Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 9 anos — Atualizado em: 10/10/2015, 2:36:43 AM
A ministra socialista francesa de Ecologia, Desenvolvimento Sustentável e Energia, Ségolène Royal, denunciou a empresa italiana de doces e chocolates Ferrero de contribuir para o desmatamento do planeta.
Ela apontou que o óleo de palma é usado para o fabrico de Nutella, o creme de cacau, leite e avelãs mais vendido no mundo, noticiaram os jornais Clarín, de Buenos Aires, e La Vanguardia, de Barcelona.
A ministra justificou o gesto arbitrário alegando que o aumento das plantações de palmas da Guiné contribui para o aquecimento global.
“Temos de deixar de comer Nutella, por exemplo, porque está sendo fabricado com óleo de palma”, o azeite de dendê brasileiro, disse a ministra Royal no programa Le Petit Journal do Canal+.
O disparate da ministra espantou até o apresentador do programa, que não conseguiu reprimir a exclamação: “A Nutella é boa!”.
A ministra acabou por afundar sua posição, insistindo: “Sim, mas não é necessária, porque contém óleo de palmas que foram plantadas em lugar de árvores, fato que constitui um dano considerável ao meio ambiente”. Como se a palma não fosse árvore…
A ministra francesa de Ecologia está lúcida, mas talvez tenha agido com excessiva confiança na onda anticonsumista que alguns achavam que se seguiria à encíclica Laudato Si.
Dentro de 24 horas a ministra ecologista pediu escusa aos franceses pelo seu desatino, através de sua conta no Twitter.
Entretanto, ela não foi a primeira a conclamar um boicote contra a Nutella, frequentemente acusada de todos os males pelo ambientalismo miserabilista, escreveu o jornal Le Fígaro, de Paris.
Existe até um grupo de deputados no Parlamento Europeu tentando banir o produto.
O próprio ministro italiano de Meio Ambiente, Gian Luca Galletti, colega de ideologia rubro-verde da ministra francesa, puxou as orelhas de sua imprudente correligionária.
A revolta dos consumidores, notadamente das mães que alimentam seus filhos com Nutella, impôs uma marcha-ré acelerada.
Michele Anzaldi, deputado pelo Partido Democrata italiano e membro da Comissão para Assuntos Agrícolas, exigiu imediatas desculpas da ministra francesa.
Esta aceitou a correção e escreveu no Twitter que estava “de acordo em valorizar o progresso”.
Em 2012, os deputados verdes franceses introduziram um projeto de “multa Nutella”, impondo um aumento de 300% do tributo que grava o dendê, para lutar, diziam eles, contra o desmatamento e a obesidade.
O projeto chegou a ser aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais, mas foi recusado pelo plenário, tão absurdas foram as alegações.
O fato parece anedótico, mas traz um conteúdo envenenado.
Os militantes do radicalismo ambientalista estão se engajando em campanhas para rebaixar o nível de vida dos povos ocidentais, denegridos como vulgares “ricos”. Eles gostariam de encaminhá-los rumo a uma sociedade igualitária e miserabilista.
Episódios como o de Nutella podem se repetir com outros produtos ou costumes de consumo.
A população não quer saber do miserabilismo irracional disfarçado de proteção da natureza, ignaro, mas capcioso, segundo se evidenciou neste malabarismo da ativista francesa.
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