Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
2 min — há 14 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:32:33 PM
A mídia brasileira é de fato curiosa. Ainda há pouco – num evento internacional –Evo Morales foi sua vedete preferida. Hoje, quando a Bolívia deita labaredas por todos os lados, em decorrência de greves e outras manifestações contrárias ao governo, nosso público quase não é informado.
É bem verdade que os atuais protestos naquele país poderiam ter objetivos mais elevados. Por exemplo, de oposição ao fato de Evo Morales ter promulgado no início deste ano a Lei dos Direitos da Mãe Terra, classificado por um especialista em bioética de “loucura total”, e estar pressionando a ONU para legislar no mesmo sentido. Tal lei abstrusa concede à “Mãe Terra” – inclusive aos insetos e às árvores – direitos iguais aos humanos!
Entretanto, muitas dessas manifestações se relacionam com as necessidades da existência de todos os dias, sem as quais tampouco se vive. E a questão que mais fervilha no momento é o aumento dos salários, com o governo oferecendo até 10% e dizendo não ter dinheiro para mais, enquanto os manifestantes – professores, funcionários públicos, operários etc. – exigem pelo menos 15%.
Toda essa situação fez com que o conhecido diário espanhol “El País” (12-4-11) estampasse matéria com o seguinte título: A Bolívia vive o maior número de protestos dos últimos 41 anos.
– O leitor sabia disso?
Pois bem, o jornal prossegue: “O presidente da Bolívia, Evo Morales, vive hoje, do outro lado da cena, o pesadelo dos conflitos sociais, dos quais foi um dos principais protagonistas a partir dos sindicatos cocaleiros, nos primeiros cinco anos da década passada. O que ele ignorava é que não somente iria provar de seu próprio remédio, mas que teria de suportar o maior número de expressões de descontentamento registrado em 41 anos”.
E para mostrar a extensão dos protestos, “El País” informa que de acordo com o Centro de Estudos da Realidade Econômica e Social (CERES), de Cochabamba, em 2010 ocorreram 811 conflitos sociais (greves, protestos de rua, fechamento de estradas ou de vias e rebeliões nas prisões), com uma média mensal de 67 conflitos! E que no primeiro trimestre de 2011 já se produziram outros 240, em comparação com os 207 havidos no mesmo período do ano passado.
Dada a magnitude das manifestações, algo já transpira na mídia nacional. Segundo a “Folha de S. Paulo” (15-4-11): “Milhares de manifestantes bloquearam parte da capital da Bolívia, La Paz, e outras cidades e chegaram a cercar a casa do presidente Evo Morales”.
— Será que o suculento espólio da Petrobrás – consentido prazerosamente por Lula – ou os petrodólares venezuelanos conseguirão tirar do apuro o “companheiro” bolivariano?
Seja como for, o leitor brasileiro não está sendo suficientemente informado.
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