Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
6 min — há 11 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:24:46 PM
O intenso calor e a estiagem dos últimos meses levou o Brasil a quase igualar os recordes de 70 anos atrás quando não havia “aquecimento global antropogênico”, nem preocupação com o CO2, nem ecologistas agitando o ambiente com suas teorias.
O fenômeno serviu também para avaliar a facilidade com que os exageros “verdes” são acolhidos pela mídia simpatizante.
Mas, felizmente, também serviu para ouvir mais uma vez o bom senso de cientistas objetivos.
Do lado catastrofista, por exemplo, o jornalista Washington Novaes reproduziu velhos chavões:
“Há muitas décadas numerosos estudos científicos vêm alertando para a gravidade e o agravamento progressivo das mudanças, para a necessidade de implantar sem perda de tempo políticas e programas de “mitigação” e “adaptação” a essas transformações.
“Mas têm encontrado pela frente o ceticismo — quando não o descaso. Ou a crença nas avaliações dos chamados “céticos do clima” (O Estado de S.Paulo, 14.02.2014)
Testemunhos em seu favor não faltam e o distinto jornalista não hesitou em apelar aos mais mirabolantes:
“Estudiosos como sir Nicholas Stern dizem que o aumento da temperatura no mundo será de 4 a 5 graus até o fim do século.
“James Lovelock, autor da “teoria Gaia”, chega a prever (Rolling Stone, novembro de 2013) que “a raça humana está condenada” a perder mais de 5 bilhões da população até 2100, com o Saara invadindo a Europa, Berlim tornando-se mais quente do que Bagdá.
“A temperatura subirá 8 graus na América do Norte e na Europa.
“Segundo a Organização Mundial de Meteorologia, “não haverá pausa no aumento da temperatura”; cada década será mais quente.
“Michael Bloomberg, o bilionário ex-prefeito de Nova York, sugere o fechamento imediato de todas as minas de carvão mineral, a maior fonte de poluição — mas por aqui já pusemos em atividade as nossas termoelétricas a carvão, as mais poluidoras e mais caras.
“Não adianta mais exorcizar os que os “céticos” chamavam de “profetas do Apocalipse”. Nem fechar os olhos à realidade”.
O autor propôs, como é de praxe no alarmismo, metas inatingíveis, como se o homem fosse capaz de domesticar a atmosfera, o sol, os oceanos, os ventos e tudo quanto o supera de modo incalculável.
Após a utopia, ele voltou à proposta “verde”: socialismo, dirigismo estatal, combate à propriedade privada e denúncia do consumo no campo e na cidade.
“Temos de conceber e adotar com muita urgência um plano nacional para o clima. Que inclua regras rigorosas para a ocupação do solo, impeça o desmatamento, promova a recuperação de áreas, proteja os recursos hídricos.
“Obrigue os administradores públicos a tratar com urgência também do solo urbano e que nos imponha repensar nossa matriz energética.
“É preciso conferir prioridade absoluta às fontes de energia “limpas” e renováveis. Avançar com a energia eólica, já competitiva e ainda desprezada. Estimular os formatos de energia solar, que avançam a toda a velocidade no mundo”.
Qual é a esperança que essa proposta nos traz? As energias alternativas estão apresentando prestações pífias, como temos noticiado largamente em nosso blog.
“Voltar a conferir preferência às energias de biomassas, inclusive ao álcool, em que o Brasil foi pioneiro e agora importa dos Estados Unidos.
“Este é o caminho do futuro: o desenvolvimento local, com microgeração de energia.
“Sem concentrar a propriedade, sem concentrar a renda”.
Em suma, a marcha certa para a frustração, o socialismo e a miséria.
Xico Graziano (O Estado de S.Paulo, 18.02.2014) nos falou de algo bem conhecido e sensato: no Brasil faz calor, acontecem secas, e em certas ocasioes são recorde.
“Anda em busca de explicações o inusitado fenômeno climático. Prato cheio para o catastrofismo ecológico.
“Estrilam sua voz os que apregoam o fim do mundo pela nefasta ação do homem sobre o meio ambiente.
“Na teoria das mudanças climáticas, o efeito antrópico sobrepõe-se às causas naturais.“No caso brasileiro, por exemplo, supõe-se que até o final deste século a floresta amazônica se transforme numa savana, um bioma árido semelhante ao cerrado do Centro-Oeste. Nesta região, inversamente, passaria a chover mais. Vai saber.
“Pode ser que as mudanças climáticas e a ocupação humana estejam afetando o regime de chuvas. Seca, porém, não é privilégio contemporâneo.
“Na História da humanidade verificam-se terríveis períodos com pronunciada falta d’água. Sua repetida ocorrência é arrolada por Jared Diamond entre as explicações do colapso da civilização maia.
“Falar em seca aqui, no Brasil, lembra o Nordeste. Vem de longe o recorrente problema. O primeiro relato da falta de chuvas na região é de 1583, descrito pelo padre Fernão Cardim, então apiedado pelo sofrimento dos índios do sertão.
“Quase dois séculos depois, entre 1877 e 1879, parte importante dos moradores de Fortaleza pereceu em devastadora seca que afetou especialmente o Ceará.
“De tempos em tempos o nordestino padece no tórrido chão. Há dois anos, metade do gado bovino morreu no semi-árido, durante a maior seca dos últimos 50 anos.
“Os eventos históricos mostram, à farta, que muito antes de os cientistas se preocuparem com o meio ambiente as secas já danificavam economias e arrasavam populações.”
Um metereologista fala
Ponderada e séria explicação do calor e da seca de 2014 devemos a Paulo Etchichury, diretor da Somar, empresa de análise do clima (O Estado de S.Paulo, 02.04.2014).
Em entrevista ao jornal explicou por que o calor e a seca destes meses não tem relação com as mudanças climáticas, mas faz parte de ciclos naturais de altas e de baixas na temperatura do Oceano Pacífico.
“O calor que vimos neste início de ano é um fenômeno eventual ou pode se repetir?
“Estamos no que se chama de Oscilação Decadal do Pacífico — decadal porque envolve décadas, em ciclos de aproximadamente 30 anos.
“De 1975 a 2005, o Pacífico esteve mais tempo quente do que frio. Isso provocou mais chuva no Centro-Sul do Brasil e invernos mais amenos.
“Agora há um consenso na comunidade científica de que voltamos ao padrão registrado entre 1945 e 1975, quando o Pacífico ficou mais tempo frio.
“Não há, então, relação com as mudanças climáticas?
“A Oscilação Decadal do Pacífico é um ciclo natural, que não tem nenhuma relação com o fenômeno conhecido como mudanças climáticas.
“Então teremos de nos preparar para uma nova realidade pelos próximos 25 anos?
“Sim. O mais importante é abandonar o paradigma de que, se tivermos uma seca, a estação chuvosa vai repor os reservatórios de água, os lençóis freáticos e a umidade do solo.
“Não temos mais essa garantia e precisamos nos preparar para isso.”
As afirmações do metereologista não tem a estridência midiática dos exageros apocalípticos “verdes” nem das drásticas “soluções” socialistas e estatistas “vermelhas”.
Suas palavras transmitem a honestidade da ciência não manipulada com viés ideológico e trazem a tranquilidade e o equilíbrio que o Brasil precisa tanto no momento.
Congratulações ao metereologista e ao seu trabalho!
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