Um negócio da China
Atilio Faoro
Depois da África, a China está desembarcando na América Latina, para novas conquistas. Sua estratégia está construída em avançar inicialmente por três vias: comércio, investimento e empréstimos a juros baixos. Em troca, recebe petróleo, commodities e concessões para explorar reservas estratégicas, que são necessárias para o gigante comunista asiático.
Agora, chegou a vez da América Latina. A China despejou mais de US$ 50 bilhões na região em empréstimos nos últimos 18 meses, aponta levantamento do JP Morgan. A Venezuela, de Hugo Chávez, lidera com US$ 28 bilhões em créditos chineses. Depois estão Brasil e Argentina, com US$ 10 bilhões cada. O Equador recebeu US$ 2,7 bilhões. “A magnitude desses acordos é surpreendente”, disse Julio Callegari, economista do JP Morgan.
No caso brasileiro, é uma linha de crédito para a Petrobras, que já utilizou US$ 7 bilhões. Em maio de 2009, o presidente Lula assinou na China um contrato de fornecimento garantido de petróleo ao gigante chines através da estatal petroleira, durante 10 anos.
Os economistas definem o comércio com a China como “neocolonialismo” e temem que (mais…)