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Mubarak: por que essa alegria?

Por Abel de Oliveira Campos

2 minhá 14 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:33:50 PM


É preciso mais profundidade na análise do caso “Mubarak”. A “democracia” de hoje não será um mero trampolim para o estabelecimento de uma ditadura mil vezes pior? É o caso de se pensar.

A mídia noticiou : “Manifestação em São Paulo comemora a queda de Mubarak”.

Diz a notícia do Diário Catarinense (11/02) que havia “estudantes”, “representantes de partidos políticos” (de que partidos?) e “membros da comunidade árabe”.

Em que número? Cem? Já seria muito pouco. Mas na foto publicada não aparecem mais que trinta pessoas. Certamente quase todas elas componentes do comitê central da tal “Liga Estratégica Revolucionária”…

Há gente nessa foto com jeito de que nunca ouviu falar de Mubarak na vida. E só tomou conhecimento dele há pouco menos de um mês. E que também nem sabia que no Egito havia um ditador.

Por detrás dessa folia toda, o que vemos é uma superficialidade de análise.

À primeira vista, seria bom que um ditador fosse derrubado. Mas no caso dos acontecimentos dos países da costa africana do Mediterrâneo, isso causa preocupação. O problema não é a derrubada da ditadura de ontem. O problema é saber se, em países onde há fortes movimentos muçulmanos, a “democracia” de hoje não será um mero trampolim para o estabelecimento de uma ditadura mil vezes pior de amanhã, de fundo religioso e que sonha com a “jihad” e com o império mundial do muçulmanismo radical.

O jornal madrilenho “El País” publicou, em sua edição de 4-2 último, um mapa que nos ajuda a compreender a geopolítica que está em jogo. Por esse mapa vemos como toda uma zona estratégica do Mediterrâneo pode favorecer o tal domínio mundial dos correligionários de Maomé.
Eis o mapa:

El Pais

Com a instauração de uma “democracia” na costa sul do Mediterrâneo, quem vai ganhar não é a “democracia”.

Serão talvez “democracias” de moloides (ou de cúmplices que se fingem de moloides), que servirão certamente de fase de transição para a tomada do poder dos fundamentalistas muçulmanos, tal como no governo Kerensky, na Rússia de 1917, em relação ao comunismo.

Infelizmente há muita gente desavisada no Ocidente que está aplaudindo essa “democratização”.

Veremos a repetição do que aconteceu em Cuba na época da derrubada de Batista por Fidel Castro? Todo o mundo aplaudiu o barbudo não muito limpo que havia descido da Sierra Maestra. Até a bebida Cuba-Libre (rum com Coca-Cola) virou moda.

Se no litoral Sul do Mediterrâneo prevalecer governos fundamentalistas, a Europa que coloque as barbas de molho…

Só a Europa? Não, o mundo todo, pois talvez vejamos uma invasão agressiva do continente sonhada pelos muçulmanos radicais, se a centelha de uma “guerra santa” pegar fogo no norte da África.

E lembremo-nos de que o gargalo do Estreito de Suez está no Egito… Todos os países do mundo sofrerão as consequências.

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