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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Porque a desigualdade na Criação é um bem (I)

Por Nuno Alvares

3 minhá 6 anos — Atualizado em: 5/13/2019, 6:37:54 AM


      A esquerda insiste na ideia de igualdade a propósito de tudo. Por exemplo, as cotas introduzidas nas universidades seriam uma forma de atingir a igualdade.

     Reproduzimos abaixo os comentários do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, sobre esse atualíssimo tema, baseados nos ensinamentos de São Tomás explanando os princípios e a doutrina da Contra Revolução (*). Alicerces sólidos para a formação da juventude e edificação de um Brasil em oposição às garras da esquerda. (subtítulos nossos).

    “Santo Tomás pergunta se convinha que houvesse várias criaturas, em vez de haver uma criatura só.

A desigualdade é um bem na Criação

     “Teríamos, depois, uma segunda pergunta: havendo várias criaturas, o que seria melhor: que fossem todas iguais ou todas desiguais entre si?

    “A esta pergunta Santo Tomás dá a resposta seguinte: a desigualdade é um bem. Analisando as respostas que (São Tomás) dá, veremos que ele só diz que Deus fez a desigualdade no universo para que a desigualdade fosse uma perfeição no universo; mas, pelas respostas que ele dá, percebe-se que quanto maior o número de desigualdades, maior a perfeição que um determinado conjunto de coisas tem. A desigualdade figura como um bem em si na Criação. E esse bem em si existindo também nas obras dos homens, é melhor do que não existir. A desigualdade em si mesma é uma perfeição.

     “De que maneira Santo Tomás prova isto?

               O universo deve ser semelhante a Deus. Relação Causa-efeito

      “Primeiro ele mostra que a desigualdade na Criação é um bem, considerando Deus como causa e o universo como efeito. Nesta relação de causa e efeito mostra que esta relação é mais perfeita havendo seres desiguais, do que sendo todos os seres iguais. Toma ele como ponto de partida um pressuposto: a criação deve ser semelhante a Deus.

     “Quem age, tende a plasmar sua semelhança no efeito, na medida em que o efeito comporta. Por exemplo, consideremos um professor. Tende ele a plasmar sua semelhança no efeito, que é o aluno. Tende a dar ao aluno um conhecimento, que é semelhança do conhecimento dele. E a aula será boa, isto é, a causa será eficiente, na medida em que esse efeito for semelhante à causa, ou seja, na medida em que o conhecimento adquirido pelo aluno for semelhante ao professor.

      “Outro exemplo: um artesão e sua obra. Concebe ele uma determinada obra. Será ela perfeita na medida em que corresponder à imagem concebida pelo artesão. Também um músico e sua composição, um engenheiro e a casa que faz. O músico tem um determinado plano de harmonia e ele compõe uma música para exprimir aquilo que lhe está no espírito. A música será tanto melhor, quanto melhor ela for a expressão da harmonia que está na cabeça do músico.

      “Enfim, a ideia é de que sempre que uma causa age bem, o efeito é parecido com a causa. Quanto mais perfeita é a causa, tanto mais o efeito é parecido com ela. Quanto melhor o professor, tanto melhor o efeito; quanto melhor o músico, tanto mais perfeita a harmonia, etc.

Conclusão:

      “Deus sendo perfeitíssimo, convinha que o universo fosse perfeitíssimo. Perfeitíssimo não querendo dizer que tenha a maior perfeição possível, mas que tenha um alto grau de perfeição. Para o universo ter esse alto grau de perfeição, naturalmente era preciso que o universo fosse muito parecido com Deus, porque a perfeição do efeito está em sua semelhança com a causa.

      “Fica provado, portanto, que a perfeição do universo consiste em se parecer com Deus. As criaturas não podem ter toda a semelhança com Deus, mas apenas refletir alguma perfeição do Criador”. Portanto, a desigualdade é um bem em si mesma.

     Voltaremos ao tema.

https://www.pliniocorreadeoliveira.info/DIS_1957_antiigualitarismo09.htm

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