Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 9 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:49:09 PM
Os atletas cubanos não estão acreditando nas promessas do diálogo dos irmãos Castro e Obama, com o aval do Papa Francisco.
E se fizeram ouvir através de um recurso mudo, mas eloquente: o da fuga em eventos esportivos no exterior.
Nos Jogos Pan-americanos 2015 de Toronto, a metade da equipe masculina de hóquei sobre grama escapuliu, não se apresentando contra Trinidad e Tobago. Dos 16 jogadores da delegação (11 entram em campo), apenas oito apareceram no gramado.
Mas isso foi a ponta do iceberg. Segundo o caderno esportivo de La Nación de Buenos Aires, cifras extra-oficiais apontam que em Toronto mais de uma vintena de cubanos desertaram para a liberdade.
Os representantes da delegação do país comunista se recusaram a comentar as súbitas ausências.
O total de fugas supera o recorde dos Jogos Pan-americanos de Winnipeg 1999, também no Canadá, quando pelo menos 13 cubanos abandonaram a delegação.
O jogador de hóquei Roger Aguilera reconheceu que “temos sete companheiros nos EUA”, sem especificar o que foi feito do oitavo colega que não apareceu no jogo.
O time feminino cubano de hóquei saiu a campo com apenas nove pessoas. “O time passou por muitas coisas nos últimos dias”, tentou explicar a jogadora Mileysi Argentel.
Também foi constatada a súbita ausência de quatro remadores cubanos que chegaram com a delegação, segundo confirmou à imprensa o DT cubano Juan Carlos Reyes.
Mais dois esportistas, especialistas em clavas, também aproveitaram para desaparecer, segundo o site da ilha “Cuba Si”.
Mas esse voto silencioso de desconfiança às conversas entre Castro, Obama e a diplomacia vaticana não foi emitido somente nos Jogos Pan-americanos.
A seleção cubana de futebol que foi disputar no norte do continente a Copa Ouro, equivalente à Copa da América, voltou a Cuba com quatro jogadores a menos, que também aproveitaram a ocasião para procurar a liberdade.
Em algum lugar dos EUA sumiram o dianteiro Ariel Martínez e seus companheiros, antes de jogarem em Baltimore, noticiou o jornal El País de Madri.
A ditadura da ilha tem especial empenho em evitar essas evasões do comunismo. O próprio Fidel Castro qualificou esses esportistas de “soldado que abandona seus companheiros no meio do combate”.
Fidel se referia aos boxeadores Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, que durante os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro tentaram fugir, mas foram constrangidos pelo governo petista a voltarem para Cuba, onde foram castigados. Por fim eles conseguiram fugir da ilha para fazer carreira no exterior.
É claro que para Cuba o esporte é um instrumento de guerra psicológica, no qual ela aplica esforços desmesurados visando à propaganda do regime comunista no exterior.
O DT cubano Raúl González falou aos jornalistas com mau humor sobre o sumiço dos futebolistas, após a derrota contra os EUA.
Seja o primeiro a comentar!