Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 3 anos — Atualizado em: 2/25/2022, 6:11:07 PM
Vinícius D. de Sousa
Belo Horizonte — O Núcleo do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira da capital mineira promoveu no dia 20 deste mês mais uma conferência de formação para seus amigos e simpatizantes. Essa programação, que acontece a cada terceiro domingo do mês, é precedida da assistência à Santa Missa tridentina, depois da qual os participantes se dirigem à Sede social do Instituto onde lhes é servido um lanche, ocasião para animadas conversas.
O tema da reunião de fevereiro, a cargo do Dr. Marcos Machado Costa, foi a Liga Eleitoral Católica (LEC) — lançada no período que antecedeu a Revolução getulista de 1930 — enquanto constituindo a maior mobilização católico-anticomunista de nossa história.
O conferencista apresentou documentos históricos, fotos e comentários de livros como O Cruzado do Século XX, do Prof. Roberto De Mattei; Um Homem, uma Obra, uma Gesta, de autoria de Dr. Leo Daniele. E como complemento ainda sugeriu ao público presente a leitura de Minha Vida Pública, fartamente ilustrado, sobre a epopeia da LEC.
Na documentação exibida havia depoimentos abalizados, como o do ex-ministro Paulo Brossard, segundo o qual “a LEC foi a organização extrapartidária que na história do Brasil exerceu a maior influência política eleitoral” (Paulo Brossard, Jornal de Minas, Belo Horizonte, 3-7-1986). Não menos eloquente foi a declaração à época do ex-chanceler Osvaldo Aranha ao Cardeal Leme: “Se os católicos não tivessem se congregado para interferir nas eleições de 1933, o Brasil estaria hoje definitivamente desviado para a esquerda” (Legionário, 20-12-1936).
De grande valia foram as cartas do ainda muito jovem Plinio Corrêa de Oliveira a Tristão de Ataíde, encaminhando-lhe os Estatutos da LEC, que acabara de redigir [ao lado, foto da primeira página], e ao mesmo tempo mostrando-lhe os riscos que o Brasil corria então.
Para a Assembleia Constituinte de 1934 foram eleitos 214 deputados, sendo que mais jovem e mais votado deles foi Plinio Corrêa de Oliveira, que obteve 24 mil votos, tendo o segundo colocado obtido pouco mais de 12 mil. Cerca de 40 entre eles pertenciam à bancada católica. Esse era o peso do eleitorado católico.
Com poucos meses de existência a LEC se afirmou como a maior força eleitoral do Brasil. Naquela Assembleia foram aprovadas não apenas as “reivindicações mínimas” da Liga — como a indissolubilidade do vínculo conjugal (art. 144), o ensino religioso nas escolas (art. 153), a assistência religiosa às forças armadas e nas prisões (art. 113, n° 6) (36) —, mas também numerosas outras exigências, entre as quais a invocação de Deus no preâmbulo da Constituição (37), a assistência estatal às famílias numerosas (art. 138, § d7), o serviço militar dos eclesiásticos prestado sob forma de assistência espiritual ou hospitalar (art. 163, § 3), pluralidade e liberdade dos sindicatos operários (art. 120), a lei contra a propaganda subversiva (art. 113, § 9).
Houve muitas intervenções e perguntas ao expositor, por exemplo sobre o que poderia ser feito hoje para evitar outros atentados à nossa tradição cristã. Nesse momento um dos presentes, Dr. Walter Trindade, chamou a atenção para o papel decisivo do livro Revolução e Contra-revolução, que todos deveriam estudar, por ser um guia indispensável para orientar a reação católica e conservadora na luta contra a esquerda.
O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira é uma associação de direito privado, pessoa jurídica de fins não econômicos, nos termos do novo Código Civil, sem filiação político-partidária. Para dar continuidade ao trabalho levado a cabo pelo Dr. Plinio, cabe ao Instituto “dar continuidade a seu vasto trabalho de mobilização da sociedade civil, com vistas a preservar os pilares básicos da civilização cristã ameaçados.”
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