Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
7 min — há 7 anos — Atualizado em: 10/9/2018, 9:44:04 PM
“A batalha final entre o Senhor e o reino de Satanás será sobre o matrimônio e a família”, afirmou a Irmã Lúcia, vidente de Fátima, em uma carta enviada ao Cardeal Carlo Caffarra, Arcebispo de Bolonha (Itália).[1]
Em 16 de fevereiro de 2008, o Cardeal Carlo Caffarra havia celebrado uma Missa na tumba de São Pio de Pietrelcina, após a qual deu uma entrevista para a ‘Tele Radio Padre Pio’, quando lhe perguntaram acerca da referida carta.
“A batalha final entre o Senhor e o reino de Satanás será a respeito do Matrimônio e da Família. Não temam, porque qualquer pessoa que atue a favor da santidade do Matrimônio e da Família sempre será combatida e enfrentada em todas as formas, porque este é o ponto decisivo”, disse o Cardeal.
O Cardeal Caffarra acrescentou ainda que, “falando também com João Paulo II, a gente podia sentir que a família era o ponto central, pois é o fundamento da criação, a verdade da relação entre o homem e a mulher ao longo das gerações. Se o pilar fundamental é transtornado, todo o edifício fica paralisado e agora vemos isto, porque estamos justamente neste ponto e sabemos”.
Concluiu o Cardeal: “E fico comovido quando leio as melhores biografias do Padre Pio a respeito de como este homem esteve tão atento à santidade do matrimônio e à santidade dos esposos, inclusive, com justificável rigor em algumas ocasiões.”
As profecias e as revelações particulares nunca são feitas de modo claro. Elas não são como uma notícia de um fato acontecido, mas sim que vai ou poderá acontecer. Portanto, não revelam a data nem o modo como tal fato se dará. Só na medida em que os fatos revelados forem acontecendo e se encaixam como num quebra-cabeça é que se percebe a analogia entre eles e a profecia.
Assim, a previsão de Nossa Senhora de Fátima em 1917, de que a Rússia espalharia os seus erros pelo mundo, não poderia ser entendida naquele contexto histórico. Não se sabia de que erros Ela falava. Tal previsão ficou evidente somente após a Revolução bolchevique e a execução da Família Imperial Russa, em 17 de julho de 1918. Hoje, porém, os erros do comunismo estão por toda parte.
Foi pensando nisso que me perguntei se essa insana ideologia de gênero já não seria a “batalha final” de que fala a Irmã Lúcia.
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A ideologia de gênero é propriamente uma ideologia. Ela não é uma teoria ou simplesmente uma ideia maluca. Toda ideologia parte de um pressuposto, de uma premissa. A partir dela se constrói um raciocínio ou silogismo no qual se funda a ideologia. Se a ideia inicial for falsa, todo o edifício ideológico que se constrói a partir dela também será evidentemente falso. O comunismo, por exemplo, parte do princípio de que toda desigualdade é um mal. A partir daí têm-se as consequências desse princípio que são as revoluções, as mortes que ele causou e as ideologias que a partir dele surgiram com o fim de destruir a civilização cristã.
Para se combater uma ideologia com eficácia, é preciso combater antes o seu princípio inicial. A ideologia de gênero parte de dois princípios: a) o sexo é um aspecto biológico do homem e da mulher; b) o “gênero” é o sexo socialmente construído. O primeiro princípio é verdadeiro. O segundo, porém, contém o erro. E é a partir desse erro que se construiu essa ideologia.
A palavra “gênero” vem carregada da energia de uma palavra-talismã. Ela é usada em sentido diferente do seu significado etimológico, pois gênero significa coisas diferentes que têm relação entre si. Por exemplo: gênero literário, gênero musical, gêneros cinematográficos etc. As palavras têm gêneros: gênero masculino, gênero feminino e gênero neutro. O gênero delas depende do país ou da região. Assim, a palavra sangue, por exemplo, pode ser do gênero masculino em português, feminino em espanhol (la sangre) e neutro (the blood) em inglês. Os seres humanos e os animais têm sexos, e não gênero.
Se o “gênero” é definido socialmente ou psicologicamente, a pessoa pode trocá-lo sempre que desejar. O homem poderá mudar para o “gênero” feminino e, se quiser, volta a ser do “gênero” masculino. A mudança de “gênero”, contudo, não muda o sexo da pessoa porque está no DNA. Uma pessoa, mesmo após a morte, pode ser identificada se é do sexo masculino ou feminino através do seu esqueleto. Homens e mulheres são iguais na sua essência – ambos têm um corpo e uma alma –, mas são diferentes na sua constituição física.
Segundo essa ideologia sem base científica, todas as pessoas – homens e mulheres – nascem iguais. Uma das consequências desse princípio é um igualitarismo exacerbado com o desaparecimento dos sexos masculino e feminino.
A outra consequência é a abolição do único tipo de casamento verdadeiro que é entre um homem e uma mulher. O homem e a mulher são diferentes biologicamente. É por isso que eles se complementam no casamento. Se fossem iguais, não haveria como se complementarem. Como todos são iguais, de acordo com a ideologia de gênero, qualquer “casamento” é válido. Assim, as uniões entre pessoas do mesmo sexo, as uniões com membros da própria família e até com animais – pois até lá vai essa loucura! – são válidas. Aparecem, então, vários tipos de “famílias”. O resultado será a destruição da família como Deus a instituiu.
Para “compensar” a diferença biológica entre o homem e a mulher, estabelece-se o aborto e o uso de anticoncepcionais. Isto será um “direito humano” da mulher, o qual tem que ser provido pelo Estado. Assim, afirma Lucila Scavone: “Em um primeiro momento a maternidade foi reconhecida como um handicap (defeito natural) que confinaria as mulheres em uma bio-classe. Logo, a recusa da maternidade seria o primeiro caminho para subverter a dominação masculina e possibilitar que as mulheres buscassem uma identidade mais ampla, mais completa e, também, pudessem reconhecer todas suas outras potencialidades. Por exemplo, a luta política das mulheres francesas, nos anos 1970, para obter a pílula contraceptiva e o aborto como direito político, possibilitou a efetivação desta recusa.”[2] (grifos nossos)
Tudo isso indica o fim da família e da sociedade, da qual a família é o núcleo. Teremos uma sociedade sonhada pelo demônio onde o homem já não seria a imagem e semelhança de Deus (Genesis 1:26). Tal sociedade se me afigura um pesadelo ou um filme de terror, com pessoas assexuadas e mais de 60 tipos de “gêneros”, segundo as mídias sociais.
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Estamos, pois, diante de uma revolução que visa mudar não só a sociedade, mas também o homem. A maioria das revoluções, contudo, foram feitas com guerras e custou a vida de milhares de pessoas. A ideologia de gênero, por sua vez, é uma revolução pacífica. Ela não usará armas letais, mas será imposta pela legislação e pelo Poder Judiciário de cada nação mediante a prisão e pesadas multas para aqueles que se opuserem. Provam-no fatos recentes acontecidos nos EEUU, na Alemanha e na Noruega.[3]
Se a ideologia de gênero for a batalha final de que fala a Irmã Lúcia, já vislumbramos em seu termo o Reino de Maria, com o cumprimento da promessa de Nossa Senhora em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!”
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[1] http://www.acidigital.com/noticias/irma-lucia-batalha-final-entre-cristo-e-satanas-sera-sobre-familia-e-matrimonio-66002/ – acessado em 12/10/2017
[2] Lucila Scavone, “A maternidade e o feminismo: diálogo com as ciências sociais” – http://www.scielo.br/pdf/cpa/n16/n16a08.pdf – acessado em 12/10/2017
[3] https://ipco.org.br/ideologia-de-genero-familia-e-igualitarismo/#.WeC6YGhSzIU
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