Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação
Logo do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Instituto

Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

25 anos de ação de Plinio Correa de Oliveira e seus discipulos em prol da Lituânia livre

Por Renato Murta de Vasconcelos

7 minhá 9 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:48:59 PM


Michail Gorbatchev, então secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética
Michail Gorbatchev, secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, recebeu, em 1990, o prêmio Nobel da Paz.

Em outubro de 1989, o frêmito de descontentamento que percorria os países da Cortina de Ferro teve como primeiro efeito a derrubada do Muro de Berlim. Era o início de uma avalanche incontenível que iria levar de roldão o império soviético, apesar das falaciosas e ocas promessas da Perestroika e da Glasnost de Michail Gorbatchev,  então secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética.

Passo importante, decisivo mesmo para o desmoronamento do colosso soviético, deu o Parlamento lituano no dia 11 de março de 1990 ao declarar a independência de seu país face aos tiranos de Moscou.

A Lituânia, um dos três países do báltico, minúscula diante do colosso russo, procurou em vão apoio junto aos países ocidentais. Nos EUA, na França e alhures seus representantes não receberam qualquer apoio à sua declaração de independência. Mais bem recebiam conselhos entreguistas, no sentido de encontrar uma fórmula de compromisso com Moscou. O único país que apoiou decididamente a Lituânia foi a Islândia.

Tanques russos esmagam cidadãos lituanos em Vilnius, em janeiro de 1991
Após receber o prêmio de Nobel da Paz, Gorbatchev ordenou a invasão da Lituânia. Na foto, tanques russos esmagam cidadãos lituanos em Vilnius, em janeiro de 1991.

A declaração de independência da Lituânia corria sério risco de tornar-se um ato vão, jogando o país numa tremenda humilhação que só contribuiria para sepultar por décadas os anelos de liberdade de seu povo.

Neste panorama sombrio e cheio de apreensões para a Lituânia, por iniciativa do Prof. Plinio Correa de Oliveira, a TFP brasileira saiu às ruas para coletar assinaturas de apoio à independência lituana. Logo se lhe juntaram as demais TFPs espalhadas nos cinco continentes. Em pouco mais de três meses as TFPs coletaram mais de 5.200.000 assinaturas em 26 países no maior abaixo-assinado da história.

A campanha da TFP, amplamente divulgada pela mídia internacional, levou alento e esperança aos patriotas lituanos. Eles viram que havia gente no mundo inteiro – praticamente o dobro de sua população – que lhes estendia uma mão amiga e lhes dirigia uma palavra de encorajamento. Esse apoio moral, que as TFPs deram à Lituânia, foi decisivo para que os lituanos não se deixassem embair pelas sugestões de conciliação, vindas de todos os lados do Ocidente.

Após a entrega dos microfilmes do abaixo-assinado no Kremlin [foto no início deste artigo], no início de dezembro de 1990, uma delegação composta de membros de diversas TFPs das Américas e da Europa viajou à capital da Lituânia, Vilnius, onde foi entusiasticamente recebida na Estação Ferroviária.

Uma delegação da TFP, composta por representantes de diversas nações liderados pelo Dr. Caio Xavier da Silveira, visitou a Lituânia e entregou as assinaturas ao presidente Vytautas Landsbergis, bem como se reuniu com o Parlamento lituano.
Uma delegação da TFP, composta por representantes de diversas nações liderados pelo Dr. Caio Xavier da Silveira, visitou a Lituânia e entregou as assinaturas ao presidente Vytautas Landsbergis, bem como se reuniu com o Parlamento lituano.

A delegação das TFPs visitou o Parlamento, onde se encontrou com Landsbergis e diversos parlamentares. Esteve também com altas autoridades eclesiásticas, como o Cardeal Arcebispo de Kaunas, Dom Vincentas Sladkevicius.

Na ocasião, tanto o Cardeal Sladkevicius quanto o presidente Landsbergis pediram aos membros das TFPs que não se esquecessem de seu país. O Cardeal chegou mesmo a manifestar o desejo de que se fundasse uma TFP na Lituânia.

Cadeia Báltica
“Cadeia Báltica” (foto abaixo): evento ocorrido em 23 de Agosto de 1989 nos três países bálticos (Lituânia, Estónia, Letônia) – à data, ainda repúblicas soviéticas – quando aproximadamente dois milhões de pessoas deram as mãos para formar uma cadeia humana de mais de 600 km de comprimento, cruzando as três repúblicas bálticas e passando pelas três capitais (Vilnius, Tallinn e Riga, respectivamente). Esta original manifestação foi organizada para chamar a atenção da opinião pública mundial sobre o destino comum que tinham sofrido as três repúblicas. De fato, celebrou-se coincidindo com o cinquentenário da assinatura do acordo secreto conhecido como Pacto Molotov-Ribbentrop, pelo qual a União Soviética e a Alemanha Nazi dividiram esferas de influência na Europa de Leste, e que levou à ocupação por parte dos soviéticos dos três estados. Este pacto só foi admitido pelas autoridades soviéticas uma semana antes da realização da Cadeia Báltica. O protesto foi pacífico.

Atendendo a esse pedido as TFPs passaram a enviar desde 1993 uma delegação que visita todos os anos a Lituânia na última semana de agosto e na primeira semana de setembro para de um lado manter acesas as antigas amizades, de outro, entrar em contacto com as novas gerações de lituanos, nascidos já sob o signo da liberdade.

Procissão para Siluva, em 2015
Procissão para Siluva, em 2015

Neste ano a delegação internacional das TFPs esteve na Lituânia de 26 de agosto a 3 de setembro. Teve oportunidade, entre outras atividades, de participar da tradicional peregrinação de Tytuvenai a Siluva, o principal santuário mariano do país, local da aparição de Nossa Senhora em 1608. E também de encontrar-se com parlamentares do partido conservador no Parlamento, em Vilnius, bem como reunir-se com estudantes em Vilnius e cidades do interior do país.

Membros da TFP são recebidos no Parlamento da Lituânia, 2015
Membros da TFP são recebidos no Parlamento da Lituânia, 2015

O pensamento de Plinio Correa de Oliveira vem sendo difundido na Lituânia desde 2005 pelo bureau do Krikščioniškosios kultūros institutas (Instituto de Cultura Cristã) – uma entidade afim com as TFPs –, que publicou no ano passado Revolução e Contra Revolução, ademais de outras obras em defesa da família tradicional.

O Institutas publica também todos os anos o TFP-Kalendorius, difundido pelos membros das TFPs por ocasião de sua peregrinação a Siluva.

Campanha da TFP na Lituânia, 2015
Campanha da TFP na Lituânia, 2015.

Para manter contato com seu crescente circulo de simpatizantes o Krikščioniškosios kultūros institutas mantém desde há cinco anos o blog “Lituania Christiana, onde são publicadas matérias de interesse para o público lituano. O  blog apresenta uma série de links para os sites internet das TFPs e associações afins do mundo inteiro.

Por fim, desde há dois anos o Krikščioniškosios kultūros institutas vem promovendo simpósios sobre temas da atualidade para estudantes. O último realizou-se em Vilnius no dia 25 de julho passado.

 Em pouco mais de três meses as TFPs coletaram mais de 5.200.000 assinaturas em 26 países no maior abaixo-assinado da história.
Em pouco mais de três meses as TFPs coletaram mais de 5.200.000 assinaturas em 26 países no maior abaixo-assinado da história.

 

Detalhes do artigo

Autor

Renato Murta de Vasconcelos

Renato Murta de Vasconcelos

9 artigos

Categorias

Tags

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados