Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
2 min — há 14 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:34:12 PM
Oagronegócio vive uma verdadeira revolução tecnológica com a introdução de inovações que atingem até mesmo a simples aplicação de defensivos. Mas o que aparentemente seria algo positivo traz à tona outra realidade: a falta de mão de obra especializada. Encontrar um profissional para determinadas funções tem- se tornado uma verdadeira dor de cabeça para os produtores rurais. Atualmente, existem milhares de vagas de empregos a serem preenchidas no campo nos mais variados segmentos, mas a falta de qualificação dos trabalhadores está gerando uma situação inusitada, com o desemprego crescente e a oferta de vagas em ascensão.
Para o presidente da Federação dos Empregados rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp), Élio Neves, ‘há uma carência profunda nesse sentido, porque vivemos uma espécie de apagão da qualificação profissional.’ ‘O Brasil sempre teve política de qualificação e requalificação profissional. Mas infelizmente essas políticas não deram conta de preparar nem trabalhadores, nem empresários para essas mudanças de paradigmas que estamos vivendo, principalmente na agricultura’, disse.
Pelos cálculos da Feraesp, em conjunto com a União da Indústria canavieira (Única), que representa as usinas de álcool e açúcar, o setor sucroalcooleiro possui atualmente cerca de 200 mil trabalhadores no corte da cana. Uma função que está com seus dias contados. Atualmente as usinas têm pedidos de 1 mil máquinas colheitadeiras de cana junto às fábricas. Quando essas unidades entrarem em operação, Neves acredita que 100 mil trabalhadores perderão o emprego. A situação fica ainda mais grave se considerarmos o protocolo de intenções assinado entre o Governo do Estado de São Paulo e as entidades que representam os usineiros, que prevê o fim da queima da palha da cana para 2014, em áreas mecanizáveis, e em 2017, em áreas não mecanizáveis.
Mas Neves lembra que o problema não se resume ao setor sucroalcooleiro. ‘Há uma carência enorme de mão de obra especializada, nos mais diferentes setores da agricultura. Hoje falta motorista para dirigir caminhões modernos, faltam operadores de máquinas agrícolas, tratoristas, mecânicos eletricistas, quer dizer, o campo não é mais um lugar para trabalho manual’, analisou. ‘A informática, as comunicações todo o processo de produção agrícola está diretamente ligado a esses paradigmas da informática. Contudo, seria necessário que os trabalhadores hoje estivessem em outro patamar.’
Outro problema sério, segundo Neves, é o nível de escolaridade no campo. ‘Nós convivemos com nível de analfabetismo muito alto; 70% dos trabalhadores rurais são analfabetos, ou são analfabetos funcionais. Se compararmos a capacidade efetiva de leitura, interpretação, aí chegaremos a somente 10% que têm capacidades e discernimento para interpretação concreta para determinadas situações, que envolvem este momento que estamos atravessando’, calculou. ‘Então este é o quarto desafio: promover alfabetização de qualidade e ao mesmo tempo em massa, promover elevação de escolaridade, e juntamente com isso propor aos trabalhadores especialização em algumas áreas mais carentes.’ Fonte: DCI, Daniel Popov – 30 de dezembro de 2010
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