Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 5 anos
No período “pós-conciliar” iniciado no século XX, foi assombroso o número das apostasias sacerdotais, dos mosteiros que esvaziaram seus claustros, dos seminários que fecharam.
A “caridade” é uma palavra que quase não quase não se pronuncia com o significado de outrora. Entraram outras vozes mais modernas tiradas da sociologia – da não marxista na melhor das hipóteses.
Na Espanha, mais recentemente se multiplicaram os esforços marqueteiros para preencher os imensos vazios abertos. Com golpes de propaganda pretendem apresentar uma imagem “simpática” e “moderna” da Igreja. Mas os vazios se agigantam. Viram abismos.
Entre esses esforços para mostrar a Igreja como Ela não é para “parar a sangria de vocações”, o jornal de Madri “El País” mencionou uma campanha de sensibilização voltada para os jovens cristãos sob o lema Responde sim ao sonho de Deus.
Os hábeis propagandistas jogam sedutores slogans para jovens que sentem o chamado de Deus e que procuram um seminário ou uma casa religiosa de acordo com a vocação divina.
As campanhas então prometem “oração” e até acenam doações econômicas para os eventuais seminaristas de poucos recursos e ou estrangeiros, especialmente africanos.
Porém, prossegue o “El País”, nada disso convence. Então o número de candidatos matriculados na Espanha decai ano após ano.
Na verdade, foram-se as décadas em que se supunha que prometendo modernidade e distensão as vocações afluiriam como atraídas por um ímã.
No último ano (2018) só se inscreveram 236 candidatos, 46 a menos que o ano anterior, uma cifra minúscula para um país que sempre deu grande número de novos sacerdotes e incontáveis missionários.
As desistências superam os ingressos. Em 2019, 123 homens julgaram que tinham perdido a vocação.
Também no ano passado foram ordenados apenas 135 padres, longe dos mais de 8.000 que o faziam na década dos ’60 ano após ano.
Também decrescem as vocações monásticas em proporções análogas.
Em consequência vão sendo suprimidos os mosteiros como o das freiras Clarissas Capuchinhas de Cifuentes (Guadalajara), exemplifica “El País”.
Históricas casas religiosas acabam abandonadas por falta de vocações e são não poucas vezes transformadas em hotéis, casas de entretimentos diversos ou até templos de falsas religiões ou boates.
Ainda assim na Espanha há 18.164 sacerdotes e 53.918 religiosos, segundo dados da Conferência Episcopal. Com uma muita elevada média de idade: mais de 65 anos, acrescentou o secretário general e porta-voz dessa Conferência Episcopal. Cfr. Infocatólica.
Realizam-se eventos como a recente 56ª Jornada Mundial da Oração pelas vocações na tentativa de povoar os seminários desérticos como os de Lleida e Jaca, por exemplo, onde só fica um aluno.
Em milhares de paróquias, especialmente as rurais, se sente a falta de relevo geracional. Com frequência um só padre deve cuidar da vida das paróquias em uma dezena de cidades.
Para a historiadora das religiões e doutora em filosofia Laura Lara, uma causa relevante é a laicização – leia-se esvaziamento moral, ou mundanização –da doutrina da Igreja que vem se acelerando nos últimos anos. A dimensão sobrenatural e espiritual é abafada.
Também a avançada das leis promotoras da imoralidade e punidoras dos sacerdotes que censuram o pecado e as práticas antinaturais contribui a pôr em fuga jovens que em verdade não pensam muito no heroísmo que exige a vocação sacerdotal.
Mas as vocações sinceras não arredam diante desses obstáculos levantados pelo mundo, o demônio e a carne.
Elas procuram os seminários e conventos onde se formam almas sobrenaturais que combatem as insídias revolucionárias. Não são bem vistos pelas Conferencias Episcopais que depositam sua fé na visão mundana da Igreja.
Mas essas vocações autenticas estão aparecendo e pressagiam uma renovação profunda da Igreja com suas raízes bem alimentadas pela graça de Jesus Cristo para levar o rebanho dos fiéis à glória dos Céus.
Seja o primeiro a comentar!