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4 min — há 10 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:52:03 PM
Apresentamos a seguir uma tradução livre de interessante matéria publicada por CubDest.org, site que acompanha há décadas os fatos que se dão em Cuba.
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A pergunta é se a mediação papal para o cachimbo da paz que pode vir a ser fumado entre Obama e os irmãos Castro – mistura sui generis de incenso vaticano e charuto castrista – servirá para resgatar o povo cubano ou, pelo contrário, para dar uma sobrevida à ditadura marxista.
1. Na quarta-feira 17 dezembro, 2014, a mídia mundial anunciou que, como resultado de uma mediação do Papa Francisco, o governo dos Estados Unidos e o regime cubano concordaram em restaurar relações diplomáticas e iniciar negociações para restabelecer as relações comerciais.
O Presidente Obama e o ditador Raúl Castro fizeram os respectivos anúncios simultaneamente.
2. Alguns precedentes, embora evocados de maneira esquemática e simplificada, podem ajudar a entender como se chegou a essa ocorrência.
3. A continuidade da ditadura de Fidel Castro oprime o povo cubano há 56 anos como um pesadelo que nunca termina. Quando o Muro de Berlim caiu, em 1989, os dias da ditadura de Fidel Castro pareciam contados, porque a União Soviética financiava o regime de Havana.
Mas o governo venezuelano, primeiro com Hugo Chávez e depois com Maduro, conseguiu substituir o financiamento soviético. A ditadura de Fidel Castro sobreviveu mais uma vez e continuou escravizando o povo cubano.
4. No entanto, a Venezuela foi imergindo na crise política, desleixou a produção petrolífera, os preços do barril caíram e o país já muito cubanizado entrou em processo de desintegração. O regime venezuelano ficou incapacitado para se sustentar. E, ainda menos, amparar a ditadura de Fidel Castro.
O regime comunista da ilha voltou mais uma vez a uma situação desesperadora. Ou algum governo substituía a Venezuela, ou a ditadura estava com os dias contados.
5. Neste contexto uma derradeira e humilhante possibilidade de resgatar o regime apareceu num “companheiro de estrada” esquerdista também em apuros após catastrófica derrota eleitoral como não se via há quase um século: Barack Obama. O chefe do país mais vilipendiado pelos Castro: o “império” americano!
A restauração das relações diplomáticas e comerciais entre Washington e Havana atrairia dinheiro “imperialista” de que o regime precisa para continuar oprimindo o povo cubano e propagando sua revolução “anti-imperialista”!!!
6. Se Obama pudesse agir ostentando a “bênção” de Francisco ele poderia financiar o regime cubano enfrentar a opinião pública americana se apoiando no Vaticano.
Então a sustentação econômica da ditadura seria acompanhada por um apoio “moral”, como aquele que costumam dar os arautos da Teologia da Libertação aos carcereiros da ilha-prisão.
7. As viagens a Cuba dos dois papas anteriores João Paulo II e Bento XVI, foram comemoradas pelo regime cubano como formas de consolidar a opressão, independentemente das intenções dos egrégios visitantes.
A viagem de Bento XVI a Cuba não trouxe os frutos esperados de liberdade. “Praças fechadas, prisões cheias” tuitou a jornalista da oposição Yoani Sánchez, na ocasião.
O apelo de João Paulo II para “que Cuba se abra para o mundo e o mundo se abra para Cuba” foi concretizado pela metade e de uma maneira tendenciosa.
Porque o mundo se abriu para o regime cubano, mas deu de costas para o povo cubano. Um dos efeitos trágicos foi a continuidade da ditadura de Fidel até nossos dias.
A Assembleia das Nações Unidas condenou todos os anos quase unanimemente o chamado “embargo” americano. Dessa maneira desaprovou os EUA, mas nunca disse uma palavra sobre a causa do problema: o “embargo” que a ditadura comunista impõe há 56 anos sobre um povo tiranizado e que exporta escravos com o rótulo de “médicos”.
8. Agora se torna pública a mediação diplomática de Francisco I. A pergunta então é se a intercessão papal para o cachimbo da paz que pode vir a ser fumado entre Obama e os irmãos Castro – mistura sui generis de incenso vaticano e charuto castrista – servirá para resgatar o povo cubano ou, pelo contrário, para dar uma sobrevida à ditadura marxista
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