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Seda-300x249Cerca de quatro mil famílias paranaenses criam bichos-da-seda. E eles gostaram do Paraná, pois ali tecem o melhor fio de seda do mundo. Matéria-prima de qualidade não falta. Resultado da combinação de clima propício, décadas de melhoramento genético e dedicação dos criadores, o fio com o qual as lagartas tecem o casulo é excelente, conforme atestam grifes como a francesa Hermès, que desde 2006 só utiliza fio brasileiro em seus lenços de seda, vendidos a US$ 600 cada.

A maior parte dos proprietários se concentra em 29 municípios do Noroeste, no chamado Vale da Seda, o maior polo de produção de casulos do Ocidente. Desde sempre voltada para a exportação do fio, a região tenta agora formar uma verdadeira cadeia produtiva que transforme a seda crua em produto final, com vistas a multiplicar a geração de riquezas.

Atividade tipicamente familiar, criar bicho-da-seda requer muita disposição. Tarefa para gente como Nivaldo Vilas Boas Simões, 53 anos, há 29 na atividade. Morador da área rural de Nova Esperança, ele se levanta às 4 horas da madrugada para dar de comer à criação. Antes da primeira luz do dia, ele vai à lavoura colher folhas de amoreira para, em seguida, depositá-las cuidadosamente sobre milhares de lagartas acomodadas em esteiras dentro de um galpão. Ele e a esposa, Creonice, repetem o ritual até cinco vezes ao dia, para garantir que não faltem folhas frescas ao bicho, que só se alimenta da amoreira. A lagarta retribui o carinho após um mês de criação, quando começa a tecer o casulo, trabalho que dura de três a quatro dias. (Cfr. “Gazeta do Povo”, Curitiba).

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Este post tem 2 comentários

  1. Wellington Melo

    Fenomenal o trabalho realizado por essas famílias e muito agradável a harmonia que traz a interação com essa curiosa largatinha. Coisa de Deus!

  2. Maria Ivete Becker

    Trabalhava no Centro de Ciências da, hoje, UNISC, quando nos veio um grupo de lagartas do bicho da seda, para que fizéssemos o seu controle. Era um estudo Regional, que abrangia várias cidades e que visava conhecer as condições climáticas para a sua cultura!
    Como todos os Professores da área estavam assoberbados com tarefas, ofereci-me para realizar a observação. Construí um mine galpão, com escada para o andar de cima, cujo piso feito, rede para que elas pudessem ficar e formar seus casulos! Todos os dias, pela manhã, cedinho, buscava folhas de amoreiras, doação de um morador próximo ao Centro! Com lupa, observava e anotava, tudo o que acontecia com elas. Sou Socióloga e nada sabia de biologia mas, corri atrás do conhecimento, buscando livros e revistas sobre o assunto. Como era o mês de dezembro, mito quente aqui no RS, meu trabalho não evoluiu, além a formação dos casulos. Fiquei triste, pensando que não fora a “cientista mais indicada”(rsrsrsrsrs) para o estudo. Mas, penso que ganhei muito mais do que os parcos conhecimentos sobre esta maravilhosa cultura. Além de conseguir distinguir o sexo das lagartas, eu descobri que elas comem a folhas de amoras, em posição de oração! Sim! Com a parte menor do corpo sobre o chão e a outra, elevada de forma ereta, como se estivessem ajoelhadas! Comiam segurando a folha com as duas “mãos”, tipo palma com palma, e cerrando as folhas com os “dentes” , seguindo, sempre, o movimento de cima para baixo, como se dissessem humildemente seu sim a Deus! Lindo, lindo! Amei a experiência! Depois, fiquei sabendo que nas demais cidades, a observação, também, parou na mesma fase! Fiquei conformada!

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