Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 9 anos
“Eu gostava muito e continuo gostando das ideias socialistas e comunistas”, reafirmou no dia 25 de janeiro o presidente Vladimir Putin durante o 1º Foro inter-regional da Frente do Povo de Todas as Rússias, em Stavropol, no sudoeste da Federação Russa, segundo a agência de Moscou Interfax.
E para afastar qualquer dúvida, acrescentou:
“Vocês sabem que, como mais de 20 milhões de cidadãos soviéticos, eu fui membro do Partido Comunista da URSS. E não somente fui um membro do partido, mas trabalhei por quase 20 anos para uma organização conhecida como Comitê para a Segurança do Estado”, o nome por extenso da KGB.
“Como vocês sabem, não fui um membro por necessidade”, acrescentou. “Eu gostava muito das ideias comunistas e socialistas como ainda continuo gostando”, sublinhou.
E completou afirmando que ele nunca jogou fora sua carteira de membro do Partido Comunista da URSS. “O Partido Comunista da União Soviética colapsou, mas minha carteirinha está bem guardada em certo local”.
A notícia chega oportunamente para abrir os olhos de muitos espíritos pouco perspicazes ou iludidos pela guerra da informação do Kremlin.
É claro que não temos ilusão quanto aos camuflados, mas genuínos simpatizantes do comunismo putinista, “companheiros de viagem” das manobras do líder russo. Estes não perderão ocasião para voltar a insistir nas virtudes e utilidades do líder comunista confesso.
Pensamos especialmente nos eclesiásticos que fingem ver nele a promessa de uma restauração dos valores cristãos.
Para eles, Vladimir Putin enviou uma mensagem bem dosada:
“Se nós olharmos para o Código do Construtor do Comunismo,[conjunto de regras morais destinado a todos os membros do Partido Comunista] que foi largamente distribuído na União Soviética, ele parece muito com a Bíblia. Não é uma brincadeira, de fato há passagens semelhantes na Bíblia”.
A fórmula glosa aquela utilizada há meio século por Fidel Castro, títere da URSS, para confessar sua adesão ao comunismo: “Se eu sou comunista, Jesus Cristo foi o primeiro comunista”.
Mas Putin não pronunciou em Stavropol um mero slogan da cartilha da KGB.
No fundamento doutrinário dessa adesão ao comunismo ele apontou uma analogia com certa “teologia do povo” que fermenta no catolicismo:
“O Código proclama ideias muito boas: igualdade, fraternidade, felicidade”, explicou, passando mel nos seguidores da Teologia da Libertação, agora tão à vontade no Vaticano.
Fidel Castro também procurou se apoiar nesses teólogos “libertadores dos pobres” quando explicou em abril de 1961 que “esta é a revolução socialista e democrática dos humildes, com os humildes e para os humildes”.
Fidel falou com meio século de antecedência ao pontificado de Francisco I. Putin fala durante esse pontificado. Compreende-se que trabalhem tão intensamente juntos.
Porém, o ditador do Kremlin esclareceu: seu comunismo não teria sido posto em prática pelos “socialistas utópicos”, entre os quais incluiu Lenine, segundo a revista Newsweek.
O modelo de seu comunismo é o de Stalin, responsável pelo massacre de milhões de proprietários de terra, aristocratas, “burgueses” ou simples camponeses.
Putin contrapôs-se a Lênin, concentrador de poderes, porque para ele Stalin teria sido o campeão do conceito de “larga autonomia” para as repúblicas soviéticas, conceito esse que Putin deu a entender que favorecia.
Basta ver como ele esmagou a Chechênia e o que está fazendo com a Ucrânia, sem receber crítica citável de seus amigos teólogos dos oprimidos e dos pobres, mas apenas beijinhos e elogios em encontros públicos!!!
Transcrito do blog “Flagelo russo”
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