Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
2 min — há 9 anos
1. No primeiro turno das eleições presidenciais na Argentina, em 25 de outubro último, a mudança para a corrente política de centro do candidato peronista argentino, Daniel Scioli, não foi suficiente para aparentar distância da esquerdista presidente Cristina Kirchner.
2. O resultado dessa identificação, indesejada, do próprio candidato governamental, Daniel Scioli, com a tão desprestigiada presidente Kirchner foi que ele obteve apenas 36,86% dos votos, sendo que esperava obter uma maioria absoluta. O candidato de oposição, Mauricio Macri, que se situa como centrista e prometeu mais respeito à iniciativa privada no terreno econômico, recebeu 34,33% dos votos. Essa vitória apertada do candidato peronista no primeiro turno, com pequena margem de 2,53%, abriu uma incógnita sobre quem será o vencedor no segundo turno, que será realizado no dia 22 de novembro.
3. Tal apertada vitória peronista no primeiro turno foi considerada quase unanimemente, por gregos e troianos, como um fiasco de “kirchnerismo” e das esquerdas argentinas. Ao mesmo tempo, no Brasil, o petismo populista, ao qual pertence a presidente Dilma Rousseff e seu mentor, o ex-presidente Lula da Silva, continua afundando na lama da corrupção e do desprestígio.
4. A crise populista na Argentina e no Brasil está, a justo título, causando alívio e elevando o ânimo entre os opositores nessas duas nações. Mas dever-se-ia ter muita cautela para não se deixarem conduzir pelo otimismo fácil que desarma as reações e desmobilizam os antipopulistas.
5. Com efeito, é mais seguro continuar numa atitude de saudável desconfiança, quando se considera que certas personalidades de oposição — tanto na Argentina como no Brasil — também estão contaminadas elas mesmas por variáveis doses de populismo e corrupção.
6. Ademais, embora seja verdade que existe um acentuado declínio peronista-petista, é também realidade que algumas correntes populistas latino-americanas são como certos tipos de ervas daninhas que, por meio de modificações genéticas, criam resistências a pesticidas, e, por essa razão, continuam sobrevivendo…
7. Trata-se de cepas multipopulistas com capacidade de metamorfosearem-se rapidamente, e com suficiente flexibilidade genética para se moverem da esquerda para o centro, quando o público desperta da sonolência modorrenta; e do centro para a esquerda, quando esse mesmo público retorna politicamente ao sono. Todo cuidado é pouco com tais cepas multipopulistas, ao mesmo tempo flexíveis e enganadoras — peronista na Argentina; petista no Brasil; frentiamplista no Uruguai, etc. Atualmente, elas produzem ervas daninhas na América do Sul. E isso deve ser denunciado com argumentos claros e convincentes. Argumentos que sejam ao mesmo tempo suficientemente simples para alcançar o entendimento de toda população e desmascarar o código genético do multipopulismosul-americano. Trata-se de um desafio histórico para os movimentos de centro e de direita dessas nações. Um árduo desafio, mas não impossível. Se fosse tarefa fácil, não seria um desafio.
Tradução do original espanhol por Paulo R. Campos
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