Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
7 min — há 9 anos — Atualizado em: 10/9/2018, 9:40:01 PM
No dia 28 de abril último o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira promoveu no Club Homs, situado na Avenida Paulista, a conferência “O zika vírus na berlinda”, a cargo da Dra. Elizabeth Kippman, ginecologista obstetra, e do jurista Dr. Paulo Leão, os quais demonstraram que a infecção causada pelo zika não tem relação provada com o surto da microcefalia no Brasil.
Antes da conferência muitos pareciam céticos quanto à afirmação de que o mosquitoaedes aegypti e o zika não fossem de fato os vilões da microcefalia. Com tanta publicidade na mídia, imaginava-se que tudo estivesse comprovado. Inclusive, muitas grávidas já estavam viajando ao exterior para dar à luz com mais segurança. Falava-se até em ampliar as causas não penalizadas de aborto!
O presidente do Instituto, Dr. Adolpho Lindenberg [foto], abriu a sessão saudando os palestrantes e os presentes, e manifestando sua alegria pelo fato de um determinado grupo de pessoas constituir um público constante nos eventos realizados no Club Homs.
À medida que a primeira conferencista, a Dra. Elizabeth Kippman [foto abaixo], desenvolvia com segurança e conhecimento o tema, expondo gráficos e mapas, o ceticismo ia sendo substituído por uma indignação diante da manipulação do noticiário e dos corifeus abortistas.
Numa exposição muita didática, a Dra. Elizabeth explicou primeiramente as várias causas da microcefalia, mostrando que não há prova de que ela seja provocada pelo zika vírus; e depois as doenças transmitidas pelo aedes aegypti, como a dengue, a chikungunya e o zika. Assim, no mapa do Brasil com incidência de zika, o Mato Grosso aparece em primeiro lugar e o Nordeste em último. Pelo contrário, no mapa com ocorrência da microcefalia, o Nordeste está disparado na frente, especialmente Pernambuco, enquanto Mato Grosso nem sequer aparece…
Então, qual seria a causa da ocorrência de microcefalia em Pernambuco?
A provável resposta veio com a eloquente exposição do Dr. Paulo Leão [foto]. Ele levantou a questão da tríplice vacina utilizada para sarampo, coqueluche e rubéola, a qual não poderia ter sido aplicada em gestantes, ou, pelo menos, três meses antes da gestação. Tal restrição consta dos avisos do laboratório fabricante da vacina. Parece que não houve essa cautela na campanha de vacinação.
O Dr. Paulo citou a opinião abalizada do Dr. Plinio Bezerra dos Santos Filho, com PhD nos Estados Unidos, que realizou estudos e assinou denúncia junto ao Ministério Público. Uma denúncia de crime praticado contra a população brasileira por uma sequência de erros e procedimentos grosseiros do Ministério da Saúde, do SUS, de seus institutos associados e autoridades constituídas, que provocaram e continuam provocando a atual crise de microcefalia em todo o Brasil. Uma análise mais detalhada e específica de dados e fatos referentes ao estado de Pernambuco acompanha a denúncia, segundo a qual a crise de microcefalia que surgiu nessa unidade da Federação, com um pico máximo de casos em novembro de 2015, não se deve ao vírus zika e nem é uma epidemia. Ademais, existem quatro fatos-causa principais que explicam claramente os dados, números de casos e períodos das notificações.
Outro fato curioso: embora os Estados Unidos fossem há alguns anos o país com o maior índice de microcefalia, lá entretanto não havia surto de aedes aegypti, nem tampouco de zika. Este vírus mais recentemente foi objeto, no Suriname, de um estudo por uma equipe internacional, a qual constatou que não obstante a zika vírus ter tomado uma proporção endêmica nesse país, não houve incidência de microcefalia.
Entretanto, os corifeus do aborto e a mídia internacional insistem em relacionar o aedes aegypti com o zika e a microcefalia. De onde a pergunta que teima em não se calar: A quem aproveita o delito?
Ante a onda criada, aparece a tropa de choque dos cientistas que começam a defender o aborto dos bebês com microcefalia. E que dão como certo que a causa é o zika e o aedes aegypti.
Em seguida, a busca desenfreada de um caso, pelo menos, que prove que a mãe contraiu o zika vírus e o nascituro está com microcefalia. Se encontrarem esse caso, terão a prova de que a causa da microcefalia foi o zika, e que, portanto, é necessário abortar todas as crianças em fase de gestação em que a mãe esteja com esse vírus.
Alguém dirá que esta argumentação é muito rocambolesca e que não se pode levá-la a sério. Mas os fatos estão aí para provar que é a justificativa dos abortistas para legitimar o aborto de microcéfalos — assim como ocorreu anteriormente no caso de bebês portadores de anencefalia.
Assim, os corifeus pró-aborto pensam e manipulam a doença para difundir o infanticídio pré-natal. Nesse sentido, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, chegou a declarar no dia 26 de abril p.p. que o zika era uma “oportunidade” para o que ele chama “igualar os direitos” (sic).
Na segunda parte do evento o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança [foto abaixo] discorreu sobre as manifestações pelo impeachment da presidente petista.
Ele começou mostrando como o noticiário apresenta praticamente só a rejeição à corrupção do PT, e não o aspecto ideológico da reação ao comunismo e ao socialismo. E lembrou que, ao assumir o poder, o PT — cujos dirigentes foram em grande parte formados pela esquerda católica, ou seja, pela Igreja da Teologia da Libertação — declarou, pela boca de José Dirceu, que seu projeto de poder era de 30 anos.
Dom Bertrand mostrou ainda como a corrupção foi disseminada e utilizada pelo governo petista para a manutenção do poder e a difusão da revolução socialista na América Latina e África; como ele desperdiçou a bonança econômica com o populismo e a corrupção; e como contribuiu para a destruição da família e da juventude através da Ideologia de Gênero.
Prosseguindo, o príncipe relatou como o PT promoveu a corrosão da propriedade pelo incentivo às invasões do MST e do MTST, bem como pela demarcação de territórios para falsos indígenas e quilombolas. E ainda favoreceu a criminalidade com o desarmamento dos homens honestos.
Afirmou que à medida que o PT foi maquinando para implantar o socialismo, as reações foram crescendo e criando uma distância entre o Brasil cristão, latente, e o Brasil governista patente. Lembrou o ensinamento de Pio XI de que “socialismo e catolicismo são termos contraditórios” e comentou que nas manifestações de rua havia um clima ordeiro e de bom humor com o “Tchau querida”, o qual só fez crescer com a aprovação inicial do impeachment pela Câmara, cujo anúncio causou uma sensação de alívio e de exorcismo de um demônio que pesava sobre a Nação.
Ao finalizar, Dom Bertrand disse que o nosso futuro deve estar na trilha bendita da civilização cristã segundo o lema “Instaurare omnia in Christo” de São Pio X — para quem a civilização não está para ser inventada, devendo apenas ser restaurada em Cristo. E lembrou as palavras de Plinio Corrêa de Oliveira no discurso do Congresso Eucarístico de 1942, diante de cerca de um milhão de pessoas reunidas no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo: “É mais fácil arrancar o Cruzeiro do Sul do céu, do que a Fé e a soberania de nosso povo!”.
Nelson Ramos Barretto
17 artigosNelson Ramos Barretto é colaborador do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira além de jornalista e escritor especializado em assuntos ligados a reforma agrária, agronegócio e propriedade privada no Brasil.
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