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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

12/11 – São Diego de Alcalá, Confessor

Frei Diego, humilde leigo franciscano do século XV, dotado de ciência divina, resolve problemas doutrinários complexos. Sua vida exemplar destaca a santidade no estado de irmão leigo, enfatizando humildade, caridade e oração.

Por Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

5 minhá 2 anos — Atualizado em: 11/13/2023, 8:08:26 AM


12/11 – São Diego de Alcalá, Confessor

São Diego de Alcalá

Este simples irmão leigo franciscano com fama de santidade já em vida, recebeu de Deus uma ciência infusa com a qual resolvia os mais complicados problemas de doutrina.

Um seu biógrafo, o Pe. Ribadeneira, chama a atenção para o fato de que, nas Ordens religiosas, “especialmente na do seráfico pai São Francisco, tenha havido tantos religiosos leigos que floresceram com extremada santidade”. Ele dá uma razão para isso:

Porque, como o estado de irmão leigo é mais apropriado para exercitar-se a humildade, a caridade e a oração, que são as três principais virtudes do religioso e como que uma breve súmula de tudo o que deve fazer para consigo, para com o próximo, e para com Deus, os que sabem aproveitar-se deste estado, com menos trabalho e dificuldade saem eminentes nestas três virtudes.
Pe. Ribadeneira

Os pais de Diego, ainda que muito pouco favorecidos pela fortuna, embora tendo que ganhar arduamente o sustento quotidiano com o trabalho de suas mãos, viviam satisfeitos com sua sorte, pois tinham uma fé muito grande e uma muito grande confiança na amorosa Providência divina.

Isso nos leva a considerar que, hoje em dia, a pobreza é vista como a maior desgraça que pode ocorrer a alguém. Por isso, deve ser combatida a qualquer preço e por quaisquer meios, inclusive injustos se necessário, mesmo com o risco da perda da salvação eterna.

São Diego de Alcalá, Francisco de Zurbarán (1651-1653)São Diego de Alcalá, Francisco de Zurbarán (1651-1653)

Nosso Senhor afirmou que “pobres sempre os tereis entre vós”. Quer dizer, até o fim do mundo. Isso porque, por perda de fortuna, de saúde, de impossibilidade de um bom emprego, e mesmo por incapacidade para o trabalho, muitos chegam ao estado de necessidade, quando não de verdadeira miséria. À Igreja cabe, ao lado de procurar remediar sua situação, levá-los a aceitar o triste quinhão que lhes cabe com espírito sobrenatural, alentando-os com a perspectiva de uma vida de felicidade sem fim no céu se tiverem sido fiéis a Deus.

Diego nasceu nos albores do século XV, em São Nicolau do Porto, pequeno povoado andaluz da diocese de Sevilha.

Desde muito cedo mostrou seu amor à solidão, e já adolescente, sabendo que um virtuoso sacerdote vivia como eremita nas proximidades, uniu-se a ele para melhor servir a Deus.

Por volta do ano de 1409, o Beato Pedro Santoyo, grande promotor do ramo franciscano que seguia a Observância antiga, fundou vários conventos reformados. Um deles foi em Arrizafa, perto de Córdoba.

Diego, que há muito queria ser franciscano, nele foi recebido como irmão leigo.

O fervor com que abraçou a vida conventual foi surpreendente. Dizem seus biógrafos que ninguém lhe ganhava na prática da pobreza, da caridade, da obediência, da mortificação. Nunca estava ocioso, pois a preguiça é a mãe de todos os vícios.

Frei Diego chegou a tal grau de união com Deus, que este se comprazia em lhe comunicar muitas luzes a respeito dos principais mistérios de nossa santa fé e das doutrinas da Igreja. De modo que até mesmo doutores em teologia vinham consultá-lo a respeito das mais intricadas questões teológicas. E ele as expunha com tanta claridade e segurança, como se as estivesse vendo.

Apesar disso, o irmão Diego continuava humilde e serviçal, amando no próximo a Deus Nosso Senhor. Era tão pacífico e tão unido a Deus que bastava uma palavra saída de seus lábios para acalmar as discórdias, levar ao arrependimento o faltoso, dar confiança ao esmorecido, e a todos, a paciência e a alegria no serviço de Deus.

Mandado para o convento em Fuerteventura, nas Ilhas Canárias, os frades não encontraram outro melhor para suceder ao Superior falecido que Frei Diego, apesar deste ser apenas irmão leigo. O que mostra a que grau de estima tinham da virtude e ciência infusa deste santo leigo.

No ano de 1450 celebrava-se em Roma o ano jubilar proclamado pelo papa Nicolau V, durante o qual seria canonizado São Bernardino de Siena (festa a 24 de maio). O Provincial dos franciscanos observantes, São João de Capistrano, convocou então todos os frades da Observância que estivessem disponíveis, para estarem presentes à grande cerimônia.

Assim Frei Diego encontrou-se em Roma com outro grande santo franciscano, Tiago das Marcas (1391-1476), também elevado à honra dos altares.

O afluxo de tantos religiosos à Cidade Eterna para o jubileu, com as precárias condições de hospedagem do tempo, acabou provocando uma epidemia. Foram muitos os frades atingidos. Por isso transformaram o convento de Ara Caeli em hospital, sob os cuidados de Frei Diego.

O santo se desdobrou para atender a todos os empestados e à multidão de pobres que acorria ao convento em busca de alimento. A santidade do humilde frade tornou-se manifesta pela constante multiplicação do pão, dos medicamentos e dos víveres, que fazia.

São Diego entregou sua santa alma a Deus no dia 12 de novembro de 1463.

Dois milagres ocorridos pelo contacto de seu corpo incorrupto, tiveram muita divulgação, por causa dos personagens envolvidos.

Numa caçada, o rei Henrique IV de Castela (1425-1474), caiu do cavalo e feriu gravemente o braço, o que lhe provocava uma imensa dor que os médicos não conseguiam aliviar. O monarca dirigiu-se então a Alcalá para pedir sua cura a Frei Diego, que já tinha fama de taumaturgo.

 A pedido do rei, o corpo incorrupto do santo foi removido de sua sepultura e colocado em um leito. Henrique se deitou então a seu lado e, depois de o oscular, colocou a mão do cadáver sobre seu braço doente. A dor desapareceu instantaneamente, e o braço readquiriu sua força primitiva.        

O outro milagre ocorreu em 1562, quase cem anos depois, com o príncipe D. Carlos, filho do grande Felipe II, rei da Espanha. Tendo o príncipe sofrido violenta queda, feriu tão gravemente a cabeça, que foi desenganado pelos médicos. Diante desse estado desesperador, o rei D. Felipe foi a Alcalá, e mandou abrir o túmulo no qual estava o corpo de Frei Diego, ainda incorrupto. Puseram sobre a face do santo um lenço de seda, que foi depois colocado sobre a do príncipe. Este adormeceu, e quando acordou, pediu de comer. Em poucos dias estava de novo de pé. À vista do milagre, Felipe II pediu ao papa Sixto V, ele também franciscano, que apressasse a canonização de Frei Diego, o que o Pontífice fez em 2 de junho de 1588.

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O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira é uma associação de direito privado, pessoa jurídica de fins não econômicos, nos termos do novo Código Civil. O IPCO foi fundado em 8 de dezembro de 2006 por um grupo de discípulos do saudoso líder católico brasileiro, por iniciativa do Eng° Adolpho Lindenberg, seu primo-irmão e um de seus primeiros seguidores, o qual assumiu a presidência da entidade.

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