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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

A chave das profecias no século da “guerra dos profetas” (1917 – 2017)

Por Luis Dufaur

5 minhá 7 anos — Atualizado em: 10/9/2018, 9:44:02 PM


1917-2017 século marcado pelo choque de duas profecias: a de Nossa Senhora em Fátima pedindo conversão e advertindo sobre a Rússia e a do comunismo infernal na Rússia anunciando a conquista do mundo

No mesmo ano de 1917 em que Lênin prometia na Rússia o triunfo universal do comunismo, Nossa Senhora assegurava em Fátima o triunfo do seu Imaculado Coração.

Há um embate profético que acena para um desfecho colossal.

E essa é a chave que nos permite ordenar as profecias relativas à nossa época.

Em 13 de julho de 1917, num simpático e esquecido vilarejo de Portugal, Nossa Senhora revelou a três pastorinhos um segredo carregado de anúncios.

Tratava-se de uma profecia que julgava toda uma era histórica, vaticinava o seu futuro e lhe anunciava um desfecho trágico, mas triunfal.

Entre os fatos previstos, um foi de difícil intelecção para os pastorinhos:

Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja; os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas; por fim, o meu Imaculado Coração triunfará.

“O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz
” .

Francisco e Jacinta, hoje canonizados, e a própria Lúcia — a única que falava com Nossa Senhora — não entenderam quem era a tal “Rússia”.

A revolução russa de 1917 inaugurou a era dos grandes morticínios igualitários e anticristãos

Mons. Liberio Andreatta, Administrador Delegado da Obra Romana de Peregrinações, que conversou com a Irmã Lúcia em três ou quatro ocasiões, ouviu dela:

“Nós pensamos que era uma mulher de má vida e rezávamos por ela. Nós não sabíamos que existia uma nação com esse nome” .

Duas profecias simultâneas e antagônicas

Enquanto a Santíssima Virgem aparecia no extremo ocidental da Europa, não longe do Atlântico, na outra extremidade do mesmo continente, nos confins da Ásia, antros infernais impeliam a Rússia a uma revolução que impactaria o mundo.

Em 2 de março de 1917 o czar Nicolau II era forçado a abdicar pelos revolucionários mencheviques. Um governo provisório social-democrático presidido por Alexander Kerensky tinha confinado o czar e sua família, inicialmente no palácio de Tsarskoye Selo, e depois em Tobolsk, nos Montes Urais.

Transladaram-nos por fim, juntamente com seus servidores, à Casa Ipatiev, em Ekaterimburgo, onde foram massacrados na noite de 16 para 17 de julho de 1918.

Enquanto Nossa Senhora advertia em Fátima para o flagelo dos “erros da Rússia”, Vladimir Lênin — o gênio tenebroso da mais sanguinária revolução da História — exortava em Moscou a colocação em prática desses erros, prometendo que, “tomando o poder simultaneamente em Moscou e em São Petersburgo, triunfaremos de modo indefectível”. 

Sua proclamação movimentou um punhado de ativistas ideológicos aterrorizados ante a imensidade dos crimes que seriam perpetrados.

O núcleo revolucionário inicial foi engrossado por enxames de soldados entregues ao saque e à anarquia após a derrota da Primeira Guerra Mundial, bem como por brigadas de criminosos e “guardas vermelhos” do líder anarquista Leon Trotsky.

Soldados com a faixa COMUNISMO marcham rumo ao Kremlin pela rua Nikolskaya

Superando as possibilidades humanas, em 7 de novembro de 1917 (conforme o calendário gregoriano) a revolução profetizada tornou-se uma realidade infernal: Lênin depôs o governo provisório e a primeira revolução comunista marxista do século XX deu o poder aos bolcheviques.

Desde então, a Rússia difundiu pelo mundo um profetismo emanado de abismos de maldade, aglutinando e comandando todos os revoltosos da Terra.

“Assim que subiu ao poder — escrevem os autores do Livro Negro do Comunismo — Lênin sonhou em propagar o incêndio revolucionário pela Europa e depois por todo o mundo. 

“Inicialmente, esse sonho respondia ao famoso slogan do Manifesto do Partido Comunista, de Marx, em 1848: ‘Proletários de todos os países, uni-vos!’” .

O alvo era todas as desigualdades sociais, econômicas, políticas e seus fundamentos morais e religiosos.

Doravante ninguém deveria se submeter a princípio moral ou religioso algum, mas, pelo contrário, insurgir-se contra toda superioridade, mando ou influência, condenados como formas retrógradas de “alienação” que devem ser extintas.

Em termos humanos, ecoava o “não servirei” de Satanás em sua revolta contra Deus, que em toda a medida do possível deveria ser apagado da face da Terra junto com a Santa Igreja Católica.

Para enfrentar esse gigante de iniquidade que iria provocar, segundo estimativa moderada, mais de 100 milhões de mortes no século XX, Nossa Senhora escolheu três humildes pastorinhos portugueses.

Por meio deles transmitiu sua profética mensagem convocando as almas sinceras à emenda de vida e à resistência moral para evitar a tragédia que despencava sobre o mundo e a Igreja.

Foi assim que em 1917 se iniciou um conflito de amplitude cada vez mais universal, ao qual poderíamos chamar de “guerra dos profetas”. 

Pois ambos os lados se opunham em virtude de uma profecia em choque com a outra. 

De um lado, a profecia de Fátima, que conclui com o triunfo do Imaculado Coração, e do outro uma infernal profecia proferida por Lênin, que inaugurava perseguições para extinguir a Igreja e instalar uma anti-ordem radicalmente gnóstica e igualitária.

Ele também prometia o triunfo! E o segredo dessa negra profecia constitui a essência dos “erros da Rússia”, como Nossa Senhora a definiu na Cova da Iria.

Veremos isso com pormenor nos próximos posts.


 

Mons Salvatore Cordileone, arcebispo de San Francisco, EUA

Mons. Salvatore Cordileone, arcebispo de San Francisco, EUA:

No século após Fátima, que “em muitas frentes zombou de Deus” nós vemos “um espelho vivo do inferno” com guerras mundiais, campos de extermínio, numerosos genocídios – incluindo o aborto e a eutanásia – e perseguições anticristãs.

“Deus é ridicularizado em nossas ruas, e esses ridículos são recebidos com aprovação e aplauso em nossa comunidade, e ainda assim permanecemos em silêncio. Mas de Deus não se zomba”. LifeSiteNews

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Luis Dufaur

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Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

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