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Dissidentes cubanos denunciam colaboração da Hierarquia católica do país e de líderes populistas latino-americanos com a ditadura e pedem ao Ocidente mais rigor contra o regime marxista

Raúl Castro cumprimentando o cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, e D. Dionísio García, arcebispo de Santiago de Cuba

“Ratos e baratas, água a cada três dias, comida podre, autoflagelação e excrementos pelo chão” – esse foi o ambiente que os ex-presos políticos de Cuba, agora exilados na Espanha, enfrentaram durante sete anos nos presídios da ilha. “Éramos totalmente saudáveis, mas saímos de lá cheios de problemas”, declarou Júlio César Rodríguez.(1)

O estado das prisões é um indicador da miséria que o socialismo impôs.

A economia “solidária” e “participativa” já nem sustenta o sistema de racionamento de alimentos e produtos de higiene. Os comedores (restaurantes) públicos deixaram de fornecer 3,5 milhões de parcos almoços por dia para funcionários do Partido Comunista.

A Reforma Agrária há muito privou a ilha de alimentos suficientes.As colheitas de açúcar e tabaco — outrora grandes matérias-primas de exportação — caíram a níveis inferiores aos de várias décadas atrás.

Cuba sobrevivia com a receita do turismo europeu e americano, porém a crise econômica afastou os turistas. HugoChávez completava o raquítico orçamento com petróleo, mas a socializada Venezuela também não consegue alimentar seus cidadãos, e depende dos envios que o presidente Lula prometeu para que o ditador venezuelano consiga manter-se no poder.

O Brasil fornecia milhões de dólares em investimentos de infra-estrutura, mas os especialistas brasileiros em Reforma Agrária não ensinaram nada que os cubanos não conhecessem à perfeição: não trabalhar, não colher, não produzir e não comer…

Fidel Castro saiu de sua reclusão hospitalar para dizer a “The Atlantic”, revista da esquerda americana: “O modelo cubano já não funciona nem para nós”.(2) A surpresa foi grande, e o “líder máximo” esboçou um desmentido nada convincente.

Pouco depois Raul Castro anunciou a demissão de 500.000 funcionários públicos no decurso de seis meses, mas não esclareceu como poderão manter-se depois disso os ex-funcionários públicos, quando se sabe que é praticamente inexistente a iniciativa privada que poderia admiti-los.

A ajuda dos EUA e da União Européia é questão de vida ou morte para o regime. Mas este não quer renunciar à utopia comunista. Como fazer então?

Denúncia dos exilados

Uma velha fórmula foi tentada: Havana exilou presos políticos em troca do fim de embargos econômicos, além do envio de produtos de sobrevivência — coisa absolutamente decisiva.

Quem seria o avalista da permuta de presos por alimentos? O cardeal Jaime Ortega Alamino, arcebispo de Havana e presidente da Conferência Episcopal Cubana, preenchia as condições indispensáveis para isso: o regime confia nele, e sua figura de alto representante da Igreja Católica tornava a operação deglutível pela opinião pública ocidental. Foi assim que o cardeal Ortega esteve no centro das combinações.

Chegada dos exilados cubanos à Espanha

Porém, aconteceu algo inesperado: os exilados denunciaram o comércio humano de que se sentiam objeto; declararam publicamente que o fim do bloqueio só serviria para perpetuar a ditadura comunista; imploraram aos EUA e à UE para não levantá-lo e, pelo contrário, serem bem mais exigentes com a ditadura castrista.(3) “Peço à União Européia que não abandone a posição comum. […] Não pode ser abandonada, porque Cuba não deu sinais de mudança”, afirmou o dissidente Normando Hernández ante o Parlamento Europeu.(4)

As corajosas vítimas do comunismo denunciaram também a cumplicidade de líderes populistas latino-americanos com o esquema de repressão e morte que impera na ilha. Em particular, o dissidente Omar Rodríguez verberou a conduta do presidente Lula: “Quando ocorreu a tragédia com Orlando Zapata [dissidente morto em greve de fome pouco antes de Lula chegar a Cuba], o presidente brasileiro apertava as mãos de Fidel e Raul Castro. Ele não intercedeu, não fez nada para salvar a vida de Orlando Zapata. Isso significa que ele se aliou ao crime, e não à justiça”.(5)

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Notas:

1. “Folha de S. Paulo”, 16-7-10.

2. http://www.theatlantic.com/ international/archive/2010/09/fidel-cuban-model-doesnt-even-work-for-us-anymore/62602/

3. “El Mundo”, Madri, 13-9-10.

4. Id., ibid.

5. Veja, “Em Coletiva, dissidentes dizem que havia ratos em suas celas e voltam a criticar Lula”.

Este post tem 4 comentários

  1. José Lorêdo de Souza Filho

    Este senhor, que atende pelo nome de Jaime Ortega, é um excomungado; não está mais em comunhão com o Corpo Místico de Cristo…

    É preciso que os próprios leigos gritem em cima desses bispos safados, entreguistas e anti-cristãos, que eles não representam mais a Igreja de Cristo e lhes esfreguem na cara o decreto de Pio XII, pelo qual estavam automaticamente excomungados aqueles que colaborassem com o comunismo…

    http://ariquezadorosario.wordpress.com/2010/08/26/decreto-contra-comunismo/

    Essa gente não merece nenhum respeito, e quem os trata educadamente tampouco…

    Nosso Senhor Jesus Crito, em linguagem incomparável, disse que, se um olho te faz pecar, arranca-o fora; se um braço te faz pecar, decepa-o!

    Da mesma forma, se as regras de polidez te fazem compactuar com a iniquidade, desfaz-te dela!

    Antes entrar no Paraíso vaiado pelos homens que perder-se no Inferno como um perfeito cavalheiro…

  2. Gilmara

    esses criminosos desse regime criminoso precisam de um BASTA! JUSTIÇA, clamam todos os homens de bem, em seus próprios nomes e em nome dos mártires sacrificados aos milhões pelo comunismo, e em nome das vítimas c/vida (subvida) nas garras dos ditadores criminosos ! O Presidente do nosso país é uma vergonha para todos nós, e ele precisará do peso da JUSTIÇA sobre seus crimes tbm, seu conluio c/ assassinos, c/narcotráfico, e tudo que há de pior, se porta como um anticristo que quer se passar pelo próprio Cristo (elementar, esse é o papel do anticristo).

  3. Pedro

    Só alguem muito desavisado poderia esperar putra atitude do molusco brasileiro!!!!

  4. paulo veiga

    PARABÉNS VOCÊS DEVIAM IMPRIMIR UM JORNAL COM ESSAS NOTÍCIAS PARA MELHOR ESCLARECER O PÚBLICO, NÓS NÃO SABIAMOS. MUITO OBRIGADO POR TUDO. SÓ NÃO ENTENDI O APOIO DOS PADRES E BISPOS CUBANOS AO GOVERNO DE CUBA. SERÁ QUE O REGIME É BOM PARA O POVO???

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