Cansaço
O suspense cansa. Imaginemos um carro à beira do precipício. Um verdadeiro abismo com todas as suas características, inclusive o convite gritante para a ação da força da gravidade. O vazio sobe no nosso peito, nos incomoda, o impacto do…
O suspense cansa. Imaginemos um carro à beira do precipício. Um verdadeiro abismo com todas as suas características, inclusive o convite gritante para a ação da força da gravidade. O vazio sobe no nosso peito, nos incomoda, o impacto do…
Poucas coisas existem simples como a desigualdade. Poucas complicadas, torcidas e equivocadas, como o igualitarismo. Neste mundo sem dogmas e sem religião, o igualitarismo é uma espécie de “dogma”. Para os igualitários, as desigualdades são como as doenças: não se…
Leo Daniele
Quanto maior a distância de um acontecimento, menor a emoção que um fato causa. É o que diz Eça de Queiroz em “As catástrofes e as leis da emoção”. Para tentar demonstrar sua tese, o autor dá vários exemplos. O mais característico é o caso do pé da Luíza Carneiro.
Era noite, e a senhora lia para uma roda de pessoas o jornal repleto de notícias catastróficas. Primeiro, o terremoto em Java destruíra vinte aldeias e matara duas mil pessoas. Ninguém se interessou por tão longínqua desventura. Depois, mais perto, na Hungria, uma inundação destruíra vilas, campos, homens e gado. Alguém então murmurou, num lânguido bocejo: “Que desgraça!” Em seguida foram relatados uns tumultos na Bélgica, nos quais haviam morrido quatro mulheres e duas crianças. Vozes mais interessadas exclamaram brandamente: “Que horror!”
A leitora vira a página do jornal, e procura noutra coluna. De repente solta um grito, leva as mãos à cabeça e exclama (mais…)
No mundo das nuvens, nada mais “inocente” do que a expressão “conselho popular”. É pelo menos o que insinua o texto do PNDH-3 (Terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos), onde esta palavra pode ser encontrada em grande profusão.E emerge de nosso subconsciente, talvez, a imagem tão brasileira de uma vovó, sentada com sua netinha no colo, e sussurrando-lhe bondosas palavras de conselho.
Direitos humanos: sim! se forem os dos homens do “nosso lado”.Apenas os dos comprometidos com a causa comunista ou socialista, que são a mesma coisa como nos informou recentemente o camarada Fidel Castro em pessoa. Caso contrário, as pessoas devem ser tratadas como coisa. O repúdio à crueldade é um “preconceito burguês”.Já sabíamos que isto é assim. Mas sempre aparece mais um detalhe, e o de hoje é a bicicleta-bomba.
Dir-se-ia que não é para já. Estamos num ano de eleições, e o bom senso pede que aqueles inúmeros itens do PNDH-3 fiquem para serem discutidos em 2011.Mas o bom senso não parece ser uma qualidade corrente em certos meios. Por isso, evitando o que possa dar idéia de um perigo, de uma ameaça, vai-se aplicando o conteúdo do PNDH-3 gradualmente, ponto por ponto.Seria um pouco como se, em vez de promover uma invasão maciça, uma tropa executasse uma infiltração soldado a soldado aproveitando da penumbra.