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Farmácias vendedoras de maconha na mira dos narcotraficantes

Por Luis Dufaur

3 minhá 8 anos


En esta imagen, tomada el 28 de junio de 2016, un cartel en la puerta de la farmacia Erosa explica que en el establecimiento no se vende marihuana, pero sí hierbas medicinales alternativas conocidas por sus efectos médicos, en el centro de Montevideo, en Uruguay. El gobierno uruguayo quiere comenzar a vender marihuana legalmente en las farmacias en las próximas semanas, pero solo 50 de 1.200 farmacias se inscribieron, abriendo un debate sobre cómo debería distribuirse la droga. (AP Foto/Matilde Campodonico)
Farmacêuticos uruguaios na mira dos narcotraficantes.

Cinquenta farmácias uruguaias manifestaram no mês de junho (2016) disposição de vender maconha em suas lojas. Elas acompanharam a decisão libertária do governo do presidente bolivariano e ex-guerrilheiro José Mujica, aprovada em 2012 e ainda em vias de implementação.

Porém, dois anos e meio após a aprovação da lei de produção e comercialização legal da droga, essas farmácias verificaram terem-se metido em uma perigosa enrascada, segundo informou o jornal “Clarín” de Buenos Aires.

O pretexto da imoral lei foi combater o narcotráfico, considerado o principal agente do crescimento da violência e da insegurança. O sofisma aduziu que legalizando a droga se tiraria mercado aos narcotraficantes.

Pois, dizia, os drogados deixariam de frequentar locais onde se comercializa a maconha e outras drogas ainda mais perigosas, locais esses que são cenário habitual de crimes violentos.

Pela lei, os farmacêuticos, proprietários e empregados, deverão dispor de dispositivos de identificação digital dos usuários registrados. Além do mais, devem instalar móveis com dispositivos de segurança longe do público, capazes de armazenar até 2 quilos da folha tóxica.

E aí começam os pesadelos. Pois os atravessadores da droga, responsáveis pelo maior número de mortes, ficariam com a maconha ao alcance da ponta de suas armas, sem precisar procurar mais longe.

Ademais, os farmacêuticos passariam a competir com bandos extremamente violentos que disputam a distribuição da droga, tirando-lhes a clientela das bocas de expedição ilegal controladas por eles.

O preço pago por esse ‘atentado’ às redes criminosas costuma ser extremo e encharcado de cadáveres e sangue.

O atual presidente, Tabaré Vázquez, continuador ideológico de Mujica, manifestou sua preocupação com a perspectiva.

En esta imagen, tomada el 28 de junio de 2016, una empleada de la farmacia Erosa muestra un folleto que anuncia que en el establecimiento no se vende marihuana, pero sí hierbas medicinales alternativas conocidas por sus efectos médicos, en el centro de Montevideo, en Uruguay. El gobierno uruguayo quiere comenzar a vender marihuana legalmente en las farmacias en las próximas semanas, pero solo 50 de 1.200 farmacias se inscribieron, abriendo un debate sobre cómo debería distribuirse la droga. (AP Foto/Matilde Campodonico)
Não há maconha, mas temos chazinhos… : medo toma conta das farmácias

Em entrevista à Televisión Nacional ele reconheceu que “na maioria dos ‘territórios’ (sic!) onde as farmácias vão vender maconha já existem narcotraficantes, e esses são implacáveis se alguém disputa seu negócio. Inclusive entre eles próprios, em ajustes de contas”. E prossegue:

“Suponhamos que o farmacêutico tenha boa saída, e o narco do bairro começa a perder seu negócio de venda de maconha. Certamente vão ir à farmácia e dizer ao dono: ‘olha, se você continuar vendendo, isto pode pegar fogo ou você poderá talvez ter um acidente’”.

Tabaré Vásquez insistiu na implementação da lei e prometeu “toda a proteção do Estado aos comercializadores legais. Não podemos ceder ante o crime organizado. Temos de ser fortes”, acrescentou.

Agora, o que a sociedade uruguaia sente na própria pele, julgando-se desprotegida, é precisamente a falta de força do Estado contra o crime organizado.

As lindas promessas dos políticos não vão tirar os farmacêuticos da mira das impiedosas gangues.

Então a lei que fingia ser instrumento contra o narcotráfico assassino e um recurso de paz e segurança, acabará criando o oposto: uma situação insustentável para os farmacêuticos, sujeitos a requintes da criminalidade.

 

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Luis Dufaur

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Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

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