Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 9 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:48:27 PM
Entre os poucos governos comunistas ou bolivarianos que vão ficando no continente, o regime de Raúl Castro continua na dianteira do apoio à presidente Dilma Rousseff para evitar seu impeachment.
Parafraseando os slogans de líderes petistas e lulistas – ou vice-versa –, Raúl condenou o “golpe de Estado parlamentar” contra o “governo legítimo do Partido dos Trabalhadores (PT)”, numa declaração oficial distribuída pelo Ministério de Relações Exteriores em Havana, noticiou o jornal “La Nación” de Buenos Aires.
Como é bem sabido, em Cuba nunca houve “golpe de Estado”, ou pelo menos Raúl Castro nunca participou de nenhum deles, defendendo sempre a legitimidade dos governos democráticos até a hora de fuzilar seus representantes.
“Setores da direita representantes da oligarquia [N.R.: é Raúl Castro quem fala, e não um líder do PT ou do PC do B], em contubérnio com a imprensa reacionária do Brasil, apoiados abertamente pelas multinacionais da comunicação e do imperialismo, consumaram na Câmara de Deputados desse país o primeiro passo daquilo que constitui um golpe de estado parlamentar”.
Segundo a Chancelaria cubana, trata-se de um “ataque baseado em acusações sem provas nem fundamentos legais contra a democracia brasileira e contra a legitimidade de um governo eleito nas urnas pela maioria do povo”, diz a nota, redigida em favor de Dilma Rousseff.
“Este golpe contra a democracia brasileira faz parte da contraofensiva reacionária da oligarquia e do imperialismo contra a integração latino-americana e os processos progressistas da região”, sublinhou a Chancelaria da “democracia castrista”.
O ditador de Cuba, Raúl Castro, voltou a insistir na ideia obsessiva de uma ofensiva contrarrevolucionária em curso na América Latina, durante a abertura do Congresso do Partido Comunista, noticiou a “Folha de S.Paulo”.
Ele se referia ao Brasil e à Venezuela, além dos recentes reveses de seus aliados da Bolívia, do Equador e da ex-mandatária argentina Cristina Kirchner.
Segundo Raúl, essa ofensiva faz parte de uma “guerra não convencional”, baseada em pressões econômicas e na exploração dos meios de comunicação empresariais contra a população dos países.
“Essa guerra não convencional não descarta ações desestabilizadoras e golpistas, como prova o que acontece contra a Venezuela e se intensificou recentemente na Bolívia, no Brasil e no Equador”, acrescentou.
“A intenção é levar ao fechamento deste ciclo histórico e desmoralizar partidos, movimentos sociais e a classe trabalhadora. Reafirmamos o apoio a todos os governos progressistas que levaram benefícios tangíveis às enormes maiorias da região mais desigual do planeta”, disse na capital da imensa favela em que foi transformada a outrora muito rica ilha caribenha.
No mesmo Congresso do Partido Comunista, Raúl Castro deixou claro qual é o tipo de democracia que ele quer no Brasil e nos países acha que está cambaleando.
O jornal espanhol “El Mundo” sintetizou assim o que foi dito Congresso: “Nem mudanças, nem reformas, nem aberturas. Raúl Castro decidiu blindar a revolução cubana durante os próximos cinco anos com uma velha guarda na qual acredita cegamente, a mesma com que combateu em Sierra Maestra há mais de meio século. Gerontocracia e imobilismo”.
Em poucas palavras, o modelo do que o PT quereria instalar no Brasil.
Raúl Castro foi reeleito “democraticamente” primeiro secretário geral do Partido Comunista de Cuba (PCC), o único existente na ilha, com 100% dos votos.
Como Fidel esteve ausente nas três jornadas iniciais, Raúl votou duas vezes, por ele e por seu irmão. Milagre da democracia cubano-bolivariana.
Aquele que é a mão direita de Raúl, José Ramón Machado Ventura, foi reeleito como segundo secretário, afastando toda fantasia de renovação.
Os irmãos Castro somam juntos 173 anos (Fidel 89 e Raúl 84), e embora Raúl acene com um limite para a gerontocracia marxista, os dois chegarão com 90 anos ao próximo Congresso, se é que chegam. No discurso de encerramento, Fidel reconheceu que “para todos chega a hora”.
Fidel compareceu às duras penas na sessão final, sendo ovacionado pelos 100% dos presentes. Em Cuba naturalmente não houve “golpe”, como em Brasília!
E se houvesse Senado como em Brasília, embora não seja modelar, quem votar contra a gerontocracia marxista tem garantida a prisão de La Cabaña ou o pelotão de fuzilamento, democraticamente é claro!
Seja o primeiro a comentar!