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Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Elevar-se a Deus

Por Leo Daniele

3 minhá 8 anos


Alguma vez a fumaça de um cigarro pode merecer ser chamada de sacral?

— Mas o que é isso, dirá alguém, aquela lufada deselegante e malcheirosa ser adjetivada de maneira tão bonita?

Isso depende dos olhos de quem a vê. Assim, pasmem os povos, Plinio Corrêa de Oliveira o admirador do belo, do requintado, da França, o exigente, tem uma página de antologia sobre algo tão trivial como é o fumo de um cigarro.

Caro leitor, não confunda este artigo com condenação ou apologia do cigarro! Ele simplesmente passa ao lado desse problema! A fumaça de uma coisa não é a coisa, diria o Conselheiro Acácio. Estamos tratando da fumaça, não do cigarro…

Afirmou Dr. Plinio:

Imaginemos um homem fumando e do seu cigarro se desatando uma espiral de fumaça. Essa espiral às vezes se desenvolve segundo uma linha que lembra certas atitudes do espírito humano, e essas atitudes, por sua vez, lembram a Deus. Nesse sentido, uma simples fumaça de cigarro pode lembrar algo de Deus, pode simbolizar algo d’Ele. Trata-se de algo que tem uma aparência sensível: a fumaça. As aparências sensíveis, quando bem estudadas, fornecem todas, alguma analogia com o mundo do espírito, com algum estado de espírito do homem, com algo da inteligência humana. Com algo, portanto, que diz respeito à alma do homem. Enquanto tal esta analogia, indiretamente, conduz a alma até Deus”.

*       *       *

Voltemos ao início! O vocábulo sacral lembra a palavra sagrado, com a qual não se confunde. Finas diferenças de sentido as separam. Com efeito, para exprimir o papel da sociedade temporal na promoção do bem, é legítimo empregar a palavra sacral com sutis e importantes diferenças de sentido em relação à palavra sagrado.

 Alguns exemplos:

— um relicário é um objeto sagrado.

— um cofre onde se guardem as joias de uma monarquia — que, portanto, não se relaciona com o culto — pode ser sacral, embora não seja sacro.

— uma mera caixa de madeira trabalhada não é nem sagrada, nem sacral.

Assim, o elemento espiritual deve estar presente em ambas as esferas, na eclesiástica e na temporal.

— para a esfera eclesiástica cabe o adjetivo sagrado, ou sacro.

— para a esfera temporal é mais adequado o qualificativo sacral.

Outros exemplos:

Tiara do Papa Gregório XVI

— a tiara pontifícia é um objeto sagrado; a coroa de Carlos Magno, uma peça sacral.

— o prédio de uma igreja tem algo de sagrado; um castelo pode merecer, por sua imponência e elevação, ser chamado de sacral, jamais de sagrado.

Segundo Dr. Plinio:

“O sagrado pertence à Igreja; o sacral é o modo de a sociedade temporal ser sagrada. É a sacralidade aplicada à sociedade temporal; é — por assim dizer — a diluição do sagrado que cabe à sociedade temporal”.

Incumbe por certo à Igreja promover a salvação das almas. Mas a sociedade civil e o Estado têm meios instrumentais para o mesmo fim, isto é, meios que, movidos por um agente mais alto, produzem efeitos superiores a si mesmos.

“O fim da sociedade e do Estado é a vida virtuosa em comum. Ora, as virtudes que o homem é chamado a praticar são as virtudes cristãs, e destas a primeira é o amor de Deus. A sociedade e o Estado têm, pois, um fim sacral” (cfr. São Tomás de Aquino).

Bem, mas o conteúdo deste artigo não é demasiado religioso? É sim! Mas não nos esqueçamos de que Deus é o Criador do Céu e da Terra. Do fogo e do tabaco, por exemplo. Ou o leitor o nega?

Por tudo isso, podemos defender o sagrado-sacral: é o binômio do futuro, para quando se cumprirem as palavras de Nossa Senhora em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!”.

 

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