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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

02/01 – São Basílio Magno, Bispo, Doutor da Igreja

Por Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

5 minhá 4 anos


Bispo, Confessor e Doutor da Igreja, São Basílio recebeu o título de “Pai dos Monges do Oriente”, assim como São Bento é considerado o “Patriarca dos monges do Ocidente”.

São Basílio de Cesareia da Capadócia, na Ásia Menor, é de uma família de santos. Sua avó paterna foi Santa Macrina, a Antiga, que confessou a fé em Jesus Cristo durante a perseguição de Maximiano Galério. Seus pais foram São Basílio, o Velho, e Santa Emília, filha de um mártir. De seus nove irmãos, mais três seriam elevados às honras dos altares: Santa Macrina, a Jovem, São Gregório de Nissa, e São Pedro de Sebaste. São Basílio, seu irmão Gregório de Nissa, e seu amigo Gregório Nanzianzeno, formam o trio chamado “os três capadocianos”.

Basílio nasceu em Cesareia no final do ano 329. Seu pai, do mesmo nome, era advogado e professor, e vinha de família rica da região do Ponto, considerada  latifundiária. Sua mãe era de família nobre da Capadócia. O que mostra que a riqueza, quando bem empregada segundo os desígnios de Deus, não é um obstáculo à santidade, mas ajuda a concorrer para ela.

Quando pequeno, Basílio foi entregue aos cuidados da avó Macrina para a primeira educação. Afirmará ele depois: “Nunca mais olvidei as fortes impressões que faziam à minha alma ainda tenra as palavras e os exemplos dessa santa mulher”. Ele estudou depois com o pai, em seguida  em Cesareia, Constantinopla, e  Atenas. Nas duas últimas, teve como condiscípulo São Gregório Nanzianzeno, a quem se uniu em estreita amizade, e a quem devemos muitos dados de sua vida.

No panegírico que São Gregório fez de seu amigo, temos muitos conselhos práticos que podem nos guiar até hoje: “Ambos tínhamos as mesmas aspirações; íamos atrás do mesmo tesouro, a virtude. Só conhecíamos dois caminhos, o da igreja e o das escolas públicas. Não tínhamos nenhuma ligação com os estudantes que se mostravam grosseiros, impudentes ou desprezavam a religião, e evitávamos os que tinham conversas que poderiam nos ser prejudiciais. Tínhamo-nos persuadido de que era ilusão a de se mesclar com os pecadores sob pretexto de procurar convertê-los, e que deveríamos temer sempre que nos comunicassem seu veneno. Nossa santificação era nosso grande objetivo, e o de sermos chamados e sermos efetivamente cristãos. Nisso fazíamos consistir toda nossa glória”.

Basilio desejava levar vida monástica. Resolveu então viajar pela Síria, Mesopotâmia e Egito para visitar os vários monges desses lugares, a fim de adquirir um conhecimento profundo dos deveres do gênero de vida que tinham adotado.

É preciso notar que a vida religiosa em comum dava seus primeiros passos, e ainda não havia aparecido quem a ordenasse como fez depois São Bento no Ocidente.

Na volta Basílio retirou-se para o reino do Ponto, onde já se haviam fixado sua mãe e irmã. Elas tinham fundado um convento feminino às margens do Íris. Na margem oposta o santo fundou um convento masculino, que dirigiu durante quatro anos. Nele ingressaram também seu amigo Gregório Nanzianzeno, e seus irmãos Gregório de Nissa e  Pedro de Sebaste.

O governo que Basílio exercia no mosteiro era muito suave, todo ele de exemplo mais do que de palavras. Sua doçura e paciência eram a toda prova. Mas sabia corrigir com energia quando era o caso, pois deixar passar alguma falta grave, seria uma conivência com ela.

Os monges levantavam-se antes do despontar do dia para louvar a Deus com a oração e o canto de salmos. Liam os Livros Sagrados, e alternavam a oração com o estudo, dedicando-se, nos tempos livres, ao trabalho manual. De quando em quando Basílio os reunia para ouvir suas dúvidas ou propostas, e os orientava no caminho da perfeição. Surgiu assim sua obra Regras Maiores e Menores, suma de catequese monacal, indispensável no desenvolvimento da vida cenobítica.

Graças a São Basílio Magno, a vida em comunidade iria afinal firmar-se no cristianismo, dando base ao movimento monacal que forjou depois a Idade Média.

O santo foi depois arcebispo de Cesareia pela vontade do povo, sendo  declarado “Magno” e “Doutor da Igreja”. Faleceu no dia 1 de janeiro de 379.

O Martirológio Romano dele diz: “Em Cesareia da Capadócia, o sepultamento de São Basílio Magno bispo, confessor e Doutor da Igreja. Dotado de grande ciência e sabedoria, e ornado de todas as virtudes, teve uma atuação extraordinária no tempo do imperador Valente. Com irredutível energia, defendeu a Igreja contra os [hereges] arianos e  macedonianos”.

Por outro lado, o Martirológio Romano Monástico, da Abadia de Solesmes, traz neste dia a “Memória dos Santos Basílio Magno e Gregório Nanzianzeno. A profunda amizade que nasceu entre os dois durante seus estudos feitos em Atenas, os reuniu no mesmo retiro monástico. Tornando-se bispos, Basílio em Cesareia, sua cidade natal, e Gregório em Sásimos e depois em Constantinopla, continuaram, de modo decisivo, sobretudo por seus escritos, a fazer triunfar a doutrina trinitária ortodoxa no Concílio Ecumênico de Constantinopla, de 381. São Bento recomenda ‘a regra de nosso Pai São Basílio’ como um dos melhores guias da vida monástica”.

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