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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Quebra da barreira do horror


Entre as forças vivas de um povo, que conduzem à realização mais perfeita de sua missão, estão seus usos e costumes. Conforme estes se aproximam ou se afastam dos axiomas retos da boa ordem das coisas (reto uso segundo sua natureza e segundo seu fim), mais o povo trilha o caminho que deve seguir ou dele se desvia.

Atualmente está em curso uma revolução cultural, que atua em âmbito mundial, visando à aceitação incondicional de usos e costumes dos mais contrários à natureza, como são, por exemplo, os propugnados pelos lobbys que defendem as práticas homossexuais. E não são poucos os que se dedicam a querer impor, até mesmo por leis, a aceitação de tais práticas. Fazem parte desses lobbys, ou pelo menos os apóiam, aquelas personalidades do mundo político, artístico, acadêmico, etc. que se esforçam por criar um ambiente propício a que se deixe de ter horror a tais condutas imorais.

Não nos referimos, evidentemente, àqueles que, descobrindo em si mesmos uma tendência homossexual, lutam nobremente para não se entregarem a ela. Esta é uma atitude altamente meritória e que merece aplauso.

À medida que se avança na aceitação, ainda que incomodada, das várias aberrações que proliferam no mundo moderno, a revolução cultural procura dar sempre mais um passo rumo ao abismo.

Um fato que ilustra bem esse fenômeno aconteceu na Holanda e foi transmitido pelo canal de televisão BNN num programa de culinária denominado Proefkonijn. Dois apresentadores, submetendo-se a uma pequena cirurgia diante das câmeras, extraem pedaços de carne de seus próprios corpos, fritam-nos e os comem, diante de um público que a tudo assistia atônito.

Houve queixas, mas já aí entrou o esquema de “abafa as consciências”: a Promotoria de Amsterdã decidiu que “não investigará o canibalismo na TV”

Dentro dessa lógica, os fautores de horrores continuarão a gerar ações gradualmente piores e não se deterão. Serão eles vitoriosos no estabelecimento de um mundo diabólico?

Estamos diante de uma revolução cultural, conforme denunciou Plinio Corrêa de Oliveira. Ela visa a minar primeiro as legítimas barreiras de horror ao mal que existem impressas em nossas almas, como o repúdio ao costume bárbaro de comer carne humana, ainda mais a própria carne.

Entretanto, a presente decadência moral é de tal monta, que até isto corre o risco de ser banalizado. É de pasmar, mas é assim.

Na revolução cultural em curso, o objetivo mais imediato é romper as barreiras do horror ao mal, e isto se consegue manifestando abertamente aquilo que provoca horror. Tornando-se freqüentes tais manifestações, depois de certo tempo a aberração fica tão comum que ninguém mais se espanta com ela, e clamará no vazio quem diga que aquilo é um horror.

Na opinião pública é que se opera essa transformação. Se o conjunto das pessoas tem convicções sãs o resultado natural é que se tenha uma opinião pública sã, consequentemente, ela gerará reações sãs. Sobretudo se o conjunto das pessoas se deixa conduzir pelas graças que, sempre, a Providência Divina, a rogos de Maria Santíssima, concede aos povos, então a fidelidade à Lei de Deus produz maravilhas de retidão natural e moral.

O homem facilmente engendra sofismas para justificar as más ações que deseja praticar ou já praticou, os maus costumes que contraiu ou está contraindo. Disse-o Paul Bourget: “Cumpre viver como se pensa, sob pena de, mais cedo ou mais tarde, acabar por pensar como se viveu” (Le Démon du Midi, Plon, Paris, 1914, vol. II, p. 375).

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Nota: O comentário refere-se à notícia publicada no link: http://m.estadao.com.br/noticias/impresso,justica-nao-investigara-canibalismo-na-tv,814884.htm sob o “Justiça não investigará canibalismo na TV”

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Nilo Fujimoto

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