Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 7 anos — Atualizado em: 2/14/2018, 9:38:00 PM
Mais três fatores alarmantes sobre a diminuição da população russa vieram se somar aos já conhecidos, escreveu Paul Goble, especialista em questões étnicas e religiosas na Eurásia, em artigo para Euromaidanpress.
O primeiro deles é o dramático aumento da transmissão do HIV e o aumento das mortes por AIDS, ligados à decadência dos costumes, à adição às drogas, ao descalabro do serviço de saúde pública e à carência de medicamentos.
Segundo os especialistas em medicina russa, só no ano passado as infecções com HIV aumentaram entre 3% e 4%, com médias ainda superiores em localidades específicas.
Por isso já se fala do HIV como uma epidemia na Rússia.
Vladimir Putin cortou as verbas para a saúde com o eufemístico argumento de “otimização” das despesas. Na prática, essa “otimização” significou arrocho geral, exceto para o setor militar e para o esquema de repressão política.
A “otimização” – escreveu Goble – pode ter sido muito boa para a burocracia estatal, mas não para o povo russo, especialmente os doentes.
Um segundo grande multiplicador da mortalidade é o severo corte nos medicamentos de uso geral, devido ao programa contra sanções implementado pelo Kremlin.
Após Putin ordenar a invasão da Crimeia e do leste ucraniano, o Ocidente revidou com restrições econômicas. O chefe supremo russo respondeu cerceando a importação de produtos de procedência ocidental.
Mas a Rússia não tem como substituir muitos deles, especialmente medicamentos.
Moscou bloqueou os remédios importados e os componentes que servem para fabricá-los. Quem sofre as consequências é o povo em geral e os doentes em particular.
Os diabéticos russos, por exemplo, não estão encontrando insulina disponível, o que para muitos deles é a morte.
Se o Kremlin se interessasse mais pela saúde da população do que pela expansão geopolítica, poderia ter aberto exceções.
Mas cortou os remédios mais necessários à sobrevivência dos aflitos, enquanto crescem os índices de mortalidade entre os adultos, atingindo patamares terceiro-mundistas.
Em terceiro lugar, a ânsia de Putin pela urbanização da Rússia trouxe como subproduto letal a negligência com as áreas rurais. E o efeito demográfico está se fazendo sentir.
O empobrecimento do campo leva os jovens a migrar para as cidades e o despovoamento rural não é compensado demograficamente pelo aumento da população urbana.
Os interioranos têm dificuldade de se adaptar, formam menos famílias, têm menos filhos e caem facilmente na corrupção das periferias urbanas.
Por sua vez, a população rural envelhecida não tem apoio dos filhos. Resultado: no interior as taxas de nascimento são miseráveis, e insuficientes nas megalópoles politicamente promovidas por Putin.
Essas políticas desastrosas acentuam o declínio global da população russa, conclui Goble.
Paradoxalmente, a propaganda dos serviços do Kremlin e dos “companheiros de viagem” apresenta Putin no exterior como um campeão defensor da família, da moralidade e da expansão de seu povo.
Mas esse está sendo devorado pela falta de moral e de recursos básicos para a subsistência, e está sendo sacrificado em aras de políticas desmesuradas de expansão universal.
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