Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 7 anos — Atualizado em: 2/14/2018, 4:32:41 PM
O Ocidente teme mais um tremendo acidente nuclear na Rússia. Mais exatamente em Mayak, uma instalação que está no coração do programa nuclear russo, comentou o “New York Times”.
E não é o primeiro no local. Em 1957, 60 anos atrás, ali aconteceu um dos piores acidentes da era nuclear. Mas foi afogado no segredo de Estado a ponto que os moradores vitimados adoeciam ou morriam sem saber por que.
Naquela vez, por volta de 272.000 pessoas ficaram submetidas à radiação. Taisia A. Fomina, acabava de nascer contou o jornal de Nova York. Os pais não foram informados, ela foi irradiada enquanto dormia, ficou cega e sua mãe morreu três dias depois.
Agora, autoridades em radiação da França e da Alemanha identificaram na região sul dos Urais, no próprio local de Mayak, o provável ponto de partida da nuvem contaminada com o isótopo radioativo rutênio 106 que soprou sobre a Europa.
O rutênio 106 é produzido em usinas nucleares e não é perigoso demais, porque tem uma “vida” curta: 373 dias.
Para as autoridades alemãs nada está claro. Para as francesas só está claro que a nuvem provém de algum local perto de Mayak a 1.600 quilômetros ao leste de Moscou.
As autoridades francesas dizem que se a ocorrência tivesse acontecido na França teriam sido tomadas precauções. Precisamente o que a Rússia não fez.
As autoridades da região de Chelyabinsk, onde está a planta, garantem que os testes recomendados pela Rosatom, agência do governo, deram tudo azul.
A imprensa ligada do regime, como a agência RIA, Sputnik e Russia Today garantem que está “tudo dentro das normas”.
Mas a agência responsável de monitorar a radiação na Rússia falou o contrário: denunciou níveis “extremamente altos” de rutênio 106 perto de Mayak.
Frank N. von Hippel, físico em Princeton, EUA, diz que o fato pode ser perturbador para Putin que está tentando a reeleição. Então “foi imposto o silencio no local”.
O serviço de imprensa da estatal Rosatom não responde aos apelos da imprensa.
Rashid R. Alimov, pesquisador da Greenpeace, disse ser espantoso que o governo russo recuse informação sobre um fato que pode ter imprevisíveis consequências na saúde de uma população numerosa.
Stepan Kalmykov, professor de química na Universidade de Moscou declarou que embora a ocorrência tal vez seja limitada, ela causa pavor, porque “ninguém mais pode garantir que havendo um acidente mais sério ou perigoso, ele será advertido”. E tampouco se pode saber se não está acontecendo ou pode acontecer algo pior.
O governo russo nega tudo, ainda quando a agência meteorológica Rosguidromet noticia que concentrações “extremamente elevadas” de rutênio-106 foram detectadas nas estacoes de Arguaiach e de Novogorny excedendo 986 vezes os registros anteriores.
Mas a suspeita central de Mayak garante que as doses registradas são “20.000 vezes inferiores à dose anual admissível”.
O Instituto de Radioproteção e de Segurança Nuclear (IRSN) francês confirmou a procedência e estimou que a fonte da poluição não é um reator nuclear.
A causa poderia ser atribuída a uma má manipulação de combustível nuclear ou a um defeito no fabrico de elementos radioativos, informou a agencia AFP.
Após o desastre de Chernobyl em 1986, a nova Constituição russa proibiu o segredo de informação sobre problemas ambientais.
Mas no regime de Putin, lei escrita é puro papel manchado de tinta.
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