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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Dez teses sobre o igualitarismo


Após o solene, arrasador e memorável desmentido que o igualitarismo recebeu, na semana passada, da hierárquica e multitudinária celebração do Jubileu de Diamante da Rainha Elisabeth II, ocorreu-me que algum leitor poderia ter alguma dúvida sobre nosso site.

Nele fala-se muito sobre o igualitarismo. Nos outros sites, fala-se muito pouco, ou nada. O que é o igualitarismo, afinal? Que importância tem nos dias que correm? Não é apenas um “ismo”, entre tantos outros que poluem o mundo, e que por serem tão abundantes são alvo de desinteresse?

Se Krutchev, o ditador comunista, disse que “o comunismo está para o Ocidente como um pinto dentro do ovo”, isto acontece sobretudo devido ao igualitarismo. É uma doutrina maléfica que produziu, há vários séculos, juntamente com a sensualidade, o início da decadência da civilização cristã, e conduziu os acontecimentos para o despenhadeiro em que nos encontramos. Por isso, é de alta conveniência recordarmos, ainda que brevemente, os fundamentos do que pensamos a respeito.

E o fazemos através de dez pensamentos que ora apresentamos aos leitores. Colocamo-nos à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas que surjam.

1.     Deus na sua Sabedoria infinita criou os seres e especialmente os homens desiguais. Assim sendo, igualá-los, se fosse possível, seria contrariar seus desígnios.

2.     Seria, além disso, atentar contra a beleza que Deus pôs no universo, pois o igualitarismo é a monotonia, o cinzento, o sem graça.

3.     Assim sendo, é imoral tentar igualar os seres e os homens, contrariando os desígnios divinos. Em sentido contrário, a eliminação das desigualdades sociais é indispensável para a vitória do ateísmo no mundo.

4.     Na natureza, todos os seres são iguais apenas quanto à essência, mas desiguais em seus acidentes. Por exemplo, os cachorros, tendo todos a mesma natureza canina, nem por isso são iguais.

5.     Como as desigualdades que existem na criação são reflexos de Deus, a desigualdade é um dos principais elementos para que o homem conheça a Deus, através de seus reflexos.

6.     A tese de que quanto menos desigualdades houver entre os homens, melhor será, é tão errônea quanto seu contrário: quanto maiores as desigualdades, melhor será. As desigualdades são boas desde que sejam efetivas, mas harmônicas.

7.     As diversas tendências para uma errônea igualdade deságuam no igualitarismo, uma doutrina antinatural e imoral, condenada pelos Papas.

8.     “Desde que um homem tenha o que é necessário à  subsistência e à prosperidade sua e de sua família, e receba a justa remuneração de seu trabalho, não tem direito a deplorar que outras pessoas ou famílias possuam mais. Se o deplorar, peca por orgulho e por inveja”[1] (Plinio Corrêa de Oliveira, RAQC,  p.126.)

9.     O orgulho e a inveja são as forças propulsoras do igualitarismo. Este, é um fator de estagnação e de massificação. A desigualdade harmônica, como existiu na Civilização Cristã, é causa da felicidade possível nesta Terra.

10.  Por tudo isto, o igualitarismo em si é pecado, e pode ser grave pecado. Não ser igualitário é uma virtude.

Tendo eu citado o jubileu da Rainha da Inglaterra no início deste artigo, vem a propósito considerar o que dizia Dr. Plinio exatamente há 60 anos atrás, por ocasião da coroação ora celebrada. O ilustre brasileiro, depois de  mencionar “uma pavorosa trivialidade de vida, que tanto mais se acentua quanto mais o homem se enche dos tóxicos da igualdade”, diz algo que se aplica aos dias atuais:

“A natureza tem reações súbitas. O homem contemporâneo, ferido e maltratado em sua natureza por todo um teor de vida construído sobre abstrações, quimeras, teorias vácuas, nos dias da coroação se voltou embevecido, instantaneamente rejuvenescido e repousado, para a miragem deste passado tão diferente do terrível dia de hoje. Não tanto por nostalgia do passado, quanto de certos princípios da ordem natural que o passado respeitava, e que o presente viola a todo momento. Eis a nosso ver a explicação mais profunda e mais real do entusiasmo que empolgou o mundo durante as festas da coroação.[2]


[1] Plinio Corrêa de Oliveira et alii, Reforma Agrária, Questão de Consciência,  p.126.

[2] “Catolicismo nº 31 – junho de 1953.

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Leo Daniele

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