Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 9 anos — Atualizado em: 9/26/2015, 11:30:15 PM
Vladimir Putin anuncia que gastará dezenas de bilhões de dólares em novas iniciativas armamentistas e militares em função da OTAN.
Mas cortou subsídios fundamentais para combater as doenças na Rússia, denunciou Paul Goble, especialista em questões étnicas e religiosas da Eurásia.
Uma das consequências é o crescimento galopante dos índices de infecção com HIV/AIDS na Rússia e nos territórios ocupados por homens armados a serviço do Kremlin, como a Ucrânia, noticiou a agência Euromaidan Press (*).
Para consumo ocidental, o presidente russo se pavoneia como grande líder da moralidade e até da religião dita “ortodoxa” do antigo império dos czares. Mas, na prática, nada faz contra a expansão das perversões sexuais e outros vícios morais.
O resultado dessa política dupla, diz Goble, é que, de acordo com dados de Vadim Pokrovsky, chefe do Centro Federal para a Prevenção e o Combate a AIDS, o número de pessoas infectadas com o vírus HIV/AIDS cresce 10% por ano na Federação Russa.
Em entrevista publicada na “Novaya gazeta”, Pokrovsky reconheceu mais de 90.000 novos casos no ano passado.
Ele calcula que, no fim de 2015, a Rússia terá por volta de um milhão de pessoas infectadas pelo HIV.
O caso é especialmente aterrorizador, pois o regime de Putin convive alegremente com a generalização da imoralidade e de deploráveis vícios herdados da baixa moralidade do clero cismático e do ateísmo comunista.
O aborto é livre e gratuito, o divórcio é uma simples declaração diante de um funcionário do Estado, o abuso do álcool abaixa a expectativa de vida masculina à faixa dos 50 anos.
Após a queda da URSS, a população diminuía por volta de um milhão por ano, até que a bonança trazida pela alta do petróleo atraiu pessoas das ex-repúblicas soviéticas. Agora essa tendência está se revertendo.
Segundo os especialistas, os números reais da AIDS seriam sete vezes maiores que os apontados por Pokrovsky, que é funcionário do governo.
Uma das maiores causas da pandemia é o consumo ilegal de drogas, largamente espalhado na Rússia de Putin, personagem considerado falsamente por alguns como o Carlos Magno vindo do Oriente para salvar a família e a civilização cristã.
Segundo Pokrovsky, “cerca de 20% dos drogados estão infectados” com HIV/AIDS. Os homossexuais adultos têm em média mais de 20 parceiros, e as mulheres, por via de prostituição, até “centenas”.
Para Pokrovsky, a situação da Rússia é comparável à da África subsaariana. 3% dos homens entre 30 e 35 anos estão oficialmente infectados.
Em 2013, perto de 20.000 pessoas morreram da doença; em 2015 estas foram 25.000; e para os anos subsequentes aguarda-se um incremento anual de 20%.
***
Pokrovsky está sendo acusado por membros do governo de “agente estrangeiro” pelo mero fato de ter divulgado os números oficiais.
Ele denuncia que o regime não cuida da endemia e afirma que só uma pregação moral poderia mudar as coisas.
Há quem diga que a solução viria da promoção dos valores tradicionais da igreja dita “ortodoxa” russa.
Mas isso não resiste às evidências. Só a graça de Deus, que a Igreja Católica pode distribuir torrencialmente, seria capaz de mudar a situação.
Mas o apostolado da Igreja Católica, acusada de ser uma ONG a serviço dos inimigos externos da Rússia, está sob ameaça por parte do governo de Putin e do Patriarcado cismático de Moscou.
O resultado trágico está ali, sob o regime de Putin, proclamado pela propaganda do regime como defensor da moral, da religião, da família e dos valores tradicionais!!!
(*) Cfr. “Putin government stopped fighting HIV/AIDS, Russia ‘at the edge of generalized epidemic,’ Pokrovsky says“, 3/7/2015.
Seja o primeiro a comentar!