio ritmo do amor e implica uma renúncia feliz”.”.¹
O prof. Plinio Corrêa de Oliveira chama atenção para uma manobra comunista que consiste em torcionar o sentido natural das palavras, são “as palavras talismãs”: “As palavras são como as abelhas, elas têm mel e ferrão”, diz um provérbio europeu. Como transformar as palavras em armas de luta, pensaram os ladinos especialistas em guerra psicológica a serviço das esquerdas[progressismo]? Usando o dito acima: ferindo com o ferrão igualitário a vítima previamente anestesiada pela doçura.”. ²
Continua o Prof. Plinio sua advertência:“Há palavras que têm qualquer coisa de mágico, de talismânico. Talismã, como se sabe, é um encanto, um amuleto. Chama-se de talismã, por exemplo, uma figa, uma ferradura, uma pedra preciosa com uns brilhos misteriosos. Nomeia-se assim, até certo ponto, a bola de cristal na qual a pitonisa pretende prever o futuro. A palavra-talismã, como um amuleto, “suscita toda uma constelação de fobias e de simpatias, de emoções contraditórias”. ²
Um questionamento que poderia ser feito aos progressistas – segue a matéria do site italiano: “Talvez devêssemos reconsiderar com maior atenção o episódio que os evangelistas Marcos, Mateus e João destacam, pouco antes da traição do Senhor. A escandalizada condenação da unção de Jesus por Maria de Betânia é combinada com uma inadequada preocupação dos discípulos pelos pobres. O mais escandalizado é ele, o traidor, que também parece ser o mais zeloso defensor dos “pobres”. Na verdade, São João o desmascara: ele não se importava com os pobres.”. ¹ Hoje as preocupações parecem serem as mesmas!
Continua a indagação: “E não poderia ser diferente, porque ele não se importava mais com o Senhor. Se a Eucaristia não está no centro, se o amor ao Senhor presente na Eucaristia não está mais em primeiro lugar – como desejavam Lafont e seus seguidores – o “cuidado”, a fraternidade, os pobres são apenas deuses[subterfúgios]. Desculpas para esconder a terrível verdade da traição. E Judas era, aparentemente, um membro ativo do primeiro “colégio episcopal”.”.¹
Já apontava Paulo VI a existência do misterioso processo de “autodemolição” da Igreja*, e atualmente este processo passa por uma metamorfose, ludibriando os católicos a irem a um novo Pantheon Fraterno das religiões, onde num primeiro momento não se exigirá que acenda um incenso aos deuses pagãos no Olimpo do progressismo, mas sim rejeite – mesmo de forma subtil – a Presença Real, ou seja o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo presente no Sacramento da Eucaristia!
* = Em Defesa da Ação Católica, obra providencial. Há 60 anos, veio a lume o livro-denúncia, o “livro-kamikaze” de Plinio Corrêa de Oliveira. Obra fundamental para se entender a origem da crise estabelecida na Santa Igreja na fase pós-conciliar e a existência do misterioso processo de “autodemolição” da Igreja, apontado por Paulo VI. ³
Devemos pedir ao Espírito Santo, sim, o discernimento e a coragem em defender a imaculada doutrina deixada por Seu Filho, à Igreja três vezes Santa e Imortal, nesses tempos em que a crise de Fé na Igreja parece não ter precedentes…
Contudo, uma grande promessa deve nos revigorar neste período conturbado: “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!” Ó Virgem de Fátima venha a nosso amparo!
Fonte:
¹ = https://lanuovabq.it/it/tavola-talamo-e-toilette-la-chiesa-che-verra-inquieta-gia (Tradução livre e grifos nossos)
² = https://ipco.org.br/palavras-que-sao-talismas/
³ = http://catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?IDmat=511&mes=junho2003&pag=1
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