Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 4 anos — Atualizado em: 11/27/2020, 10:58:15 PM
Na China, a polícia especializa informantes para denunciar cristãos. A prática não é nova, já acontecia nos milenares regimes pagãos, mas agora se requinta com ódio marxista, e desenvolve pérfidas habilidades compatíveis com as novas tecnologias.
O Partido Comunista Chinês (PCCh) que promove o genocídio cultural da língua e da cultura mongol, na imensa região da Mongólia Interior, passou a aplicar contra eles as astúcias montadas contra os cristãos.
A perfídia comunista explora a palavra-talismã xie jiao entendida como “seitas do mal”, ou “ensinamentos heterodoxos”, ou incompatíveis com a versão do comunismo de Xi Jinping.
Se o PCCh identifica um grupo religioso crescendo fora de seu controle, o proíbe como xie jiao e lhe imputa o crime definido no artigo 300 do Código Penal Chinês. Os “culpados” são condenados entre três e sete anos ou até mais de prisão.
Na perseguição dos xie jiao, o PCCh apela a delatores recompensados com dinheiro.
Mas o PCCh ávido de crueldades contra os cristãos não está satisfeito com o desempenho dos agentes.
Na Mongólia Interior publicou o que Massimo Introvigne, diretor de Bitter Winter, chamou de “Manual do Denunciante”. O perverso texto foi divulgado inicialmente no distrito de Dongsheng, na prefeitura de Ordos, e atingiu todo o país.
O “Manual” leva o título “Anúncio de recompensas para cidadãos do distrito de Dongsheng, na cidade de Ordos, na Mongólia Interior, que denunciam atividades ilegais e criminosas realizadas por grupos xie jiao”.
Ele promete um bom negócio aos delatores de xie jiao ou “seitas do mal”:
“As pistas fornecidas serão verificadas e classificadas … O informante receberá uma recompensa de 500 renminbi quando uma infração puder ser processada graças às pistas fornecidas.
“Caso as pistas permitam um processo criminal, o informante receberá 2 mil yuans.
“Se um processo criminal muito importante for iniciado, a recompensa para o informante será de 10 mil yuans”.
O manual define que xie jiao se caracteriza por “realizar atividades ilegais sob a bandeira da religião”, “organiza suas atividades de forma furtiva” e seus líderes “são tidos como Suprema divindade’”.
Introvigne, especialista em ‘seitas’ e perseguição religiosa, explica que com essas definições, “todas as religiões podem ser consideradas xie jiao ou “seitas do mal” a critério do Partido Comunista.
“O cristianismo vê Jesus como Deus: as igrejas domésticas protestantes e os objetores de consciência católicos que não se filiam à Associação Patriótica Católica Chinesa ‘realizam atividades ilegais’”.
Há contradições flagrantes porque “o próprio PCCh, embora não use a palavra ‘deus’, promove o culto à personalidade de seus líderes, do presidente Mao a Xi Jinping.
“Estátuas dos líderes do PCCh são mantidas até mesmo em templos. Aplicando os padrões acima, não seria difícil argumentar que o próprio Partido Comunista é um xie jiao”, aponta o diretor de Bitter Winter.
Nenhum delator deve imaginar quem é xie jiao. O manual explica quais são os grupos religiosos o PCCh quer denunciados pelo ‘crime’.
O manual aponta aqueles que têm uma cruz na casa, que rezam quando estão doentes; abençoam os alimentos, pregam o Evangelho “disfarçados de cristianismo” ou oram de joelhos.
Quase não há grupo cristão que fuja desses critérios de condenação a priori.
O manual adota a perseguição ‘anti-seita’ ocidental usando os mesmos sofismas de “uso fraudulento da religião”, “adoração do líder”, “lavagem cerebral”, “pedidos de dinheiro” e “dano à sociedade”.
Essas são características mais próprias do PCCh do que de qualquer grupo religioso ativo na China, registra o especialista.
No geral, é um comércio desprezível, no qual os denunciantes são treinados para processar pessoas que podem ser seus vizinhos ou amigos.
Essas, por dinheiro, serão presas e torturadas. O manual demonstra que o Partido Comunista realiza essa atividade abertamente e sem a menor vergonha, conclui Bitter Winter.
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