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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Tigres de papel, embustes e blefes


Sob certo aspecto, o islamismo é um novo “tigre de papel”, para amedrontar o Ocidente e levá-lo a se render.

Em 1956, Mao-Tsé Tung  usou a expressão “tigre de papel”  para tentar desclassificar os EUA. A pujança dessa nação seria um puro logro. Ela estaria como uma fera de mentira para um tigre verdadeiro. Essa frase do líder vermelho não se tendo verificado como veraz, constata-se que, não os americanos, mas ele próprio é quem estava blefando.

Outro logro: não há muito, se falava de três mundos. O Primeiro Mundo era o da Europa e Estados Unidos. O Terceiro Mundo éramos nós, mais a África, a Ásia e tudo o que havia de subdesenvolvido. E o Segundo? Era a Rússia e o “próspero” mundo de trás da Cortina de Ferro, um pouquinho abaixo do Primeiro, mas muito acima do Terceiro. Hoje ninguém fala do Segundo Mundo e eis a Rússia no nosso nível, dos assim chamados BRICS (emergentes). Onde foi o Segundo Mundo da Rússia? Nunca existiu, a não ser em matéria de armamento atômico. Segundo a  aritmética, o terceiro não vem logo depois do primeiro…

Havia um espantoso blefe nisso.

Hoje a China é de fato uma verdadeira potência, que ombreia com os Estados Unidos? Mas veja-se esta notícia recente: “A economia da China continuou a perder fôlego no terceiro trimestre do ano, quando cresceu 7,4%, o mais baixo índice desde a crise financeira global e o sétimo período consecutivo de desaceleração da segunda maior economia do mundo. Mas dados sobre crédito e exportações divulgados nos últimos dias levaram analistas a prever estabilização ou leve reação da atividade nos próximos meses. Na semana passada, o Banco Mundial reviu sua projeção para 7,7%, 5 pontos porcentuais abaixo dos 8,2% anunciados em maio.” [1] Ora, um dos primeiros indícios de decadência é perder fôlego, como diz a notícia, mesmo dentro de índices elevados.

“De fato, como nos lembra o ganhador do Nobel, Michael Spence, somente cinco países passaram com sucesso por essa transição [por que passa a China] com altas taxas de crescimento. E nenhum tinha o tamanho e a complexidade da China […] Vários observadores já concluíram que a desaceleração chinesa será a um só tempo muito aguda e muito prolongada”.[2]

E o poder muçulmano, apoiado em uma religião à beira do fundamentalismo radical? Convicção e prática religiosa? É uma grande ameaça, como afirma o Pe. Guy Pagès: “O avanço do maometanismo verifica-se em todo o Ocidente devido à apostasia generalizada, da qual o Islã é sem dúvida o castigo, pois caso não se deseje a luz (cfr. Jo 8-12), não se pode encontrar senão as trevas (Mt 12-30)”. [3]

Entretanto, aplicando ao caso a expressão “tigres de papel”, vejamos algumas cifras que, em 2006, o sheik Ahmad al-Qataani, entrevistado pela Al-Jazeera[4], comunicou: “Em cada hora, 667 muçulmanos se convertem ao cristianismo”. 667 cada hora? Foi isso mesmo que disse o sheik; e prosseguiu: “todos os dias, 16 mil muçulmanos se convertem ao cristianismo. Em cada ano, 6 milhões de muçulmanos se convertem ao cristianismo”.

‒ Não acredito. É muita coisa! É um exagero evidente! Qual é a fonte?

Eu também tive essa mesma reação. Mas aqui transcrevo os dados disponíveis.

Sheik  é um termo honorífico que significa sábio. O autor da afirmação é um sheik presumivelmente muçulmano. Além disso, a Al-Jazeera é uma importante TV , sediada em Doha, de propriedade do Estado do Qatar (traduzida para várias línguas). Qatar é um país muçulmano. Supondo que o sheik também  o seja ‒ o que não é difícil de supor ‒ a fonte é insuspeita. Ele não iria inventar, nem exagerar, uma informação anti-islamita.

Seja como for, onde há fumaça, há fogo. Não se trata de dizer que o maometanismo não seja um perigo para o Ocidente. Ele prega o aniquilamento dos cristãos Com efeito, lemos em 9. 30 do Alcorão sobre os cristãos “Que Alá os aniquile!” O mesmo livro preconiza a destruição de tudo aquilo que não é muçulmano (Alcorão, 60.4; 61.4). Mas, analisado do ponto de vista da possibilidade de conversão ao cristianismo ou vice versa, pode-se dizer que o islamismo é um “tigre de papel”.

Por que este artigo se ocupa de tigres de papel, logros e blefes? É porque a Revolução procura tirar-nos a vontade de lutar. O famosíssimo Von Clausewitz, considerado teórico da guerra até hoje, já no século XIX exclamava: para vencer um povo, não é sempre necessário destruí-lo fisicamente: basta, em geral, tirar-lhe a vontade de lutar. “Assim, tudo quanto alimente, num povo, o propósito de resistir e vencer, é um fator de vitória. Tudo quanto nele diminua o espírito de luta, constitui um fator de derrota”.[5] O mesmo dizia Sun Tzu (544 – 496 A.C.), o famoso teórico chinês da guerra, mais de 2.300 anos antes de Clausewitz.

Duas forças face a face. A primeira blefa continuamente a respeito de seu tamanho e importância. A segunda, sofre de um complexo de inferioridade, e acredita no blefe. Pelas leis da vida, as vitórias da primeira parcialmente são uma mentira, e as derrotas da segunda são uma vergonha total.


[1] OESP, 18-8-12.

[2] OESP, 4-11-12.

[3] Catolicismo, outubro de 2012.

[4] Importante TV , sediada em Doha, de propriedade do Estado do Qatar. Traduzida para várias línguas.

[5] Plinio Corrêa de Oliveira, Folha de S. Paulo, 7.2.71.

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Leo Daniele

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