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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Um arcebispo capaz de empunhar armas

Por Eugenio Trujillo Villegas

5 minhá 4 anos — Atualizado em: 7/28/2020, 7:22:11 PM


Da esquerda para a direita: Joaquín Gómez, chefe dos negócios de Narcotráfico das FARC; Dom Darío Monsalve, Arcebispo de Cali; Iván Márquez, segundo comandante das FARC, atualmente prófugo; padre Francisco de Roux, superior dos jesuítas na Colômbia.

São muitos os contratempos com os quais se defronta o arcebispo de Cali, Dom Dario de Jesus Monsalve, no exercício de sua controvertida missão pastoral.

Ele não se destaca exatamente pelo zelo em defender as ovelhas de seu rebanho dos muitos inimigos da Fé Católica — como é dever do verdadeiro pastor, especialmente nestes tempos de confusão —, pois pouco ou nada fala sobre a crise religiosa em que nós, católicos, vivemos.

Tampouco o preocupa a perda da fé de inúmeros católicos que se afastam da Igreja para aderir aos diversos cultos cristãos, ou que se distanciam dos sacramentos e se esquecem da doutrina santa e milenar da Igreja pelo simples fato de não haver quem a ensine e proclame, ou porque os chamados a fazê-lo a trocaram por um novo “evangelho” marxista.

As preocupações do arcebispo vão infelizmente por outros caminhos bem diferentes daquele da verdadeira Igreja. Sua voz de pastor de almas só ressoa com firmeza quando se trata de defender os inimigos ateus de nossa Fé, os terroristas destruidores da Nação e os grupos subversivos que semearam o ódio e o crime no seio da nossa sociedade enferma e decadente.

Há pouco, por ocasião dos 50 anos da morte do padre apóstata Camilo Torres, o arcebispo Dom Monsalve não hesitou em pedir a sua canonização. Esse sacerdote, juntamente com outros padres guerrilheiros, como Domingo Laín e Manuel Pérez, foram os fundadores por volta de 1970 do ELN (Exército de Libertação Nacional). Esta organização terrorista adquiriu importância ultimamente porque, na falsa pacificação promovida pelo governo anterior, as chamadas dissidências das FARC se uniram a ela.

Quando os Acordos com as FARC estavam sendo assinados, Dom Monsalve não julgou nada melhor do que convidar a cúpula dessa organização para um retiro espiritual dirigido por ele numa casa religiosa perto de Cali. Ignoramos qual tenha sido a conveniência para o clero arquidiocesano ouvir as façanhas terroristas de alguns dos piores criminosos da Nação. Pouco antes do plebiscito através do qual a Colômbia recusou os Acordos com as FARC, o arcebispo anunciou que não eram bons católicos aqueles que pensavam em votar pelo NÃO, pois, segundo ele, aceitar a capitulação do País diante da extorsão das FARC seria uma atitude de cristãos.

Mais recentemente, ele e o padre Francisco de Roux, superior dos jesuítas na Colômbia, se tornaram intermediários de uma nefasta negociação com o ELN, grupo que não dá qualquer sinal de querer a paz. Antes pelo contrário, vem redobrando seus atentados e crimes, como o do carro-bomba que fizeram explodir na Escola de Polícia em Bogotá em janeiro de 2019, com um saldo de 21 cadetes covardemente assassinados e centenas de feridos.

Com uma total falta de senso moral, o inquieto arcebispo voltou na semana passada a gerar polêmica, ao acusar o governo de promover um genocídio contra o ELN. Isso obrigou o Núncio Apostólico, Dom Luis Mariano Montemayor, a esclarecer que tal afirmação não era compartilhada pelos outros bispos, nem pelo Papa Francisco e demais autoridades do Vaticano.

 Uma amizade inexplicável

        Como explicar uma amizade tão estreita do arcebispo com os piores terroristas da Colômbia? Dom Monsalve deve a este respeito uma muito necessária explicação ao País e a Cali. Sobretudo porque seus devaneios com esses grupos terroristas são objeto da mais profunda rejeição de seus fiéis diocesanos. E também porque esses grupos subversivos perpetraram em passado recente os atropelos mais espantosos contra os fiéis governados por Dom Monsalve. Este talvez se tenha esquecido de que seu antecessor na Arquidiocese de Cali, Dom Isaías Duarte, no término da celebração de uma missa por sequestrados em 2002, foi vilmente assassinado por pistoleiros das FARC, num ato de barbárie com poucos antecedentes na história milenar da Igreja. 

Como se o anterior não bastasse, nessa mesma época o ELN sequestrou cerca de 200 paroquianos que assistiam a uma missa na igreja La María, em Cali. E, de forma quase simultânea, perpetrou análogo crime contra 50 pessoas que se encontravam num restaurante nos arredores dessa cidade. Ambas as ações foram planejadas com a maior perfídia, tendo alguns dos sequestrados sido friamente assassinados, enquanto outros permaneceram durante quase dois ano sem cativeiro. Em 1989 o ELN sequestrou, torturou com requintes de maldade e depois assassinou friamente o bispo diocesano de Arauca (Colômbia), Dom Jesús Emilio Jaramillo.

Diante desses fatos aterrorizantes, jamais houve o menor sinal de arrependimento, reparação ou pedido de perdão da parte das FARC e do ELN. Tais crimes constituem para eles atos legítimos de uma guerra declarada contra a nossa sociedade com o objetivo de nos impor o sistema marxista vigente em Cuba e na Venezuela. Querem o desaparecimento de todas as liberdades e a imersão da população colombiana na miséria e na opressão. É porventura esse o evangelho pregado por Dom Monsalve? Essa é a fé que ele deseja nos impor, a nós, habitantes de Cali? Sua opção preferencial é o evangelho do marxismo, da miséria e do crime?

É o que parece. E é precisamente isso que não queremos, nós, católicos desta importante arquidiocese que reúne cerca de quatro milhões de pessoas entre os habitantes de Cali e das cidades próximas. Tampouco o querem pessoas que vivem aqui e que, apesar de não serem católicas, se veem obrigadas a padecer das atitudes insensatas do prelado.

Nestes tempos de confusão e de perda da Fé, as atitudes depredadoras de Dom Monsalve geram escândalo entre seus fiéis. Elas são tão impróprias a seu cargo, que começam a aparecer nas extremidades de sua batina episcopal as garras e as presas do lobo que ele é, sem que tenha o menor cuidado de ocultá-las. A realidade é que esse pastor, que deveria apascentar as ovelhas de Jesus Cristo, se converteu no lobo que as dispersa e as conduz à perdição.

Terrível e espantosa situação! Ela seria menos grave se houvesse na Igreja quem exercesse a autoridade para colocar as coisas em ordem, exigindo do Pastor que se comporte como tal. Ou, à falta disso, que o destituísse do cargo e nomeasse outro que soubesse cumprir com o mandado de Nosso Senhor Jesus Cristo a Pedro, o escolhido como Chefe dos Apóstolos: “Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21, 16).

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(*) Diretor da Sociedad Colombiana Tradición y Acción.

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Eugenio Trujillo Villegas

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