Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 10 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:53:21 PM
Um leitor, muito cético sobre as teorias e hipóteses evolucionistas, ficou impressionado com o número de tentativas (um algarismo seguido de 14 milhões de zeros) necessárias para as proteínas do corpo humano se formarem espontaneamente, ao acaso, conforme mencionei em crônica recente (Evolucionistas no confessionário). E acrescenta que não basta o acaso formar só uma molécula de cada proteína, pois o organismo precisa de muitos trilhões delas. Agradeço a lembrança, e confirmo que de fato é assim. As hemácias (glóbulos vermelhos do sangue), por exemplo, são cerca de 30 bilhões no nosso corpo, e cada uma está cheia de moléculas de hemoglobina.
Aí vai outra informação por minha conta. As hemácias vivem cerca de 120 dias, milhões delas “morrem” por hora e têm de ser substituídas por outras novas. Há uma doença em que o organismo perde a capacidade de produzir novas hemácias, e o paciente morre em poucos meses se não houver transfusões de sangue. Portanto as hemácias e suas moléculas de hemoglobina têm de ser constantemente refeitas aos milhões, por meio de um processo sustentável. Muito disso ocorre também com as outras proteínas, mostrando uma natureza prodigiosa e eloquente. O acaso fez tudo isso? A fé do cientista ateu no acaso onipotente precisa mesmo ser muito grande…
A teoria de Darwin se aplica a seres preexistentes, cujo aperfeiçoamento se daria por meio da seleção natural. Não remonta ao ponto zero de vida animal, mas outros cientistas ampliam a hipótese até esse início. Supõem uma espécie de “sopa primigênia”, onde o operoso acaso uniria aminoácidos até formar uma proteína. Desta surgiria por geração espontânea uma ameba, que o inefável acaso transformaria em peixe. Mais umas patas fornecidas pelo diligente acaso, e o peixe já seria réptil. Outro empurrãozinho do prestativo acaso, e ele sairia saltitante da tal sopinha. Tudo “muito simples”, com a varinha de condão do factótum acaso.
A propaganda evolucionista, congenitamente alérgica à existência de Deus, insinua que seres inferiores evoluem para superiores com incrível facilidade. Há desenhos ad-hoc, pretensamente científicos, mostrando tudo isso. Em um deles, bem arranjadinho, um macaco vai se levantando resolutamente e vira Homo sapiens, sem hesitação nem struggle for life. Muito fácil no papel, que aceita tudo; mais ainda no computador, com o programa Morph. Um truque eficiente para enganar tolos.
Um cientista ateu, ferrenhamente evolucionista, formulou um paradoxo: A galinha é a melhor forma que o ovo encontrou para criar outro ovo. O difícil de entender é esse cientista continuar ateu e evolucionista, depois de não conseguir ideia sensata para resolver a origem desse círculo virtuoso da reprodução.
Bem longe desses cultuadores do acaso, o escritor Ariano Suassuna, da Academia Brasileira de Letras, recentemente falecido, apresentou durante uma conferência um simples prendedor de roupas. Indicou os dois pedaços de madeira simétricos, a mola metálica formatada de modo a mantê-los presos um ao outro, a adequação da forma à finalidade. E comentou, com o bom senso que falta a esses cientistas: O macaco, em quinhentos milhões de anos, não consegue fazer um prendedor assim. Um cientista ateu bateria o pé: o acaso consegue…
Outro utensílio doméstico, citado como exemplo por cientistas contrários ao evolucionismo (eles existem, o número não é pequeno e está em rápido crescimento), é a ratoeira, formada por cinco peças encaixadas umas nas outras. Deixando essas peças isoladas e por conta do acaso (supondo, aliás, que elas já existam prontinhas, talvez fabricadas pelo tal acaso), elas nunca se agruparão para formar uma ratoeira. Pode o acaso fazer um ser vivo, muito mais complexo? Parece que a devoção de alguns cientistas ao acaso considera blasfêmia levantar essa dúvida.
Mencionei acima a necessidade de um processo sustentável para a produção das proteínas. Dentro de cada célula existe um sistema complexo de organelas, que executam com perfeição esse trabalho – meticulosamente, em peso, conta, prazo e medida. Todas as células, todos os tipos de células (mais de duzentos tipos) têm essas organelas microscópicas eficientes, desempenhando cada uma sua função específica. Construídas pelo acaso? É claro! Só os ingênuos conseguem imaginar um Deus Criador onipotente, ao invés de cultuar o acaso onipotente…
Acho que os cientistas ateus e evolucionistas deveriam reivindicar à Unesco a criação de uma seita, cujos fundamentos (ou falta deles) estariam condensados na Ateulogia. Um culto assim seria muito bem visto pela intelligentsia, e o seu primeiro mandamento não poderia ser outro: Amar o acaso sobre todas as coisas.
Seja o primeiro a comentar!