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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Terror, omissão, autodemolição. O que é pior?


UrbanoII

Transcrevemos abaixo parte de uma reportagem veiculada pela “Folha de S. Paulo” (9-2-2015), assinada pelos enviados especiais ao Iraque, Patrícia Campos e Fabio Braga.

No final, fazemos algumas perguntas ao leitor. Vamos ao texto.

*   *   *

“Sanaa se preparava para almoçar com a família quando eles chegaram em picapes brancas Toyota e Kia. Armados com metralhadoras, os milicianos do Estado Islâmico gritavam: ‘Vocês são infiéis, vocês são infiéis!’.

“Separaram mulheres e crianças para um lado, homens para o outro.

“Foi a última vez que Sanaa viu seu pai e seu irmão de 15 anos. Sanaa, 21, e suas irmãs Hanaa, 25, e Hadyia, 18, foram levadas do vilarejo iraquiano de Kocho para Mossul, sob controle do EI [Estado Islâmico]. Lá, ficaram presas em uma casa com mais de cem mulheres.

“De vez em quando, os milicianos levavam uma das mulheres para uma sala e a estupravam. ‘Diziam que tínhamos de nos converter’, conta Sanaa, os olhos baixos.

“Enquanto milhões se horrorizam com cenas do piloto jordaniano queimado vivo e dos jornalistas decapitados pelo EI, mais de 2.000 mulheres iraquianas continuam vivendo um pesadelo bem longe das câmeras.

“Elas são mantidas como escravas sexuais, ‘esposas’ ou servas de integrantes do EI na região de Mossul, no Iraque, e em Raqqa, na Síria, as ‘capitais’ da facção terrorista. […]

“A Folha falou com algumas das 279 mulheres que escaparam e vivem em campos de refugiados em Khanke e Sharia, no norte do Iraque.

“‘Era como se fosse um mercado, eles vinham e escolhiam as mulheres que queriam comprar’, diz Sanaa.

“As mais jovens e bonitas eram dadas de ‘presente’ para milicianos estrangeiros. As restantes eram ‘usadas’ pelos locais.

“Sanaa foi vendida com suas irmãs e levada para Raqqa. Lá, era frequentemente estuprada por estrangeiros. […]

“‘Deveríamos lembrar que escravizar as famílias dos infiéis e tomar suas mulheres como concubinas está firmemente estabelecido na Sharia [lei islâmica]’, diz o texto [de um comunicado do EI]. […]

“‘Nós nunca mais vamos voltar para casa, mesmo que derrotem o EI. Não podemos mais confiar nos nossos vizinhos árabes que os apoiaram’, diz Sanaa. ‘Estamos sozinhas no mundo’, diz, ao lado da irmã Hanaa. Sua irmã Hadyia continua escrava do EI. Os pais e o irmão estão desaparecidos.”

*    *    *

Também “O Estado de S. Paulo” (26-2-2015) publica entrevista com uma jovem que conseguiu fugir do Boko Haram — grupo islamita radical que assola a Nigéria. Ela estava entre as estudantes do colégio de Chibok, na Nigéria, que foram sequestradas. Todas estavam no alojamento quando ouviram tiros, motos chegando e viram que os professores tinham fugido. Os radicais islâmicos incendiaram a escola. A jovem entrevistada conseguiu fugir, pulando do caminhão que as levava e embrenhando-se numa floresta.

Algumas perguntas ao leitor

1 — Ante tais descrições verdadeiramente aterradoras, o que é pior: a ação criminosa desses islâmicos, ou a omissão cúmplice dos governos ocidentais? Estes têm à sua disposição força e recursos mais do que suficientes para fazer cessar essas abominações. Por que não o fazem?

2 — Outrora os Papas convocavam cruzadas para fazer cessar as perseguições infames que se faziam contra católicos e outros. Por que há hoje um silêncio tão pesado da Igreja a esse respeito? Seria isso possível sem a existência de um processo de autodemolição, já anunciado por Paulo VI em 1968?

3 — Nossa Senhora chora pelos fatos ocorridos nesses países. Não chorará Ela ainda mais pela omissão do Ocidente e pela autodemolição em curso na Igreja?

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Autor

Gregorio Vivanco Lopes

Gregorio Vivanco Lopes

173 artigos

Advogado, formado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Autor dos livros "Pastoral da Terra e MST incendeiam o Brasil" e, em colaboração, "A Pretexto do Combate Á Globalização Renasce a Luta de Classes".

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