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Plinio Corrêa de Oliveira
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Procissão De Corpus Christi Em Viena E O Revide Católico Ao Protestantismo

A procissão de “Corpus Christi” em Viena, 1912: uma expansão do verdadeiro revide católico


Procissão De Corpus Christi Em Viena E O Revide Católico Ao Protestantismo

O Natal” (“Le Noël”), Paris, 3 de outubro de 1912. Congresso Eucarístico de Viena. Procissão do domingo, 15 de setembro de 1912.

Portanto, dois anos antes da Primeira Guerra Mundial. Era em plena Belle Époque ainda.

Nota da revista: Transcrevemos a narração deste triunfo eucarístico da publicação “A Semana Religiosa”, de Paris.

Tinha ficado combinado que, em caso de intempérie, a grande procissão do domingo não seria realizada, e que tão-somente uma Missa seria celebrada pelo legado papal, na catedral de Santo Estevão, ante o imperador [Francisco José] e toda a corte.

Apesar de tudo, no domingo de manhã, sem se preocuparem com a chuva que não cessava de cair, 80 mil homens que deviam tomar parte na procissão, estavam fielmente em seus postos, com estandartes, bandeiras e música à frente.

Por outro lado, ficamos sabendo que o imperador [Francisco José] tinha declarado que era necessário que a procissão fosse feita custasse o que custasse:

– Os citadinos, disse ele, têm guarda-chuvas; os campesinos não temem a chuva, e o Santíssimo Sacramento irá de carro.

Apesar de sua idade avançada (Francisco José tinha 84 anos), pretendia ele mesmo participar da procissão.

O Imperador Francisco José, aos 84 anos, participa da procissão do Ssmo. Sacramento em Viena, 1912O Imperador Francisco José, aos 84 anos, participa da procissão do Ssmo. Sacramento em Viena, 1912

Às oito horas, a tropa já tinha tomado posição. O cortejo, composto exclusivamente de homens, saía do átrio da catedral de Santo Estevão, enquanto 150 mil mulheres e moças estendiam-se por duas alas desde a catedral até a porta monumental que dava acesso ao palácio imperial.

"Eu chamo a atenção dos senhores para alguns pormenores. Aqui, por exemplo, é uma procissão do Santíssimo e uma procissão que evidentemente ia se realizar numa atmosfera de muito fervor, tudo estava indicando. Entretanto, com certeza seguindo uma velha tradição, estavam separados as mulheres dos homens."

Primeiramente avançam as paróquias de Viena, em seguida os magnatas húngaros, os tiroleses em número de oito mil, os bósnios, os checos, os moravos, os rutenos e os romenos.“

Comentários do Prof. Plinio:

“Estas cerimônias assim, de um sentido religioso, desenvolvidas em adoração ao Santíssimo Sacramento com um intuito polêmico, porque as procissões do Santíssimo Sacramento não existiam antes de existir o Protestantismo. Mas como arrebentou no século XVI na Europa, a primeira Revolução, que foi a Revolução protestante. Acontece que a Santa Sé, o Concílio de Trento acharam necessário dar um revide público à negação da Presença Real de Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento.

“E então mandar no mundo inteiro onde houvesse organização católica para isso, quer dizer, clero, e eventualmente bispo, e, enfim, toda montagem religiosa, eclesiástica necessária para isso se fazer, e povo que compareça, fazer no dia da festa de Corpus Christi, exatamente Corpus Christi é o corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, é o Santíssimo Sacramento em que está presente Nosso Senhor com corpo, sangue, alma e divindade.

Um revide ao Protestatismo

Então fazer neste dia a procissão em revide ao protestantismo. Mas um revide com a nota católica. Quer dizer, o revide não consiste em conduzir cartazes escrito: “Morra Lutero, foste um cão abominável”, uma série de frases dessas, mas que não é o auge do revide. Para alguém que me põe a língua, o auge do revide não é eu pôr a língua para ele. Ele é ele, ele exprime sua cólera pondo a língua. Eu talvez desvie o rosto, talvez faça outra coisa, mas pôr a língua não, porque eu não sou ele.

“Assim também o revide católico nem está pensando direta e imediatamente em Lutero, está pensando no Santíssimo Sacramento: “Nós vamos proclamar agora aqui nossa fé no Santíssimo Sacramento. Proclamamos tão ostensivamente e tão magnificamente porque queremos encobrir o ruído imundo das blasfêmias protestantes com as melodias e as fanfarras, e a presença da tropa, do clero e da corte católica. Vamos fazer uma coisa admirável, a admiração vai sobrepujar o insulto”.

“Não sei se eu consegui tornar claro.

“Que é o verdadeiro polemismo católico no que ele tem de melhor. Ele responde com força, mas responde num tom de dignidade serena que tem qualquer coisa que agarra mais do que um xingatório e ao qual se segue de outro lado outro xingatório.”

Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, rogai por nós.

Fonte: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/Mult_940817_Corpus_Christi_Viena_parte01.htm

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Nuno Alvares

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