Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 7 anos — Atualizado em: 2/14/2018, 9:17:41 PM
Vladimir Putin é candidato a mais uma reeleição presidencial.
Aliás, Evo Morales também. Não há proximidade geográfica entre os dois. Mas sim ideológica e psicológica.
O instinto diz ao déspota que não pode largar o poder, pois as consequências pessoais podem ser irreparáveis. Falem Lula e Cristina Kirchner.
Nas últimas semanas, Putin acenou com massacres em massa no leste ucraniano – atribuindo-as à Ucrânia – e fez declarações que insinuam a guerra mundial a propósito da Coreia do Norte.
As ameaças, entretanto parecem direcionadas ao público russo. Elas visariam atemoriza-lo e aglutiná-lo em volta do atual presidente para aceitar o resultado eleitoral.
Esse resultado já deve estar pronto em algum ministério putinista. Também a aprovação pública ao ditador aumentou segundo o governo queria.
Nesse aumento de popularidade contribui o recrutamento e doutrinação de crianças-soldados. O exército carece de soldados pela acentuada queda da população e da natalidade.
Putin deitou mão de um velho recurso de ditador beirando o desespero: recrutar adolescentes e crianças para lhes dar oficialmente “educação militar e patriótica”.
Na região meridional de Stavropol, segundo “La Nación”, a propaganda oficial exalta a imagem dos cossacos. Historicamente, os cossacos constituem uma famosa raça de guerreiros de toda confiança que garantia a guarda pessoal dos Tzares de todas as Rússias.
Eles lutaram heroicamente contra a Revolução Bolchevista de 1917 e constituíram as melhores tropas do “Exército Branco” monarquista que resistiu ao “Exército Vermelho” comunista-leninista.
Acabaram perdendo e pagaram caro: Stalin decidiu puni-los com a fome. Por volta de oito milhões deles teriam falecido num dos piores genocídios da história, conhecido como holodomor.
Mas agora, Putin precisa deles. Então, a propaganda oficial os apresenta como camponeses tranquilos nos tempos de paz e heroicos defensores da pátria russa e soviética.
Em especial contra os invasores das irrequietas regiões da Chechênia e do Daguestão, além de corajosos soldados nas campanhas militares para expandir o poder de Moscou.
Nenhuma palavra sobre as guerras contra os turcos nem mesmo contra a invasão napoleônica em que lutaram como heróis. No mundo islâmico e até na própria União Europeia, Putin tem grandes amigos e aliados.
“O amanhã começa hoje” é o ditado da escola de cadetes de Stavropol dedicada a Alexei Yermolov, um general do século XIX que conquistou o Cáucaso para o império russo e que Putin quer reconquistar agora, tendo invadindo a Geórgia com resultado inconcludente.
A maioria dos cadetes provém de famílias de soldados na ativa ou de oficiais de outras forças de segurança, legais ou ilegais. Pois também essas servem ao senhor todo-poderoso do Kremlin para os “serviços” inconfessáveis em outros países.
Mas, não se trata só de bons rapazes. Por volta de 40% desses cadetes abandonaram a escola e alguns já passaram por unidades suspeitas ou não do exército e das policias.
Os instrutores passaram anos em “posições quentes” ou zonas de conflito.
No verão russo, um grupo de adolescentes do chamado clube “Patriota” da invadida Crimeia frequentou o acampamento “Cavaleiros russos” para receber treinamento militar.
Nesse acampamento até 600 meninos e meninas trinam todos os verões junto com mais de 1.500 adolescentes.
Os exercícios físicos vão de mãos dadas com o treino de armas, aprimoramento da pontaria, aprenderem a conduzir carro e pular de paraquedas.
Para o dia que o omniarca de Moscou precisar deles, mesmo sem ter atingido a maioridade.
Crianças prontas para morrer por Putin
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