Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 12 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:29:24 PM
“As palavras são como as abelhas, elas têm mel e ferrão”, diz um provérbio europeu. Como transformar as palavras em armas de luta, pensaram os ladinos especialistas em guerra psicológica a serviço das esquerdas? Usando o dito acima: ferindo com o ferrão igualitário a vítima previamente anestesiada pela doçura.
Há palavras que têm qualquer coisa de mágico, de talismânico. Talismã, como se sabe, é um encanto, um amuleto. Chama-se de talismã, por exemplo, uma figa, uma ferradura, uma pedra preciosa com uns brilhos misteriosos. Nomeia-se assim, até certo ponto, a bola de cristal na qual a pitonisa pretende prever o futuro. A palavra-talismã, como um amuleto, “suscita toda uma constelação de fobias e de simpatias, de emoções contraditórias”.[1]
Por exemplo, a palavra diálogo. Assim também a palavra social. Aristóteles dizia que o homem é um animal social, portanto dá-se bem na companhia de seus semelhantes. Mas esta palavra na boca de um esquerdista toma toda uma constelação de outros sentidos, semi encobertos, que vão além de seu significado original, e podem preparar os espíritos para as palavras socialismo e comunismo. Essa palavra passa a constituir “um como que talismã a exercer sobre as pessoas um efeito psicológico próprio”.
Outro exemplo: que quer dizer “cansaço social”? A expressão é encontradiça na mídia, mas não tem significado definido.
Por vezes é um conjunto de palavras, como por exemplo o lema da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade, Fraternidade. É quase indescritível o grau de combustão a que tais palavras levaram. Vale citar o dito de Madame Roland ao ir para a guilhotina: “liberdade, liberdade, quantos crimes se praticam em teu nome!” Há também expressões deste gênero, como “direitos humanos”, “politicamente correto”, “classes subalternas” etc.
Dou alguns exemplos contemporâneos de palavras-talismã: ecológico, ambiental, sustentável; discriminação, globalização, ecumenismo, diálogo, homofóbico… Fica bonito para alguns usar esses termos, ainda que não conheça bem seu sentido. Ou melhor, seus sentidos, pois tais palavras têm um sentido literal, e depois vários sentidos paralelos. Muitas vezes, para quem as ouve demonstram que a pessoa com quem conversa está ao par das últimas. “Quem as usa deve ser um homem atualizado, que conhece as coisas. Vou ouvi-lo com mais atenção”, pensa um ingênuo.
Foi Dr. Plinio que, em 1966, usou pela primeira vez a expressão “palavra-talismã”, em seu famoso e muito traduzido livro “Baldeação Ideológica Inadvertida e Diálogo”, que repercutiu em toda a América, na Europa e até atrás da então férrea Cortina de Ferro.
O PNDH-3 (Terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos), já analisado neste site, é abundante de palavras-talismã em seu interior. Como um amuleto, elas exercem sobre as pessoas um efeito psicológico próprio, muito importante para a divulgação pela mídia das ideias, principalmente as da esquerda…
A palavra-talismã cria sentidos sugestivos, insinuantes, e às vezes uma insinuação pode ser mais convincente que toda uma argumentação. Ela “suscita toda uma constelação de fobias e de simpatias, de emoções contraditórias”.[2] E possui ressonância publicitária. Diz mais do que o mesmo expresso com clareza e é muito apta a levantar dúvidas infundadas.
Existem também xingatórios talismânicos. Por exemplo, o de “reacionário” um tanto fora de moda. E o de “medieval”, que corre o risco de ser um título de honra para o destinatário…
Caro leitor, se tiver detectado palavras- talismã, escreva-nos. Vão enriquecer o nosso acervo. E todos aproveitarão.
[1] Reunião em 1965.
[2] Idem, ibidem.
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