Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
5 min — há 6 anos
Outro dia, como fazia muito frio, fui a uma lanchonete perto de casa para tomar um chocolate quente com conhaque – uma coisa, aliás, muito saborosa.
Passados alguns minutos, achegou-se à minha mesa um velho conhecido que há muito eu não via. Era o Asdrúbal, ex-ministro da Eucaristia.
– Olá! Como vai?
-Muito bem, obrigado. E você, Asdrúbal? Ele puxou a cadeira à minha frente e sentou-se.
– Também vou muito bem, sobretudo com a derrota do PT nas eleições. A melhor coisa que eu fiz foi deixar, depois de anos seguindo o meu bispo e o meu pároco, esse partido radicalmente anticatólico.
– Fico contente que você tenha chegado a essa conclusão. Há décadas, na TFP, com Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, e agora no IPCO seguindo os mesmos métodos, eu participo do combate legal e pacífico contra o comunismo petista tão apregoado pelo clero de esquerda.
– Agora vejo que o Dr. Plinio e vocês sempre tiveram razão. Aliás, até gente da esquerda está alardeando isso. Há gente dizendo que quem venceu as eleições foi a TFP, ou seja, os princípios da tradição, família e propriedade. É verdade!
O Asdrúbal estava tão eufórico que eu quase não consegui falar.
– Explique-me aqui uma coisa, o que aconteceu para o eleitorado antipetista ter aumentado tanto?
– Há vários fatores, Asdrúbal. Vou começar pela periferia do tema até chegar ao núcleo.
Uma coisa que deixou o público decepcionado foi o gigantesco vulto da corrupção, combatida pela lava-jato etc. Mas isso não foi o mais importante.
Depois houve toda uma pressão tendenciosa da grande mídia a favor da vitória da esquerda petista, procurando causar a impressão de que a mesma era certa. Mas como isso era muito artificial, o público logo começou a perceber e não estava gostando.
Outro fator de indignação foram as mentiras deslavadas dos institutos de pesquisa para favorecer o PT. Isso ficou claro no jogo das intenções de voto às vésperas das eleições. Sem explicação, a diferença entre os candidatos foi diminuindo numa cadência que dava a impressão de que se continuasse por mais poucos dias o candidato petista passaria na frente. Mentira! O brasileiro cheirou e se encolheu.
Você ainda pode computar como pressão sobre o público a opinião de gente da moda, como artistas, apresentadoras et caterva.
Mas o fator mais profundo foi o ideológico. O brasileiro despertou para o risco iminente de cairmos no comunismo e virarmos uma nova Venezuela. Quem deveria evitar esse despertar reativo? Quem deveria preparar o público para aceitar o comunismo?
Asdrúbal me olhou interrogativo:
– Quem?
– Exatamente o clero de esquerda – respondi-lhe –, para o qual era preciso que os católicos brasileiros aceitassem o comunismo. Para isso, ele devia usar de sua autoridade espiritual e moral, e também do seu carisma sacerdotal, para virar as cabeças “das ovelhas” a favor do “comunismo católico”, do “lobo vermelho”.
É o que explica por que muitos altares se transformaram em palanques petistas já há muito tempo. Chavões da teologia da libertação incutindo problemas de consciência foram lançados em homilias e até em orações feitas pela CNBB… Uma verdadeira lavagem cerebral a favor do comunismo.
Doutor Plinio alertou durante décadas a opinião católica sobre a comunistização de membros da Igreja, apontando essa verdadeira conjuração deles a favor do PT. Cristalizados com os bispos e padres, parte dos católicos bandeou para os evangélicos. No fundo, foram atrás daquilo que o clero católico lhes negava. E ficaram menos distantes da verdadeira doutrina da Igreja Católica do que o clero progressista de esquerda.
Os católicos que continuaram frequentando as igrejas foram enxergando a situação e perdendo a confiança em seus “pastores”. Vão às igrejas cada vez mais “por conta própria” e não por causa do clero.
Resultado: quando o clero de esquerda se lançou nessas eleições para garantir a vitória do candidato petista ameaçada – em larga medida pela longa atuação da TFP –, não obteve o apoio de muitos católicos. E o PT perdeu. Perdeu vergonhosamente. O intenso choro deles mostra que o prejuízo foi imenso; desconfio que muito maior do que os meros 45% dos votos divulgados.
– Mas então você considera mesmo uma imensa vitória da TFP e do Dr. Plinio?
– Sim, com certeza, embora outros também tenham colaborado para a vitória, quem atuou quase exclusivamente durante décadas para neutralizar a influência da esquerda católica sobre os fiéis foi Dr. Plinio. Os próprios esquerdistas estão reconhecendo isso e se lamentando profundamente. É um fato.
– Mas, então, por que o Lula e a Dilma foram eleitos anos atrás?
– Nunca o PT ganhou uma eleição para presidente no primeiro turno. E há pessoas sérias que não acreditam nos resultados das urnas eletrônicas. Além disso, os católicos tinham ainda alguma ingenuidade em relação aos seus pastores. Mas hoje a ingenuidade diminuiu muitíssimo e os resultados estão aí. Evidentemente, Nossa Senhora Aparecida dispôs as coisas para essa vitória – completei.
– Agora vejo bem as coisas!
Parou um pouco e, com um sorriso luminoso, completou:
– Gostei tanto dessa conversa que precisamos comemorar: – Garçom, duas canecas de chope!
E olhando-me, completou:
– Por minha conta! Faço questão!
Marcos Luiz Garcia
47 artigosConheceu o Professor Plinio Corrêa de Oliveira e tornou-se seu discípulo em 1967, com 14 anos, aderindo à TFP. Atualmente continua ininterruptamente sua atuação contra-revolucionária colaborando de forma integral com o IPCO. Especializou-se em coleta de fundos, ações de mailing e contatos com o público. Escreve artigos para a Agencia Boa Imprensa e é autor do livro Fátima a Grande Esperança divulgado no Brasil, na Argentina, na Colômbia e no Peru. Por fim, orienta e coordena campanhas da Associação Devotos de Fátima.
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